SHOW DO D’ALE – 4 x 2

Meu retorno ao Beira-Rio poderia ser melhor? Claro que sim. Mas se puder decidir, quero todos os jogos assim. Um tropeço aqui uma ajeitada ali, mas no geral fomos muito bem e o mais importante: vencemos.

Antes da partida emoção em ato que teve como motivo o grande líder colorado, Marcelo Kripka, recentemente falecido. A torcida que ele liderava A FORÇA INDEPENDENTE COLORADA, FICO lhe prestou mais uma homenagem ostentando uma enorme bandeira com a sua imagem. Muito merecimento no ato, parabéns a FICO pela iniciativa.

Antes ainda do início, pude perceber uma coisa que me envergonhou. As torcidas do Inter Guarda Popular e Popular foram separadas por um contingente de Policiais Militares. O que é isso?

Torcida Colorada separada de Torcida Colorada? Essa não! (Imagem: BAC)

Torcedores do Inter necessitam serem contidos por força policiais para não se engalfinharem feitos irracionais? É o fim. Alô direção, medidas urgentes devem ser tomadas. Não há quem queira ver irmãos colorados se digladiar. Urge que se tomem medidas extremamente rígidas e imediatas.

O jogo

Repetindo as escalações dos últimos jogos com exceção do JP que iniciou no lugar do Oscar, o restante da equipe se repetiu. O Inter dominava quase que completamente o jogo. Inobstante isso quem abriu o marcador foi o Avaí. Em jogada pelo lado esquerdo de nossa defensiva que foi envolvida o time catarinense abriu o marcador de forma surpreendente. O Inter continuou a dominar o jogo. Andrezinho cobrando falta e D’Ale com um giro de pé direito dentro da área fizeram dessas as duas oportunidades possíveis de serem transformadas em gol, e só. O domínio do Inter era visível, porém demorava uma eternidade para chegar às proximidades da área adversária proporcionando que se armassem na defensiva. Duas peças contribuíam visivelmente para essa lentidão. Andrezinho que é um jogador muito útil pelo meio, não tem velocidade para jogar pelo flanco. Inteligente, quando via que perderia em velocidade para o defensor,voltava a bola para o Nei, Bolatti ou quem mais aparecesse atras, tornando a jogada demasiada lenta.  Na frente o nosso lento comandante de ataque, é verdade que não era abastecido com bolas que o colocasse em condições de arremate, mas quando isso se esboçava, não raro, perdia para os zagueiros e às vezes para a bola.

Guina e Moledo, dua boas atuações (Imagem: Site Terra)

Veio o segundo tempo e com ele a alteração que eu julgava fosse dar melhores frutos. Oscar no lugar do André. O Time realmente ficou mais rápido nos fazendo crer que o empate era uma questão de tempo. A angústia durou 7 min., até que Dalessandro cobrou uma falta e empatou a partida, 1 x 1. O Inter começou a pressionar. Tirando falhas pessoais em saída de bola, uma do Nei e outra do Muriel o Inter passava a impressão de que a virada viria. Surpresa! Um contra-ataque Guina comete pênalti e… 1 x 2. Na frente Jô continuava a perder para a bola. O DJ mandou Ilsinho a campo em lugar do número nove. Nesse momento pudemos ouvir secadores que estavam no estádio e tiveram suas vaias abafadas pelos aplausos dos torcedores colorados. A mudança deu certo, o time ficou mais elétrico. Oscar em jogada individual deixou D’Ale pifado. O “Cabezon” ajeitou e. pimba 2×2, eram 31 min. A pressão continuou. Novamente nosso camisa dez fez a diferença. Em jogada pela esquerda serviu Kleber que mostrou toda a sua “catega” e colocou fora do alcance do goleiro catarinense. Finalmente a virada 3 x 2. Faltava ainda a pá de cal. Quem teve essa incumbência foi o Nei em uma cobrança de falta perfeita deu cifras definitivas 4 x 2. Essa história estava contada, mais três pontos em caixa e o ataque mais positivo do campeonato (se não fosse a defesa ser uma das mais vazadas…).

As individualidades

Muriel – Se atrapalhou em uma saída de bola com Juan. Depois disso, perfeito. Nei deu uma entregada que por pouco não custou caro. Depois foi a afirmação que todos já estão acostumados a ver e ainda esbanjou marcando um golaço em cobrança de falta. R.Moledo mais uma atuação segura. Se impõe por cima ou por baixo. Parece um veterano. Juan teve uma atuação com altos e baixos. Foi envolvido no lance do primeiro gol e no segundo tempo completou uma jogada mal feita do Muriel voltando uma bola apertadíssima. Quando o assunto é força, vai bem.Kleber teve uma destacada atuação, especialmente no ataque que é o seu forte. Combinou jogadas realizou cruzamentos e por fim marcou um belo e importante gol, o da virada. Guina parece um relógio. É o mesmo de sempre. 100% de aplicação, mas em condições de arremate, raramente o faz. Afoito, cometeu um pênalti. Bolatti fez um jogo de regular para bom. A uma certa altura do segundo tempo parece que perdeu o gás. DJ viu e mandou Tinga a campo. Com experiência e gás suficiente para o curto período, foi muito valioso. Andrezinho é um bom articulador jogando pelo meio. Quando lhe é dada a incumbência de jogar pelo flanco, da visíveis sinais de sua falta de velocidade, foi muito bem substituído pelo Oscar, que deu mais velocidade e vivacidade ao ataque, tendo sido decisivo para a virada do placar. JPé um jogador com enorme potencial, nesse jogo teve atuação razoável. Com o tempo vai aprender a dosar e medir.

"CABEZON", o dono do jogo (imagem: Site Terra)

D’Ale foi o homem do jogo, perfeito. Armou, driblou, foi no flanco, pelo meio, articulou e foi fundamental ao arrematar. nota-se que quer acertar, se esforça, mas que fase amigo, que fase! É alto, mas por cima não ganha, tem pernas compridas, mas perde em velocidade, quando é para fazer o passe arremata e quando é para arrematar demora e perde a bola. Oremos! Ilsinho, elétrico e colocou a defensiva catarinense em estado de pânico. Já tinham se acostumado com a condição estática do Jô assim como com sua lentidão, por isso também teve sua tarefa (bem cumprida) facilitada.

Agora é o Corinthians, alguém duvida? Eu não

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

21 thoughts on “SHOW DO D’ALE – 4 x 2

  1. O pior Débora, pasmem, é que foi na Globo mesmo, durante o Jornal da Globo, onde eles estavam falando sobre o embolamento de clubes para o título…Para o INTER sobrou esse comentário…Uma coisa é certa…Nós podemos vencer esta parada, não podemos vacilar nestas oito rodadas finais…Se o time mostrar uma pegada semelhante à do segundo tempo de domingo, dentro e fora de casa, pode ser…Quem sabe, na última rodada, o gre-NAL nos reserve esse gostinho de taça tão desejado?

    1. Eu ainda acredito que é possível… são só mais 8 jogos para acreditarmos e o próximo será sempre o mais decisivo! 🙂
      Ah, claro… tropeços de quem está em cima é fundamental para o nosso crescimento!

  2. É verdade Melo, uma lástima, mas nada acontece por acaso. Começamos mal a temporada com o treinador que perdeu o rumo após a conquista da LA. E depois mais dois técnicos até a chegada do Dorival. É muito complicado armar um time com qualidade tática em meio às competições. Mas ele está conseguindo, uma pena que a temporada já está se encaminhando para o final, mas estamos em alta. Todos falam das chances maiores do Corintians e dos quatro cariocas. O INTER está correndo por fora, isso é bom…Ontem à noite, porém, num segmento esportivo de um programa de TV de rede nacional um cronista esportivo analisou as chances e colocou o INTER vivo na disputa do título se for bem sucedido no confronto com os atuais ponteiros da tabela, a começar pelo nosso adversário de domingo. Vamos ver…todos ao Beira Rio no domingo. SC.

    1. Pois é Luciano, em 2009 o Flamengo tb não era favorito, corria por fora e foi campeão… pq a história não pode repetir desta vez conosco! 🙂
      Sobre o comentarista, por acaso foi o PVC ou o Juca? Só pode ter sido alguém da ESPN que comentou isso, pq a Globo nunca acredita que podemos chegar lá!

      Abraço

  3. Oi Paulo, adorei seu texto. Um dia quero saber escrever bem assim.
    Bom, o jogo foi eletrizante no 2º tempo. D’alessandro é realmente um ser incrível. Acredito no Inter até o fim, mesmo quando os números me contrariam.

    Temos o melhor ataque do brasileirão, mas é muito engraçado como a maioria dos gols não são do “ataque”. Sem Leandro Damião, a esperança não se chama Jô. Certo?

    1. Alô você Jéssica!
      Certíssimo! Parece ser bom rapaz. Talvez servisse para casar com a minha filha mas para ser o centroavante do Inter ACHO que não dá. Pode entrar eventualmente, isso se coneguir um relativo sucesso na jogada aérea, coisa que não conseguiu até agora. Ontem protagonizou um lan ce que seria hilariante se não fosse quase uma tragédia. Uma bola a 2 metros e altura ele ao invés de tentar cabecear, tentou com o pé sem ser uma bicicleta. Me escondi atras de meus óculos escuros, de vergonha.
      Conheço tres qualidades tuas: Boa observadora, gentil e Colorada.
      SC

    2. Deixa de falsas modestias meninas, vc escreve tão bem quanto, tem grande potencial. No futuro veremos seu nome na mídia certo se seguir o jornalismo.
      Agora um comentário, imagina se não tivéssemos ficado tanto tempo com o Bolíva??? Somos o melhor ataque, mas nossa zaga já foi uma das piores, se as mudanças tivessem acontecido antes, talvez os pontos perdidos contra Santos, Ceará e Atlético PR não tivessem sido deixados para trás!

      Abraço

  4. Paulo:
    Um resumo fiel do jogo e dos acontecimentos extra-campo muito bem relatados, como a bela homenagem ao Marcelo e aos fatos lamentáveis com relação as duas torcidas que invés de torcer para o INTERNACIONAL vão para lá fazer disputa de beleza de quem canta e bate o bumbo mais alto. Invés de ajudar acabam atrapalhando, pois tu não consegues nem entender o que estão cantando e isso acaba influenciando também os jogadores, pois como está acaba tornando o jogo tenso. Por isso, no meu entendimento acho que a direção deveria intervir com mais força de alguma maneira e na minha opinião não deveria ser através da Brigada Militar, pois violência não leva a lugar nenhum só traz prejuízo.
    Em relação a partida, que é o mais importante, alguns dogmas que eu tenho foram quebrados ontem. Eu que defendi sempre um esquema com no mínimo dois atacantes vi o Inter meter três gols sem nenhum, apesar desta contradição gostei do time. O único comentário que vivo dizendo e escrevendo, que me preocupa é a forma como a nossa zaga fica exposta. Isto ocorre devido ao posicionamento do time quando ataca com bola rolando, pois normalmente os dois laterais tem subido ao mesmo tempo (como na hora do primeiro gol) e tem ficado só os dois zagueiros mano a mano com os atacantes. O Dorival Júnior para equilibrar o time tem que conversar com os laterais para quando um sobe o outro deve ficar(de preferência o Kléber subir mais, indo a linha de fundo para tentar cruzar, pois este tem no apoio a sua maior virtude), além disso o técnico poderia pensar em rever o conceito do nosso meio campo, pois gosto mais do time em losango do que no quadrado ou com dois armadores e três meias-atacantes como vem jogando, pois sabendo das características do Guiñazu e do próprio Bolatti corremos o risco de sofrer gol como o que eu citei acima e passamos vivendo um drama mexicano como foi no domingo. Escutando e lendo o que o Dorival diz vejo ele com esta preocupação e buscando acertar o time para que não aconteça mais, apesar dos erros serem do futebol e treinando que erros diminuem.
    Para terminar, deveriamos começar a plantar uma semente de otimismo na nossa torcida, sem colocar sapato alto, que o Título e a Libertadores são possíveis basta acreditar, trabalhar junto e fundamentalmente apoiar o time. Escrevo isto, pois vejo várias pessoas, principalmente, que estão indo ao Beira-Rio discrentes com o que time pode alcançar e com isso acabam atrapalhando invés de ajudar. Exemplo disso, e o próprio comportamento das duas torcidas “organizadas” que um dia foram uma só.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você, Vidal!
      Uma cobrança mais contundente deveria ser feita em relação as “torcidas”. Existe alguém (COMISSÃO DE CONSELHEIROS POR EXEMPLO) encarregado fiscalizar o comportamento das torcidas? Ao final do jogo foi vergonhoso. Uma torcida virou para a outra provocando-se mutuamente. E as lidranças onde estavam? Concordaram com a atitude de seus liderados? Cadê a fiscalziação? Vergonhoso, vergonhoso!
      SC

  5. Paulo,ontem realmente foi um dia impar. O jogo ontem se inverteu,o primeiro tempo foi terrivel,e o segundo balsamico. O nosso numero 9?, nao cabeceia bem,nao chuta bem,nao salta ,ou seja e’ um corpo ocupando um espaco,sem nenhuma serventia. Ainda bem que o DJ viu e trocou ,tirando o “zero a esquerda”. Bem ,no final ,tudo deu certo. A nota triste,foi ver a torcida colorada,imitar a do co-irmao, separada por um contingente de PMs,sera’ que a irracionalidade chegou ao Beira-Rio?, espero que nao. Acho que a solucao,seria deixaram de distribuir ingressos,por parte Da direcao,aos componentes desta pseudo “torcida”.

    1. Alô você Junara!
      Tenho convicção que a direção está tentando erguer a bandeira branca. Meu entendimento é que deve haver agilidade no proceso. O que eu vi ontem…
      SC

  6. Concordo Melo, a maneira de jogar a qual referistes está sendo adaptada, a meu ver, pelo Dorival de acordo com as possibilidades do grupo. Sem um atacante efetivo e pronto, como o Damião, ele está tentando com o Jô. Como não vem dando resultado, muda o time e de certa forma “supreende” os adversários com infiltrações de meias como Dale e Ilsinho. Talvez essa fórmula de mudar durante o jogo um estilo tire a previsibilidade de nossas incursões ofensivas e isso tem sido importante, especialmente, é lógico, quando a pelota entra…

  7. Melo e amigos(as) estamos conseguindo nos manter na disputa com um desempenho condizente nas últimas rodadas. Nosso próximo desafio é chegar aos 50 pts justamente contra um dos principais postulantes ao título. Temos ainda outros importantes confrontos diretos dentro e fora de nossos domínios, além de outros jogos em que deveremos pontuar para disputarmos até a última rodada nossas fichas. Contra o Corintians vai ser um jogo eletrizante, mas temos que cuidar dos nervos para não transformarmos o jogo em uma batalha desregrada. Será um batalha sim, temos nossas diferenças contra os paulistas, mas temos que “guerrear” com tática e determinação, temos que ser melhores na garra e na organização e fazer valer o fator Beira-Rio. Perdemos o jogo de ida num detalhe, numa bola que sobrou para o atacante corintiano e ele marcou. Agora, em casa, creio que o jogo será parecido. O Tite é um bom estrategista e tentará tirar o equilíbrio do Cabezón. Temos que ter cuidado com isso. Alô Dalessandro, não entre em pilha, continue mostrando o ótimo futebol dos últimos jogos e vamos pra cima deles com organização e entrega. SC.

    1. Alô você Luciano!
      Também acho que o jogo do próximo domingo é fundamental. Acredito que o Inter já (?) adquiriu uma maneira de jogar. Alguns ajustes e estará pronto para o embate. A concentração deve ser total e única. Todos os esforços deverão ser dirigidos nesse sentido, inclusive o das torcidas desorganizadas.
      SC

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