A dois pontos do G4

Dias gloriosos esses de agosto 16 e 18. Hoje dia 17, exatamente no meio das datas das duas Libertadores, mas o 17 é o do mês de dezembro, o dia da nossa maior glória. Tudo isso e mais as mudanças no futebol, caras novas, filosofia de implantação nos faziam crer que algo bom ia acontecer.

O Jogo

Esse desenho do 4 – 2 – 2 – 2 é o que mais tem dado equilíbrio ao Inter. É o mais adequado as peças que o treinador dispõe. Assim, Dorival mandou a campo jogadores  em funções possíveis de se prever. O adversário veio com quase a totalidade de seu time  principal e mostrou qualidade. Muito bem armado e cauteloso.  Evidente que o novo treinador não tirou do Inter alguns vícios de há muito.  Ficou claro que o Inter ganhou em velocidade, mas tem que equilibrar com retenção de bola, coisa que não aconteceu. A partir de 25 minutos do primeiro tempo a estática tomou conta da equipe e não saiu mais disso até o final da primeira etapa.

Esse Rodrigo Moledo promete (Imagem: Clic RBS)

O homem da bola move-se e não raro não dá seqüência a jogada porque não há movimentação com opção ofensiva na equipe. Na linha defensiva o avanço dos laterais adversários (direito no primeiro tempo e esquerdo no segundo) com o apoio de um dos volantes e de um meia exerciam manobras com supremacia em cima dos nossos laterais, apoiados ora pelo volante e ora pelo meia. Trata-se de uma superioridade numérica. Eram três contra um ou dois. De positivo no primeiro tempo dois cruzamentos chutes do Zé Mário que passou na cara do gol sem que aparecesse um pé para botar para dentro, uma cabeçada do Jô e um chute meio de bico do Damião e só.

Na segunda etapa o panorama não se alterou. O Inter iniciou melhor, mas agora conseguiu reter a bola, trocou alguns passes e produziu algumas jogadas rápidas. Foi numa dessas, aos 12 que a bola foi parar nos pés de Zé Mário na esquerda que cruzou, o cruzamento encontrou Jô na primeira trave que penteou e foi encontrar o Damigol que de cabeça cumprimentou o bom goleiro Jeferson, 1 x 0. Daí para frente foi um jogo de muita aplicação e muita entrega e quem andou mais perto de marcar foi Fogão, embora o Inter tivesse tido oportunidades de gol com Nei em lançamento do D’Ale e uma cabeçada do Damião. Um chute na trave aos trinta e uma cabeçada perigosíssima fez a torcida Colorada prender a respiração, temendo o pior. De bom ficou o marcador e uma ou outra providência associada a uma escalação no mínimo equilibrada.

As Individualidades

Muriel saídas perfeitas e intervenções rápidas e precisas. Nei início fulminante com manobras pela direita ao lado de Andrezinho, foi ao longo do jogo caindo de produção até passar muito trabalho na segunda etapa. Bolívar atuação acima da média de suas últimas, mesmo assim permitiu uma cabeçada do zagueiro botafoguense sem molestá-lo o que quase redundou em gol. Moledo, ainda um pouco `verde e isso lhe dá alguma insegurança, mas muito potencial. É veloz, forte e definidor. Na média foi bem. Zé Mário passou maus bocado no primeiro tempo, melhorou no segundo sendo o responsável pelo cruzamento do gol colorado. Guina representa a volta do guerreiro Colorado.

Ele é letal (Imagem: Clic RBS)

Com suas elogiadas virtudes e conhecidos defeitos é um exemplo de dedicação. Voltou bem. Elton já é quase cadeira cativa. Andou arriscando até algumas subidas. Precisa se posicionar para os rebotes ofensivos, mas assim já é o melhor volante do Inter. Andrezinho assim como o Nei começou em alta rotação para ir perdendo a força ao longo da partida. Com o pessoal que está à disposição atualmente, tem que ser titular. Tinga entrou no lugar do André e foi útil para comandar a equipe de dentro do campo. Sem muito tempo, não comprometeu. D’Ale, quando tem alguém para dividir a preocupação adversária aparece seu exuberante futebol. João Paulo entrou só para esfriar o jogo. Jô comparado com ele mesmo,  melhorou sensivelmente. Teve participação decisiva no gol. Delatorre entrou a mil. Veloz corajoso e aplicado taticamente. Foi muito bem. Damião… bem já está faltando adjetivos. Ele é letal. O homem do jogo.

Domingo o Luxa vai aprender algo que não ensinaram a ele neste campeonato. Caso ele queira antecipar o que é, que pergunte a um jogador seu que ele sabe.

 PS: Hoje a noite todos estão convidados para as 20h, no Geraldo Santana para juntos  comemorarmos os 58 meses  do Título Mundial, 5 anos da primeira LA e 1 ano do Bi da LA. Vamos prestigear e homenagear os ídolos Pinga e Benitez, ambos grandes campeões pelo Inter.

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

10 thoughts on “A dois pontos do G4

  1. Gostei das alterações do Dorival, ele não inventou e parece que com ele o time deve jogar pra frente. Pena que não há um atacante de velocidade ao lado do Damigol. O Andrezinho foi decepcionante justificando sua condição de reserva. E temo pelo Elton não ficar no time por imposição de grife.

    1. Alô você Simone!
      Também gostei. Entendo que a vaga de segundo atacante seja do Delatorre, que se encaixa no perfil que descrevestes como ideal. O carteiraço em cima do Elton pode acontecer realmente , mas eu prefiro apostar na postura independente do Dorival. Oremos!

  2. “D’Ale, quando tem alguém para dividir a preocupação adversária aparece seu exuberante futebol.” Concordo 100% com você Paulo.

    Alguns treinadores por aí, adoram deixar o D’ale sozinho pra fazer tudo.

  3. Paulo:
    Uma bela vitória e ao contrário da nossa imprensa gostei do jogo pela movimentação e a demonstração do dedo do técnico no jogo.
    Faço essa análise pelo belo time que tem o Botafogo que sabe jogar e tem um estilo interessante marcando em cima com uma pegada característica dos times do sul que os cariocas no passado não gostavam. Uma das virtudes do novo técnico esteve no posicionamento do Guiñazu que estava mais a frente fazendo o time ter mais velocidade e toque de bola, ao contrário do posicionamento da Era Falcão, e com o Élton na sobra (posição de centro-médio). Antes que eu me esqueça, a origem do nosso gol é de uma roubada de bola do Guiñazu no ataque e na sequência ele constroí a jogada para o D’Alessandro lançar o Zé Mario, antes desta jogada houve mais dois lances dele: uma que ele cava uma falta e na outra ele pega um rebote na frente da área e leva em velocidade para o lado da área e cruza uma bola na medida em que se o Jô ou o Damião tivessem conseguido tocar nela teria saído o gol. Outro fator importante foi o Zé Mario no qual já tinha elogiado contra o Bahia, este jogador da base tem muito a crescer, pois tem se dedicado mesmo estando deslocado da sua função de origem e tem jogado muito bem. O Moledo, apesar de ter vacilado numas duas jogadas que me lembro, tem futuro pois se impõe como zagueiro e desde o inicio do ano quando jogou pelo Inter “B” tem demonstrado capacidade para assumir a sua verdadeira posição que é no lugar do Bolívar como zagueiro central pela direita.
    Quais os problemas ainda vistos na partida e espero que o Dorival com tempo possa concertar: em primeiro lugar a nossa zaga, o modelo que ainda prefiro e com um zagueiro central que fique na sobra e um quarto-zagueiro que saiba sair para o jogo e como mencionei antes está na hora do Bolívar sair do time, pois ele deixa o sistema defensivo muito fragilizado e motivos são vários pois não possui velocidade, não dá cobertura ao lateral direito (o Botafogo ontem virava o jogo e vinha sempre dois a três jogadores em cima do Nei e o Bolívar não aparece no lance nunca em um deles se o lateral não cabeceia a bola ficaria para dois jogadores cara a cara com o goleiro), a sua saída de jogo tem se caracterizado pelo chutão (ontem no segundo tempo quando quis sair jogando com o Nei, ele errou o passe e na sequência quase propiciou o gol de empate do Botafogo), não costuma a dar combate no adversário (no segundo tempo em um lance de velocidade o Nei é obrigado a fazer uma falta agarrando o adversário, pois o Bolívar vai indo para trás sem ir para cima do Cortéz sendo que ele tinha o Moledo na sua cobertura), vive agarrando o atacante adversário provocando faltas bobas como em um lance de ataque, na frente do juiz, ao invés de pular para cabecear segurou o adversário para que este não subisse. Em segundo lugar com relação ao Andrézinho volto a discordar de sua titularidade, pois acho o Óscar mais jogador e com mais capacidade para ser o companheiro do D’Alessandro, principalmente pela velocidade, participação na partida, capacidade de marcação, visão de jogo, goleador e o passe que acerta mais do que o André e na impossibilidade do Óscar acho o João Paulo com estas características mais presentes do que o Andrézinho e começou a pedir passagem no time sem querer esquecer que até agora sempre entrou nos jogos com disposição, vontade de jogar e vestir o nosso manto sagrado. E por último, apesar de o Jô ter melhorado, não gosto de ver o time começar jogando com dois centroavantes, pois acho isto como uma alternativa para meio do jogo quando a partida esta apertada em meu conceito gosto de ver o time com um atacante de movimentação que tenha velocidade e se possível seja driblador e um centroavante, neste caso sugeriria a entrada do Lucas Roggia ou Delatorre para fazer companhia ao Damião.
    No mais acho que estamos no caminho certo e torço muito para que o Dorival de certo e que continue a colocar o seu dedo no time. Rumo as grandes conquistas.
    Saudações Coloradas!
    Cláudio R. Vidal

  4. Melo,
    Viste? O zagueiro de minha preferência entre os novos, Moledo, está entrando para não mais sair do time. Espero que o Dorival não se deixe influenciar como os demais. O problema é quando voltarem os demais.
    Quanto ao Elton, está fazendo com que passemos a esquecer do Sandro.
    Conforme te manifestei, por alguns minutos (bola na trave, cabeçada na cara do gol e arrojada defesa do Muriel nos pés do adversário) ressuscitaram alguns momentos de pavor dos jogos anteriores.
    Voltando a parafrasear: Como Mathias não estava em campo, o placar ficou em branco (para o adversário é claro).

    Pauperio,
    Tuas colocações e ponderações são bastante consistentes e convincentes, mas não podemos esquecer o verso da medalha. Ao deixar o Andrezinho de fora naquele jogo contra o Independiente (colocá-lo só nos minutos finais) em seu lugar deixando o Wilson Mathias, a Comissão Técnica cometeu um verdadeiro crime de “lesa-pátria” contra o clube e acredite, para mim, um dos motivos da derrota lá na Argentina. Espero que ainda tenha volta e consigamos o título na próxima 4ª feira.

  5. Melo, descontada a falta de treinamentos, a readaptação ao estilo de jogo do novo treinador, enfim, tudo isso que sabemos que não se obtém num passe de mágica, o time se comportou bem, especialmente pelo equilíbrio nas tarefas de defender e atacar. A melhor prova de que poderíamos estar jogando há mais tempo com dois atacantes foi o gol da vitória marcado pelo principal artilheiro do país em 2011. Cruzamento da esquerda, desvio do Jô e gol de Damião. Além de outras jogadas e investidas na área do Botafogo. Corremos alguns riscos, é verdade, mas isso também se deve às qualidades do adversário que faz uma campanha bastante regular no campeonato. Agora é seqüência, treinamentos e, principalmente, jogos, pois a maratona é pesada. Isso deverá se refletir no jogo contra o Flamengo. Dorival já deixou transparecer uma reserva para jogo decisivo da RECOPA. Vamos ver o que poderemos fazer, nesta situação, no domingo, mais do que nunca o torcedor “entrará em campo”.

  6. Grande Melo! Já estou viciado na leitura de teus comentários pós-jogo, sempre precisos. Creio que uma melhor mobilidade em campo, aprimorando-se a saída de bola da defesa e sua chegada ao ataque, virá com os treinamentos e comandados por Dorival Junior. O novo Treinador bem observou essa limitação, chamando esse fundamento de transição. O mais importante forma os três pontos conquistados diante de um adversário qualificado, o que valoriza ainda mais a vitória colorada. SC

  7. Depois de ler a declaração do jogador Andrezinho, “- É virar essa página. Estou à disposição com a chegada do Dorival, ainda mais agora que estou perto de completar uma marca importante, de 200 jogos. É difícil você passar tanto tempo num clube da grandeza do Internacional, e entrar para a história, sabendo da sua importância, ainda mais pelo carinho que eu sempre tive pelo clube, a forma como eu fui recebido aqui, a gratidão que eu tenho. Pretendo cumprir o meu contrato.” (publicadas no site do globoesorte.com, por Alexandre Alliatti, Porto Alegre, em 16/08/2011 18h49 – Atualizado em 16/08/2011, 19h41) e vê-lo em campo a noite jogando contra o Botafogo, dá para entender melhor o momento do nosso INTERNACIONAL. Nesse episódio absolvo completamente o nosso novo treinador Dorival, pois está chegando agora, mas acredito que, pela sua história no futebol brasileiro, não deve ter “descido redondo”.
    É uma irresponsabilidade muito grande, apesar de entender tudo que de errado está acontecendo (convocações, cartões amarelos e vermelhos, lesões, jogador se negando a viajar e jogar e essa indefinição altamente prejudicial que estava acontecendo na definição do novo treinador). Imagino se no meu tempo de jogador de basquete alguém, na hora mais crítica, na hora mais imprescindível, em situação semelhante a atual, se negasse a viajar e jogar o que aconteceria. Esse tipo de atleta não merece vestir a camisa do nosso INTERNACIONAL por melhor que seja (o que não é o caso, pois é simplesmente mais um bom jogador, mas não insubstituível). Penso que o nosso INTERNACIONAL, o nosso clube, é maior que tudo isso, deve ser respeitado, assim como sua torcida, e se alguém não está contente, não quer honrar e não merece vestir o manto vermelho, que tome o seu rumo, pois já vai tarde.

    Para melhor ilustrar o que escrevi acima, quando jogava basquete no nosso INTERNACIONAL, uma noite, em um jogo importante, o treinador decidiu colocar um companheiro meu “no banco” e, sem entender, fiquei indignado. Quando comentei com ele (Lawson) , jogador que fazia parte da seleção brasileira de basquete, que não conseguia entender a sua colocação na reserva, recebi uma resposta, digna de um grande atleta. Me explicou calmamente que ficar na reserva não diminui ninguém, pelo contrário, faz justiça a quem atravessa um melhor momento ou se encaixa melhor no esquema tático do treinador e que, antes de mais nada, devem ser respeitados, principalmente por defenderem um grande clube e uma grande torcida. Disse também que somente ficaria preocupado se o seu substituto não jogasse bem e se o resultado procurado pelo nosso capacitado treinador (Heron) não fosse alcançado (uma vitória do nosso INTERNACIONAL). Jamais deixaria de torcer e contribuir com a equipe, mesmo como titular, na reserva ou na torcida. Penso totalmente igual. Esse é o recado que gostaria de dar aquele que não soube respeitar o nosso INTERNACIONAL, sua torcida, o treinador e, principalmente, seus companheiros. Esse tipo de atleta não merece vestir a camisa do nosso INTERNACIONAL por melhor que seja (o que não é o caso). Penso que o nosso INTERNACIONAL, o nosso clube, é maior que tudo isso, deve ser respeitado, assim como sua torcida, e se alguém não está contente, não quer honrar e não merece vestir o manto vermelho, que tome o seu rumo, pois já vai tarde. Não consigo entender como um jogador com contrato vigente, em plenas condições físicas e técnicas para atuar, em um momento ruim com tantos jogadores titulares fora, quando o tão criticado Índio e o Moledo jogando no sacrifício, pois haviam se contundido no último treino, se negue a fazer o trabalho que lhe compete e que é pago para executá-lo.

    Muitos jogadores gostariam de vestir e honrar a camisa colorada, pois se trata de um grande clube, de projeção nacional e internacional, que disputa as mais diversas competições no Brasil e no exterior. Não dá para aceitar desculpas desse jogador e perdoá-lo, pois apesar de ter vestido a camisa colorada em 200 jogos parece não reconhecer a sua importância e a sua obrigação de respeitar o clube, sua torcida e seu contrato. Imaginem se cada um que for para a reserva, se negar a jogar. É um absurdo aceitar desculpas de procedimento tão pouco profissional como esse que aconteceu. O INTERNACIONAL não pode se manter refém ou aceitar esse tipo de posicionamentos de nenhum jogador, por melhor que seja.

    Para encerrar, esse tipo de comportamento espelha a pouca importância que se dá aos verdadeiros objetivos do clube e a falta de respeito que atualmente vive e é aceita no Beira Rio, quando não são valorizados treinadores, comissões técnicas e, principalmente os verdadeiros atletas profissionais (poderia citar vários nos últimos anos) que honram ou honraram seus compromissos com o clube e que levaram o nosso INTERNACIONAL aos maiores títulos de sua história.

    Continuo insistindo, mudança de postura já!

    1. Pauperio
      Concordo plenamente com vc! Nos deixou na mao! Agora que tivemos o retorno de alguns jogadores, ele e que deveria receber de volta o mesmo castigo e ficar de fora ou no minimo pegar um banco, Pergunto: O que vai acontecer se no fim do ano faltar dois pontos p/ titulo ou p classificar p/ Libertadores? Faltaram 2 pontos em 2009 p titulo!

    2. Paupério, gostaria de assinar em baixo a sua declaração, pois é o mesmo pensamento que eu tenho com relação as atitudes do Andrézinho e pelo outro lado escrever sobre o profissionalismo do Índio e do Moledo que mesmo tendo machucado no treino antes do jogo do Bahia se colocaram a disposição para jogar e se dedicando ao jogo com muita garra, como também mencionastes.
      Saudações Coloradas.
      Cláudio R. Vidal

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