Vocês sabem que eu deixei de votar ? É,deixei. Faz quatro pleitos que não aperto a tecla verde do confirma. Na última, tive que levar minha sogra para votar na sua zona eleitoral (que por coincidência era a mesma que a minha) e , como tava ali mesmo, decidi votar. E votei, em branco, e ninguém me questinou porque eu não apareci nos outros pleitos para exercer meu poder de cidadania. Eu sei que vou ser questionada por muitos por essa minha atitude de deixar de votar mas eu tenho uma justificativa: eu cansei. É, cansei. Se tu vota no fulano, beltrano,cicrano a coisa não muda. E se muda, vem logo alguém tirar vantagem dessa mudança e emparelhar “os seus”. É desgastante tu optar por A ou B e ver que a M continua a mesma.
O caso do Inter e dos técnicos no Brasil é o mesmo: tem aí uma trinca de bons de treinadores que valem a pena ,mas o sistema é implacável com eles como é com todos os outros. Ninguém criou nada de novo no futebol os últimos anos. Todo mundo conhece todo mundo, todas as estruturas e jogadores, todos os árbitros e corredores da CBF. O que muda de foco é o protagonista da vez, sempre alguém quer um espaço pra aparecer mas tudo não deixa de ser variações sobre um mesmo tema.
O Grêmio esperou um tempão pelo Autuori que chegou ficou seis meses e foi embora. O São Paulo ficou enrolando com o interino Baresi até chamar o PC Carpegiani e questiona-lo o tempo todo. O Fluminense disputou vários jogos esperando o Abel. Tem dois ou três clubes disputando o brasileirão com autais interinos. Falta convicção da parte de todos. O Falcão ficou 99 dias, o Julinho (rsrs) 33. Aqui em Criciuma o Guto Ferreira pegou o time em décimo quarto lugar e largou em quinto e ficou menos de dois meses pois também não servia. O Falcão criticou os dirigentes pela falta de tempo para realizar um trabalho. Veja bem: o Roth teve um brasileirão inteirinho para destreinar o Inter para o Mundial. O Julinho teve dez dias seguidos pra deixar o Grêmio pior do que era. Todos reclamam dos jogos seguidos, quando um clube como o Corinthians joga, como vinha fazendo, só de domingo a domingo vem o Sr. Tite reclamar que a falta de jogos estraga a sequência.
Eu não entendo mais nada. O esperto de hoje é o burro de amanhã. E o Roth volta a ser a pessoa certa, como era o Claudião nos anos 90. Então meus amigos, não adianta ficarmos aqui debatendo se o Cuca tem rejeição, se o Ney Franco pode ou não, se o Dunga quer a temporada inteira ou se o Dorival prefere o pão de queijo. Vai tudo dar na mesma. Todos vão ser questionados, vão eleger um preferido pra botar a toda hora no time e irritar a torcida, vão deixar o centroavante isolado e relutar em colocar no time aquele recém contratado pois o elenco precisava de reforços. É sempre assim, é sempre a mesma coisa, a história se repete e o Ricardo teixeira vai continuar mandando na CBF mesmo… Então pra quê se esquentar, não é mesmo?
Beijocas….
Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA
Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!
Alô você Simone!
Teu enfoque é perfeito. Alguns viraram semideuses e não é permiido sequer que se ouse pensar em contrariá-los. Concordei com um cronista que disse que o bom treinador é aquele que não atrapalha os jogadores. Se encaixa aí aquela expressão :
“Pau pra comer sabão e pau pra saber que sabão não se come”. NO FUNDO É TUDO FALTA DE PLANEJAMENTO EXTRATÉGICO OU ENTÃO FALTA DE CONVICÇÃO NO PLANEJAMENTO. E como os órgãos de fiscalização interna não funcionam, demite-se e contrata-se a rodo.
SC
O pior é que estão fazendo td isso de novo…
Falou tudo Arno!!!
Já faz tempo que eu disse que se dá importância DEMAIS para a figura do técnico. É claro que ele tem o seu papel, mas tem que ser relativizado. As vezes, um técnico limitado, mas com bom relacionamento com os atletas vai além de um “expert” carrancudo. São muitas variáveis a serem consideradas. Veja o caso da volta do “Espetacular”. Não seria pressão de alguém poderoso, com parte dos direitos deste atleta, em cima do técnico interino?
Simone, depois do jogo contra o Flu todos enxergam que o Loss não tem condições e que o grupo começa a
se desmobilizar. Culpa da direção que mete os pés pelas mãos e demora pra tomar uma atitude pois perdeu seu rumo, e o time vai indo no mesmo caminho.
E de novo né, mesmo perdendo sustentação no meio, tem q criar outra alternativa e não deixar o Damião orfão lá na frente de novo. Se toma gol, como é q fica ?
Heleno, no meu entender, até mesmo o caso do Collor foi uma manobra política. E acho que não contrataram o Cuca por pensar ter uma opção melhor ali na frente,coisa que não está acontecendo, e o nome dele volta a ser especulado. Eles não estão nem aí pra rejeição da torcida. Se estivessem não contratariam o Roth e sua vitória na LA só serviu pra justificar que pensam estar certos. O Ricardo Teixeira não está nem aí pra protestos: o bolso dele já encheu. Não sou uma daquelas que ainda não acreditam que o homem chegou na lua, mas de que alguma coisa vai mudar envolvendo tanto dinheiro como o futebol envolve hoje é uma utopia.
Oi Simone,
Eu sei que o sistema é esse a que referiste, porém não podemos ser derrotistas e simplesmente não fazermos nada. Olha, aquele movimento iniciado no Rio ´”Fora Ricardo Teixeira” já foi um alento. Tomara que ganhe força pelo Brasil.
O grande problema é que está no espírito do brasileiro. Não brigar e virar a mesa quando a coisa está errada. Simplesmente vai deixando como está.
Salvo quando satura e a coisa vai para caminhos irrecuperáveis. Aí sim, o mesmo brasileiro já saturado quando quer pode e faz, a exemplo do “impeachment” do Collor e das Diretas Já. Lembras? Eu sei que isso custa acontecer. É do atavismo de nosso povo.
A própria torcida do INTER já deu mostras de que pode fazer acontecer, a exemplo da não contratação do Cuca. Achas que se não fosse pela forte manifestação da torcida o Cuca já não estaria contratado?
Quanto a treinadores, também faz parte de nossa cultura, ou apresenta resiultados imediatos ou vai em frente. É bem diferente dos clubes europeus.
Antigamente, a postura era diferente. Tempos atrás citei exemplo de 3 treinadores colorados (Minelli, Dino Sani e Daltro Menezes) que ficaram praticamente 3 anos cada um.
Infelizmente, o imediatismo e descontinuidade administrativa também passaram a fazer parte de nossa cultura.
Uma pena, porque os frutos colhidos custam a aparecer!