Inter dos sonhos

Que Tesourinha, Falcão e Fernandão foram craques ninguém discute. E quem não gostaria de tê-los visto jogar juntos. No plano físico e material impossível tal conjugação, simplesmente por que atuaram em épocas distintas, com décadas de diferença. Mas esta possibilidade passa a se concretizar quando tratada no campo da imaginação. E partindo desse princípio imaginativo volta e meia vê-se divulgado o INTER DOS SONHOS, constituído pelos melhores jogadores de várias épocas.

Inter dos sonhos nº 1

A primeira idéia do gênero que vi estampada no papel foi através da Revista Placar, em princípio dos anos 80, conforme desenho exposto que compõe a figura ao lado (nº1). Nele pode ser vista uma seleção de jogadores que atuaram entre as décadas 40 e 70: Manga, Paulinho, Figueroa, Nena e Oreco – Salvador, Carpeggiani e Falcão – Tesourinha, Larry e Carlitos.  Afora os jogadores da última década referida (de Manga, Figueroa, Carpeggiani e Falcão) ainda tive o privilégio de acompanhar pelo rádio quando guri: Larry e Oreco. O 1° pude ver ainda em imagens preto e branco (TV Piratini) que eram enviadas ao interior do Estado, ao passo que o 2º pelas transmissões de rádio, nas vozes de Leonel Silveira, Euclides Prado e Mendes Ribeiro e depois vim a vê-lo já como jogador do Corinthians e pela Seleção Brasileira. Craques na verdadeira acepção da palavra.

Inter dos sonhos nº 2

O outro quadro caricaturado é o que compõe a imagem nº2, cuja cópia foi extraída da Sala Consular do Estádio Beira-Rio, basicamente constitui uma reprise do anterior, abrangendo jogadores até os anos 90, com apenas duas modificações no elenco: Gamarra no lugar de Nena e Claudiomiro no de Carlitos. 

Time dos sonhos da revista Gool (nº 3)

Mais recentemente, por ocasião do Centenário do S.C. INTERNACIONAL, compilei mais duas novas montagens, a da Revista GOOL, que constitui o desenho nº3 e traz em seu bojo a inclusão de Cláudio Duarte na lateral direita no lugar de Paulinho, ingressando Valdomiro com a saída de Salvador e no lugar de Larry aparece como centroavante o nome de Fernandão, o grande ídolo participante das grandes e recentes conquistas do Mundial FIFA, 1º Libertadores, 1ª Recopa e Copa Dubai.

Time dos Sonhos Revista Placar

E, por fim, o Time dos Sonhos apresentado pela Revista do INTER, em edição especial do Centenário, conforme a demonstração de  nº 4. Eis o timaço: Manga, Paulinho, Figueroa, Gamarra, Oreco e Salvador – Tesourinha, Carpeggiani, Falcão, Valdomiro e Fernandão.

 É evidente, pois, que para colocar tantos craques juntos nem sempre foi possível considerar a posição original de cada um, a exemplo de Valdomiro e Tesourinha, eis que ambos foram ponteiros-direitos de ofício. Não resta dúvida, inclusive, que a seleção apresentada foi constituída por jogadores até o Centenário do Clube e no futuro teremos prováveis alterações pelo surgimento de novos craques.

Para o meu time dos sonos, formado por jogadores que vi jogar ou pelo menos acompanhei pelo rádio, mas que não esqueci de suas atuações, apenas substituiria Paulinho por Cláudio Duarte; retiraria Tesourinha e Salvador, com o respectivo ingresso de Nilmar no ataque e de Batista na composição do meio de campo. E como Técnico escolheria Rubens Minelli ou Enio Andrade.

Mais uma vez enfatizo que minha escolha é de jogadores que vi jogar ou, pelo menos, acompanhei pelo rádio, sempre respeitando a escolha original que está estampada na revista. Meu pai, se ainda estivesse vivo, certamente não aceitaria a retirada de Paulinho, Salvador e Tesourinha. Tampouco de Nena, contida no 1º anexo.

Na tentativa de apresentar outro (s) INTER (espécie de B), dada tamanha dificuldade em selecionar tantos craques ou bons jogadores e carregadores de piano que acompanhei em décadas (especialmente na era Beira-Rio), vestindo a gloriosa camisa Colorada, optei em colocar diversas alternativas. Minha sugestão recai para os seguintes nomes (excluídos os anteriormente citados, integrantes das seleções apresentadas):

Goleiros: Benitez e Clemer (*);
Laterais direitos: Ceará, Luis Carlos Winck e Laurício;
Zagueiros: Scala, Célio Silva, Pontes, Pinga, Aloísio, Marinho Peres, Índio, Lúcio e Mauro Galvão;
Laterais esquerdos: Vacaria, Cláudio Mineiro, Kléber, Sadi, Jorge Andrade, Jorge Wagner e Rodrigues Neto;
Volantes: Caçapava, Carbone, Edinho, Tovar, Tinga, Guiñazu, Sandro e Ademir Kaeffer;
Meias (atacantes): Dorinho, Bráulio, Mário Sérgio, Rubem Paz, Jair e D’Alessandro;
Atacantes (**): Escurinho, Rafael Sóbis, Maurício, Fabiano, Lula, Alex, Iarley, Silvinho, Edu Lima e Alexandre Pato;
Centroavantes: Flávio Minuano, Dario, Geraldão, Gerson, Nilson e Christian (***).

Vejam bem, só ali estão relacionados 52 (cinquenta e dois) jogadores (****). É provável e possível que não tenha lembrado de todos os grandes nomes que assisti jogar com a gloriosa camiseta Colorada, especialmente na era Beira-Rio. Além do mais, a análise tem o enfoque particularizado que, para alguns, não tiveram tanto destaque assim ou outros nomes deveriam estar inclusos e foram omitidos no rol supracitado.

Deixo a análise e novas sugestões para experts no assunto (Alô você Melo) que poderão contribuir, sugerindo, inclusive, o seu Time dos Sonhos, constituído pelos melhores jogadores do INTER, segundo a própria opinião.

Saudações Coloradas

Heleno Costi – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Colorado é a minha paixão!

 

OBS.: (*) Não incluí Taffarel, porque o vi consagrar-se como grande goleiro somente na Seleção. Com a camisa do INTER, s.m.j., não. Na mesma esteira lembraria de outros goleiros que não foram citados, a exemplo de Gainete, Schneider, Fernandez, André e Gilmar Rinaldi. Ademais, Taffarel era um verdadeiro pé frio em decisões para o Colorado, não ganhando nenhum título importante (isto que esteve em duas decisões de brasileiros (87 e 89) e semifinal de uma Libertadores (89)), e ainda por cima tinha a sina de falhar em GreNais. Considerações similares válidas para o volante Dunga que, ao menos, teve o mérito de nos livrar do rebaixamento naquele gol histórico contra o Palmeiras.

(**) Embora a figura do ponteiro não seja mais utilizada no futebol moderno, sendo substituída por alas, os que se consagraram na posição são citados como atacantes.

(***) Minha escolha baseou-se em jogadores que vestiram a camisa do INTER por um período considerável, ao menos de uma temporada, comprovando sua qualidade de grande jogador. Damião e Oscar, entre outros, terão que esperar um pouco mais.        

(***) Conforme frisei no caso de Oreco e Larry, que mais acompanhei pelo rádio quando criança, poderia incluir outros nomes que até assisti pela televisão, a exemplo do ponteiro Sapiranga ou somente pelo rádio, a exemplo de Bodinho, Florindo, Odorico e Chinesinho, mas procurei limitar a escolha em nomes que efetivamente acompanhei ao vivo dentro do estádio, vestindo a camisa colorada.  

10 thoughts on “Inter dos sonhos

  1. Grande Saldanha,
    Só estou respondendo agora porque me encontrava em viagem.
    No teu Time dos Sonhos, sem retoques, embora alguma diferença em relação ao meu.
    Agora, no de suplentes e considerando tantas opções, segundo frisei em meu comentário, difícil relacionar. Contudo, entendo que a tua seleção está bastante consistente. Realmente todos foram bons e estão lembrados em meu comentário.
    Abraço

  2. Grande Heleno! Nem preciso destacar o belíssimo trabalho que fizestes pois está estampado em toda a página. Que maravilha poder relembrar nossos grandes craques de ontem, de hoje e de sempre. Partindo do mesmo critério utilizado por você, ou seja, aqueles que vi ou acompanhei pela imprensa, ai vai o Inter dos meus sonhos:
    Técnico: Rubens Minelli
    Titulares: Manga, Cláudio, Figueroa, Índio e Cláudio Mineiro, Caçapava, Falcão, Carpeggiani e D’Alessandro, Valdomiro e Fernandão.
    Suplentes: Clemer, Luiz C. Winck, Lúcio, Gamarra e Vacaria, Tovar, Jair, Iarley e Alex, Alexandre Pato e Dario.
    Acrescentei os suplentes por entender que no futebol de hoje precisamos de um grupo maior de jogadores. Mas o time dos sonhos é o titular acima. Saudações Coloradas meu amigo!
    Cláudio Saldanha

  3. Oi Valmor,
    Édifícil digerir Gabiru como craque.
    Mas fez dois gols importantíssimos: O citado do MUNDIAL FIFA e aquele 3º de cabeça da virada 3×2 da Libertadores, parece-me contra o Puma do México no Beira-Rio. Se não fosse aquele gol, não sei nem se tínhamos conquistado a Libertadores 2006.
    Abraço
    Heleno

  4. Grande Heleno,
    Vc acertou em cheio, pois é muito dificil em um çéu cheio de estrelas você conseguir pinçar as mais importantes e que se destacaram. Mas a lista é essa mesmo, só acrescentando apenas um nome, não por se craque, longe disso, mas por ter marcado o gol mais importante dos mais de cem anos da história de nosso clube. GABIRU, este sim tem que ser eternamente homenageado. Abraços, Valmor.

  5. Oi Cláudio,
    Tua seleção está perfeita. Quase fecha com a minha. E todos teus nomes foram lembrados em minha relação.
    Realmente, nem todos bons foram inclusos.
    Veja quantos laterais esquerdos citei, mas o André Luís não poderia ter ficado de lado. Ele também atuou como zagueiro, não?
    Embora grandes zagueiros: Márcio Santos e Aguirregaray não jogaram muito tempo no colorado e por isso quase não marcaram época no INTER. O Márcio Santos também foi grande na seleção. O Edivaldo, pelo que me consta, pouco apareceu no INTER.
    Realmente, o Gilberto Tim foi um cara espetacular na preparação física. Sem dúvida o melhor, além de grande motivador. Depois dele só Paulo Paixão.
    Também comprei muito na Ughini, no tempo que era a 1ª (e praticamente única) em material esportivo.
    Bons tempos aqueles de 1968, do maio da Revolta Estudantil Francesa e do ano (fevereiro) em que Roberto Carlos ganhou o Festival de San Remo na Itália. Por sinal o 1º estrangeiro a vencê-lo com a canção: Canzone Per Te.
    Mas no futebol não íamos bem. Estávamos concluindo o Beira-Rio e foi o ano do Hepta deles. DEPOIS COMEÇOU A NOSSA DESFORRA!
    Grande abraço
    Heleno

  6. Heleno:
    Nasci em 1968 e me lembro do primeiro uniforme que ganhei. Eu comecei acompanhar futebol e gostar deste esporte em 1973, quando pedi o meu primeiro uniforme completo de Natal para Papai Noel, que tinha de ser a camisa 9 do Claudiomiro. Meus pais compraram na Ughini comigo tentando me destraír para não ver e minha mãe costurou o número e o emblema, as meias para ficar em cima tinha que amarrar um cordão, que vinha junto, portanto, até hoje o Claudiomiro é meu ídolo.
    Mas de lá para cá vi muitos bons jogadores e é díficil montar uma seleção do melhor Inter pelas mudanças no futebol desde os esquema táticos até a parte da preparação física que mudou muito e o mais correto é montar times de acordo com a época em que jogaram. Para exprimir este pensamento o time que eu admirei mais até hoje foi o de 1975 e 1976, pois era quase imbatível. O melhor técnico que vi foi seu Ênio Andrade que muitas vezes tirava leite de pedra, sem esquecer claro do seu Rubens Minelli e do Abel Braga, principalmente pelo título da Libertadores e o Mundial. Como preparador físico não dá para esquecer o saudoso Gilberto Tim, este que foi o precussor do molde da atual preparação física onde se mistura a técnica, velocidade e força. Na sua excelente lista eu incluiria no mínimo cinco jogadores: o lateral direito Edivaldo (grande injustiçado da Copa do Mundo de 1982, pois eu achava melhor jogador do que o Leandro do Flamengo), o lateral esquerdo André Luis que até a pouco tempo tinha o recorde de defensor que mais fez gols, o zagueiro Aguirregaray que era um brilhante zagueiro que roubava a bola sem fazer falta e no Campeonato Brasileiro de 1987 passou a competição inteira sem tomar um cartão e ainda foi considerado o melhor na posição em que ele jogava, também colocaria o zagueiro Márcio Santos que era tão bom que também parou na seleção brasileira e por fim citaria um centro-médio que gostava muito que parou aos quarenta anos nos enfrentando no seu último jogo no Beira-Rio em 2009, que era o centro-médio Fernando.
    E para concluir se tivesse que escalar um time seria: Manga; Cláudio Duarte, Figueroa, Gamarra e Vacaria; Caçapava, Carpegianni e Falcão; Valdomiro, Claudiomiro e Lula. Técnico Ênio Andrade, auxiliado por Rubens Minelli e o preparador físico Gilberto Tim. Nas categorias de base se pudesse contaria com seu Abílio dos Reis. Caso precisasse empatar ou vencer uma partida díficil e tivesse no segundo tempo teria que contar com o Escurinho.
    Valeu pela brincadeira de lembrar o passado.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

  7. Oi Melo,
    Bem, quanto a Taffarel, segundo me consta, começou a ser lembrado na Seleção Sub-20 antes de ter destaque no time principal do INTER. Lembro, inclusive que, na própria sub-20, ele foi um dos responsáveis pela conquista do título ao defender os pênaltis da decisão. Foi contra a Alemanha?
    Agora, meu amigo, no time principal do INTER não tinha grandes luzes. Até contra o Olímpia que podíamos ter conquistado a América pela 1ª vez, parece que andou falhando.
    Não sei não, talvez eu esteja um pouco preconceituoso lembrando das falhas em Grenais (o Jorge Veras que o diga). Até gol contra fez naquela reposição de bola.
    Se ao menos tivesse conquistado um dos títulos das duas finais de brasileiros…
    Quanto a seleção proposta por ti, vou pensar para o futuro. Desde já aceito o desafio.
    Mas, confesso que gostaria ter visto o Time dos Sonhos do amigo.
    Abraço
    Heleno

  8. Alô voce Heleno!
    Que brilhante trabalho meu amigo. Nao ouso tocar em nada nem dar pitaco. O critério é teu e dentro dele fizestes algo notável, entretanto gostaria de deixar algo para reflexão (é pitaco?) Tafarel só teve participação extraordinária na seleção porque foi cnvocado. E porque ele foi convocado? Porque não fazia boas apresentações no Inter? Resposta: Não, ele só foi convocado e teve brilhante participação na seleção porque se destacou com suas autações no Inter, caso contrário não seria convocado.
    Vou fazzer um desafio para ti meu amigo, faça igual pesquiza para montar um time dos mais vitoriosos jogadores do Inter, topas?
    Um abraço e mais uma vez, parabéns!
    SC

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