Dirigente, agora era a tua vez!

A tristeza do Ídolo

Em 2008, Tite armava o time com 1 atacante. Era uma retranca chata e muita ligação direta para Nilmar papa-léguas se virar. Entretanto, com a velocidade de Nilmar, os arremates de Alex e a técnica de D’Alessandro, levantamos o caneco da Sulamericana. Veio 2009 e vimos o rendimento cair. Chegou um momento, perto do meio do ano, que ficamos 60 dias sem vitórias. Tite não caiu, e perdemos a chance de ter Muricy ou Luxemburgo, que naquele momento estavam disponíveis no mercado.

A direção bancou o que era insustentável. A torcida e a imprensa exigiam a saída do filófoso, mas não nos ouviram. Aguentamos por quase 8 meses. Continuamos mal, e quando já era muito tarde, finalmente demitiram Tite. Veio então Mário Sérgio salvar o ano deixando ao Clube a classificação na Libertadores e um vice-campeonato.

Em 2010, o time de Fossati se arrastava. Com atuações fracas fomos classificando aos trancos e barrancos. Veio Celso Roth e fez 4 bons jogos para levantar o caneco. Depois disso, a casa caiu. Fizemos um péssimo brasileirão e terminamos em sétimo lugar. Com atuações horríveis e jogadores sendo poupados em demasia, o time perdeu o ritmo de jogo e o espírito de competição.

Desastre e fiasco em Abu Dhabi (eu estava lá), e mais uma vez, a direção bancou o insustentável. Torcida e imprensa sabiam que não haveria clima, nem apoio. Roth não teve coragem de sacar os medalhões em queda livre. Bolívar, Índio e Alecsandro precisavam serem sacados. Damião e Oscar pediam passagem, mas nada acontecia. Acabamos, mais uma vez, aguentando o que nos enfiaram goela abaixo por quase um ano.

Aí veio Falcão, um tanto enferrujado, mas conhecedor de futebol. A torcida apoiou, nosso sonho finalmente se concretizou. O time de Falcão acabou oscilando boas e más partidas, mas as críticas foram brandas e o apoio popular permaneceu. Veio então o boicote. Não havia apoio nem palavras amigas do presidente. Não vieram reforços e ainda liberaram o braço direito Julinho pro rival sem consultar Siegmann e Falcão (fogo amigo?).

Falcão iria dar certo? Talvez sim, talvez não. Só o tempo iria nos dizer. Seria insubstituível? Claro que não. Entretanto, Direção Colorada, me enfiaram goela abaixo péssimos desempenhos e campanhas por mais de 8 meses, quase um ano no caso do Celso Roth. E vocês bancaram. Enfrentaram a torcida, a imprensa e também enfrentaram os maus resultados. Foram firmes na convicção que se provou errada. Todos erram e acertam, não é mesmo? Agora pergunto: Porquê desta vez não se bancou por 6 meses um treinador Colorado em sua essência, de história no Clube, que tinha o apoio do torcedor, que é ídolo de gerações?

Não sei se daria certo e também não sei se agora não dará certo. O que eu sei e tenho certeza é que, ao invés de disputas de vaidades, ego, poder e interesses, eu esperava o apoio, o respeito pelo ídolo e a paciência do passado recente.

Essa era a tua vez presidente!

Mauren Piucco – Gainesville/EUA
Cônsul do Inter em Gainesville – EUA

13 thoughts on “Dirigente, agora era a tua vez!

    1. Hahahaha… sabe que no fundo nunca vamos nos aconstumar somente em torcer, o ser humano não consegue ficar estático, tem sempre que dar seu pitaco. Só na próxima evolução humana talvez saibamos ficar calados! Hehehehe.

  1. Muito bom Mauren, gostei da linguagem de desabafo no texto. Concordo plenamente com você, mas infelizmente tem coisa que nós, “pobre mortais”, não compreendemos no mundo do futebol. O Inter não tem dono, o torcedor é o bem maior do Clube e nem sempre somos escutados, muito menos, consultados.

    Espero um dia poder compreender e poder bater palmas pela decisão tomada da nossa direção, entretanto hj ainda sinto um gosto amargo disso tudo como se uma espinha de peixe ficasse trancada na garganta. Seria muito bom para o Clube ver F9 e Falcão juntos, mas quis os dirigentes que não fosse assim, então, só nos resta apoiar, mais uma vez, aqueles que vestem e representam aquela camisa vermelha.

    Grande abraço

  2. Depois de ler alguns comentários sobre a tua postagem inicial, não posso me calar e concordar com algumas colocações. Ética respeito, postura profissional e educação são exigências a qualquer homem em função pública. Sinceramente, penso que quando Falcão não foi direto, foi em respeito ao nosso Internacional e, como eu, não concordar com “terra arrasada”. Saiu, saiu, assim como um dia entrou. Só não saiu da maneira mais correta, pois afirmações depois da saída comprovam que existian “sonhos vendidos”. É uma pena, mas é a vida…
    A participação do Internacional nesse torneio na Alemanha deixa evidente as limitações de nosso clube, na preparação adequada para um evento desse porte, e as limitações ou interpretações equivocadas das pessoas que hoje o dirigem. Esse evento está anunciado a muito tempo e não há dúvidas que o Internacional não se preparou como devia. É muito amadorismo à disposição de um grande clube e, principalmente em grandes oportunidades. Qual o clube brasileiro ou do exterior que não gostaria de estar participando de um torneio com o Barcelona, Milan e Bayer? É uma pena que isso não seja entendido, pois o que querenos de nosso Internacional é muito mais. O Internacional e sua torcida merecem mais.

  3. Alô você, Mauren!
    Ficou muito evidente que a colcha de retalhos, costurada para levar o grupo ao poder tinha incompatibilidades. Houve barras forçadas.

    1. Com certeza Paulo, as alianças estavam muito além dos ideais em comum. Ficou claro. Pena q se nessa aliança só se tem apoio irrestrito qdo a decisão vem do grupo do Carvalho. Qdo parte de outro grupo, como Afatatto ou Siegmann, o apoio incondicional e união que pregam vai p/ ares. Não ouse contrariar os reizinhos do Beira Rio!

  4. Mauren, meu recente post foi na linha da seqüência, afinal, como você afirmou, somos Colorados, apoiaremos sempre, mas temos opinião e voz ativa no Clube (ao menos temos essa pretensão). Exaustivamente combati a permanência do Roth, queria sua demissão e o afastamento do Alecsandro, por exemplo, antes do Mundial. Pois a direção foi contra a lógica e o desempenho patético no returno do Brasileirão 2010 e manteve o treinador e seus “protegidos”. Pior ainda, depois da melancólica passagem por Abu Dhabi ainda foi premiado com uma renovação de contrato. Logo que Falcão assumiu, eu também disse que era uma aposta que teria suas margens de acerto e de erro. Ele ainda conseguiu ganhar um Gauchão na casa do nosso rival que já comemorava antecipadamente o título com seu treinador arrogante. Com Roth, perdeu-se toda uma pré-temporada e o primeiro turno do Gauchão com aquele INTER B inqualificável. Não vieram reforços, todos sabiam das carências. Times com situação financeira muito pior que o INTERNACIONAL vão ao mercado e trazem jogadores de qualidade. E nós? apostas, como Gilberto e Alison que nem deixaram ainda jogar sequer alguns minutos. E para coroar: fomos disputar um torneio internacional sem um Técnico. Que Deus nos ajude, que Fernandão consiga influenciar positivamente o vestiário e o Clube. Só quero olhar pra frente agora, pois o passado recente é difícil de qualificar.

    1. Luciano, concordo com vc. Perdemos uma temporada na insistência de erros amadores. Acredito q pós Mundial, tiveram q engolir Celso pois senão iria vir a tona q o planejamento de poupar jogadores foi de Carvalho e cia, assim o fracasso se colocado na conta exclusiva do Celso, iria vazar e então estariam queimados. Luigi é lento, sem personalidade. Agora entendo a raiva e gana de Carvalho para enfiar goela abaixo o atual presidente. Fica mais fácil de manter o controle.

  5. Com todo respeito, Mauren, penso um pouco diferente. O momento da demissão do Treinador Falcão e do Diretor Siegmann foi adequado e oportuno. Vi também que os demitidos se comportaram de modo muito deselegante ao saírem. No caso do Diretor Siegmann já estávamos acostumados, mas Falcão nos surpreendeu negativamente, em especial com suas ironias e respostas inconclusivas. Embora nosso coração tente nos convencer, a razão sabe que Falcão será para sempre um dos nossos maiores ídolos, mas como JOGADOR! Como Treinador, nunca deu certo! O INTER tem que continuar grande e seguir crescendo. Para isso, precisamos de LIDERANÇA (Falcão não tinha nenhuma) e EXPERIÊNCIA COMO TREINADOR (até agora Falcão se mostrou apenas um bom teórico). A LIDERANÇA já está no vestiário, e chama-se FERNANDÃO. Falta a EXPERIÊNCIA de Treinador para colocar nosso INTER nos trilhos novamente. E eu confio na escolha da nova comissão técnica. SC

    1. Caro Aquidaban
      Respeito sua opinião mas continuo divergindo. As declarações são fortes, mas vindo de alguém sem apoio, boicotado e por fim demitido, fica compreensível a indignação e revolta. Ou não? Como o próprio Luigi falou, a contratação e demissão passou exclusivamente pela decisão dele. Se 90 dias depois falta de experiência for a justificativa, ele admitiu q é um péssimo dirigente, pois eu, vc e qualquer pessoa tinha conhecimento do pouco tempo de prática que Falcão possuia. Além disso, o mesmo Luigi contratou e demitiu Alexandre Gallo, mais inexperiente e fraco impossível.
      Falcão oscilou e acertou e errou como todos que estao começando e isto era previsível. Ele ia precisar de tempo. Ele precisava errar para acertar. Ou não era possivel prever? Talvez por um dirigente fraco e sem capacidade como o Luigi seja realmente difícil. Se não ia abraçar a causa, mais um erro do Presidente, que queimou um ídolo e ainda bateu de frente com a torcida. Por fim, os grupos políticos se unem em torno de um objetivo, abraçando a causa até o fim. A recíproca não é verdadeira. Não ouse contrariar os reizinhos do Beira Rio.

  6. Antonio e Puchi, como disse no texto, nao sei dizer se vai dar certo ou errado. Torcerei sempre p/ o Inter ter sucesso. O q me incomoda, alem do desrespeito com o Falcao e da disputa de vaidades e poder, e a falta de conviccao dos dirigentes e a inconstancia nas decisoes tomadas. Agem de forma diferente em casos parecidos. A fila andou p Iarley, mas p/ Bolivar e Indio so faltam fazer contrato vitalicio. Tite e Roth foram mantidos por longo tempo, mas Falcao com o pior time dos ultimos anos deram 90 dias. Enfim, acredito ser valido o debate, pois colorados participativos terao papel fundamental nas urnas.

  7. BBELEZA Mauren foi sem duvida uma falta de respeito muito grande com um dos nossos maiores idolos, se nao o maior,. O FALCÃO não merecia tal atitude.
    PARABENS PELO TEXTO

  8. Sinceramente concordo com teus posicionamentos e com tua leitura do momento do nosso Internacional. Ontem, a noite, assistindo um programa de esportes na televisão, vendo e ouvindo o grande Falcão, mais uma vez ficou comprovado para mim, que além da sua postura ética, elegante e educada, ficou evidente que, acima de tudo, seu amor pelo nosso clube. Em determinados momentos fiquei triste em ver a postura dos dirigentes do nosso Internacional sendo ironizada e condenada. Fica, ao meu modo de ver, a impressão, para não dizer a certeza, de uma nau sem rumo. Lugar de torcedor, como eu, é na arquibancada. Na direção de um grande clube, realmente, as vaidades, os interesses e outras mazelas mais, não devem existir, mas sim a competência de dirigir um clube com a responsabilidade que o mandato exige e no alcance de objetivos maiores. Concordo plenamente contigo, nós não podemos aceitar e não temos o direito de bancar o insustentável. O nosso Internacional é muito maior que tudo isso, muito maior que essa imagem triste que estamos infelizmente passando para o Brasil e correndo o risco desnecessário de um vexame internacional nesse torneio na Alemanha. Nunca vou torcer tanto para um sucesso, mas sinceramente temo pela desorganização e falta de planejamento em nosso clube. Nesse momento e nessa disputa, tenho certeza que os jogadores e treinador interino farão “das tripas coração” dentro do campo, pois sabem que são os mais prejudicados e os menores culpados.

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