Estava eu assistindo o jogo do Inter, contra o Cuiabá, pela Copa do Brasil quando pela Internet comecei a ser acionada por amigos, que davam conta que nosso colega, Fabiano Cardoso, estava ferido. Havia sido assaltado. Ele tambem só queria ver o jogo do Inter.
Me conectei as pessoas mais envolvidas e a pedidos fui saber da sua condição real e atualizada, como tudo aconteceu e como deveríamos proceder….
Como devemos proceder! Como? Como se procede contra a violência?
A situação era grave.Foi uma luta que terminou em seguida. Fabiano era um colorado apaixonado. A partida terminou pra ele, sem começar.
Final de tarde de feriado: que mal tem em se reunir com amigos para ver o jogo do time do coração? Quem o conhecia sabia de sua devoção ao INTER. Amor que só se comparava ao que nutria pela família, pelos filhos.Queriam lhe tirar o carro e ele,sei lá porque (era doce, calmo) reagiu. Tiraram-lhe a vida.
Estamos todos chocados. Não é que não saibamos sobre a crescente violência. É justamente porque sabemos.Estamos tristes. Não é porque ele se foi.É porque sabemos que ele queria, tinha motivos para ficar.Estamos revoltados. Não é que possamos fazer alguma coisa.É que não podemos.Uma sensação de impotência que nos diz que nada vai mudar.
Fabiano morreu no dia do trabalhador. Era um excelente profissional. O Carlos trabalhou com ele na Band. Eu o conhecia do dia a dia da profissão.
Era um jornalista dedicado, dos melhores. Sabe parceiro?
Fabiano era parceiro do Arquibancada Colorada.
Não sei mais o que pensar,. Não acredito mais. Este é o grande problema. Não acredito mais. Desencanto de tudo.
Domingo vou ao jogo, como ele gostaria de fazer. Vou por ele. Pelos filhos, pela mulher, pela vida que é tão frágil diante da bestialidade e inoperância deste mundo em decadência.
Quando chega perto demais, nos damos por conta do nada que somos. Quando chega pra alguém como o Fabiano nos damos conta de que vai chegar para todos. Que não seja assim, desta forma estúpida e tão injusta.
Fica bem colorado!
Porque aqui vamos continuar tentando…
Que coisa triste, revoltante, lamentável! E como temos utilizado estas palavras atualmente! Não tive o privilégio de tê-lo conhecido pessoalmente mas através de amigos, companheiros colorados e do BAC. E o que dizer numa hora dessas. Quem dera, os “verdadeiros culpados” por toda essa violência que assola nossa sociedade pagassem “unha por unha e dente por dente”, como antigamente. Que Deus, com toda a sua benevolência, conforte o coração de todos, familiares, colegas e amigos colorados ou não! Fica com Deus Fabiano!
Obrigado ao BAC, e ao amigo Paulo. Perdi meu irmão, meu heroi, minha referencia. A forma foi estupida e cruel, inesperada, injusta, revoltante. Um cara bom, simples, não tinha inimigos. Minha ultima lembrança, jogo inter e vitoria, foto minha e os dois filhos no novo gigante. Imagem no celular dele com essa foto dizendo: MEUS AMORES
Alô você, Adri!
Bela iniciativa e belo texto.
Fabiano antes de ser nosso parceiro do BAC, era filho de amigos meus que conheci quando eram ainda namorados. Ví seus primeiros trôpegos passos. Transformou-se em um respeitável profissional de Jornalismo, admirado por seus pares.Homem de formação familiar irreparável, tornou-se um pai exemplar, um chefe de família desses que se pode apontar como exemplo. Mais uma vítima da irresponsabilidade desses dirigentes de todo o país que assim golpeiam mais uma mãe, mais uma família e enlutam a sociedade que putrefa dia a dia. Perdão mas minha indignação é muito grande. Fabiano havia nos prometido que no segundo semestre seria mais assíduo do que vinha sendo no BAC: “depois da copa” Paulo dizia ele irônicamente, como que a sensurar tudo o que se diz por aí hoje. Luz no teu caminho aí Fabiano. Força e resignação meus amigos Beto e Carmem.
Coloradamente,
Melo