Permanência de Fernando Carvalho

Comemoração no Mundial FIFA de 2006

O momento político do INTER diante das próximas eleições presidenciais com consequente afastamento de Fernando Carvalho no ano que vem, segundo sua manifesta vontade, causa preocupação. Falar da importância de Fernando Carvalho na história do INTER é chover no molhado, como se diz popularmente.

Não é para menos que, com uma competente equipe de colaboradores por ele formada (Piffero, Luigi entre outros), colocou o clube num patamar invejável, tornando-o o maior vencedor do futebol brasileiro na presente década. Mas, afinal, o que de tão especial possui Fernando Carvalho a ponto de ser considerado o melhor dirigente da história do INTER?

Essa pergunta me foi dirigida dias atrás numa roda de bate-papo e, assim respondi: “As conquistas foram frutos de seu trabalho”. Eu diria que, além de grande capacidade administrativa, possui uma visão privilegiada em assuntos de futebol, acima dos padrões normais, com o dom de antever situações futuras, uma espécie de premonição, que o coloca em destaque em relação aos demais dirigentes. Afora tudo isso, desconheço dirigente tão identificado com o torcedor como Fernando Carvalho, a ponto de ser o único Presidente de clube que assisti em minha vida a ser carregado nos braços por uma torcida. O episódio deu-se no Japão.

É claro que, como todo ser humano, é passível de equívocos e críticas.

Entretanto, no geral, suas ações têm sido pautadas de uma eficácia a toda prova.   E daí as conquistas frutos de sua competente atuação.  E essa espécie de premonição referida o tem acompanhado durante sua gestão.

Somente para citarmos alguns exemplos, ficamos no episódio do Brasileiro de 2005. Mesmo sob pressão de todos os lados, Carvalho conseguiu demover o torcedor inconformado em retirar uma ação judicial movida, conforme relata em seu livro “De Belém a Yokohama”. Esse torcedor, em última análise, representava a revolta da torcida Colorada pela forma que foi tratado o assunto e terem vergonhosamente solapado do INTER o título de campeão brasileiro, ganho legitimamente dentro do campo.  A resultante da atitude de Carvalho possibilitou a disputa da Libertadores de 2006, uma vez que o clube estava ameaçado pelo TJD, CBF e CONMEBOL de ficar  fora da competição, além da queda para a 2ª divisão, privilégio de outros, caso a matéria continuasse na Justiça comum.  Como Carvalho mesmo disse em entrevista da época, em face da reserva moral criada pelas injustiças sofridas e ainda diante de todo o desgaste ocorrido para o Clube, a disputa daquela Libertadores  tornara-se muito especial, deveria o INTER buscar todos os meios de disputá-la, como que antevendo o êxito do título a ser confirmado poucos meses após e, na seqüência, a conquista do MUNDIAL FIFA para a maior glória  e felicidade de todos nós colorados.

O episódio da não aposta no retorno do ídolo Fernandão, mesmo contrariando boa parte da torcida, era um presságio de que o jogador não seria mais o mesmo e, assim, não daria a resposta desejada. Suas posteriores apresentações no S.Paulo vieram a comprovar o acerto da decisão. De outra parte, quando da saída do Fossati, em decisão quase que solitária e para surpresa de todos, após a especulação de diversos treinadores renomados, acabou contratando o Celso Roth. Cá entre nós, quem naquela oportunidade acreditaria que Roth seria o nome ideal para ganhar a Libertadores, a não ser Fernando Carvalho que, sob riscos e desagrados de muitos, bancou a contratação? Mais uma vez Carvalho comprovou o acerto de sua previsão e tomada de decisão, passando Roth a se constituir num dos heróis do BI da LIBERTADORES. Aquele “Fica Celso Roth” em coro pela torcida na comemoração do título foi sintomático.

Os exemplos apresentados apenas corroboram as afirmativas iniciais quanto às qualidades e dons premonitórios de nosso vitorioso dirigente.  Inúmeros outros casos poderiam ser referidos. Após todos esses anos de dedicação e exitosa gestão é mais do que justo um merecido descanso, se esta é sua vontade. Mas, daí a indagação: Será que Fernando Carvalho, conseguirá manter-se afastado do INTER? E o INTER poderá conviver sem o seu timoneiro?

Difícil acreditar. Com certeza o BI MUNDIAL FIFA em Abu Dhabi será força revitalizante em seu ânimo de permanecer. Independente de quem seja o novo Presidente, ao que tudo indica um de seus colaboradores diretos, mantê-lo no Beira-Rio, que é seu verdadeiro ambiente de atuação, nem que seja numa função de consultoria ou presença honorária, constitui uma medida de reconhecimento e gratidão por tudo que fez e representou. Afinal, é lá que tem em letras de ouro gravado seu nome na história do Clube.

Portanto, de minha parte e creio da imensa maioria Colorada, torçamos para que FERNANDO CARVALHO continue, seja de uma forma ou outra, a contribuir  com os destinos de nosso S. C. INTERNACIONAL.    

Heleno Costi – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Colorado é a minha paixão!

3 thoughts on “Permanência de Fernando Carvalho

  1. Olhe Adriana, eu gosto de dirigentes ponderados, comedidos e que detém boa diplomacia, além, é claro, de sólidos conhecimentos em futebol. O Fernando Carvalho é um modelo deste estilo.
    Vejo um substituto da mesma escola, com atributos similares ao Carvalho. Chama-se Giovani Luigi e parece que é o preferido dos atuais Diretores. Sem desmerecer os demais pretendentes do cargo.
    Tomara que ele siga o mesmo caminho: montar uma boa equipe de colaboradores, de bom trabalho e de vitórias.

  2. Sim Heleno. Acredito que todos os colorados olham para esta questão com um quê de medo.
    Sem FC vamos sobreviver?
    Sim vamos. Não será a mesma coisa é claro. Eu penso que vai ficar sempre um “Se ele estivesse lá…” Assim como foi com a saída do Fernandão.
    Mas os altos e baixos é que fazem do futebol um espore tão emocionane. Quero sempre os altos, mas para estar sempre lá, termeos que ter mais uns dez FC!
    Vamos preparalos!

  3. Que belo texto Heleno! Realmente FC fez um trabalho fantástico, mudou de vez a história do Inter. Com ele fomos quase ao inferno, mas encontramos o paraíso, mais de uma vez inclusive.

    Só vejo que mais FC’s deveriam estar sendo preparados no Beira-Rio, que tivessem o mesmo conhecimento, técnica do que o mestre. Como ninguém pensa nisso, depois acontece como em 2007, chamamos o FC na correria para ele resolver e colocar ordem na casa. Imagina se um dia ele resolve fazer como o maior dirigente da Azenha que virou presidente do Clube dos 13 e de lá para cá os azuis só caem ladeira à baixo? Ninguém se preparou para o substituí-lo.

    FC tem que ter o direito de poder escolher os rumos de sua vida sem o Inter, mas para isso o Inter tem que deixar tão dependente de FC e prepar o novo FC para o fututo!

    Abraço

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.