Grandezas Diferentes

Grandezas diferentes
EVEREST X Morro do Osso

Era uma vez, há muitos e muitos anos dois guris que moravam numa abençoada província. A referida terra era totalmente diferente das demais, pois nela haviam peculiaridades muito especiais. Existia uma idiossincrasia que a diferenciava das outras províncias:
Eles adoravam um esporte em especial. Todo mundo se mobilizava quando o assunto era aquele especial esporte.
O ALPINISMO ditava as paixões daquele povo. As pessoas adoravam o Alpinismo. Eram experts no assunto e tudo girava em torno das escaladas, dos recordes, dos desafios rumo ao topo do Planeta.

Os dois guris cresceram juntos, eram amigos, quase parentes, alguns diziam que eram co-irmãos, mas acima de tudo eram rivais e sempre queriam ir mais longe do que o outro.

Assim cresceram desafiando todos os limites. Fomentando no povo a paixão pelo esporte. A partir da rivalidade entre eles, criou-se uma dicotomia: Quem admirasse um deveria desgostar do outro e vice-versa. Não havia espaço para um sentimento INTERmediário! Era 8 ou 80!
Os desafios e conquistas dos rivais também cresciam na mesma proporção que o mundo girava…

Eis que num belo dia surgiu uma notícia que emocionou a todos na região:

O alpinista mais velho da dupla rival alçara voos além das fronteiras daquelas plagas e após grande expedição retornou para a Província propagando aos quatro cantos:

Conquistei a Montanha mais alta do Mundo“.

A comoção foi geral. Um sem fim de homenagens e festejos tomou conta de todos. Imaginem: um conterrâneo daquela abençoada Província havia desafiado e conquistado a Montanha mais alta do mundo.

O fato perdurou por alguns anos, até que um dia descobriu-se por medição atual, exata e irrefutável que a tal conquista do rival mais velho definitivamente não tratava-se da montanha mais alta do Mundo. À época, na longínqua data daquele feito, as informações, os instrumentos de medição e aferimento eram muito precários e o povo acreditava naquilo que lia, ouvia e na divulgação das notícias.
O povo então entrou em colapso. Os mais fanáticos tentavam argumentar que a Conquista era insuperável. Falíveis argumentos do tipo… o pioneirismo está acima de tudo, serviam apenas para ludibriar o povo que apaixonado deixava-se tomar por discursos inflamados e agora sem fundamento:
O topo do mundo ainda não havia sido conquistado por aquela gente!

Enfim, eis que o rival mais jovem alça voo Internacional e após longa expedição retorna para os braços do povo com a Conquista da Maior Montanha da Terra!
Desta vez não havia como refutar, o tal GPS afirmava e ratificava: A Montanha mais alta do Planeta havia sido definitivamente conquistada!

Ninguém ficou inerte e impassível diante daquele feito relevante!

O povo da tal abençoada Província jamais entrou em acordo, pois o fanatismo por aquele esporte era tão grande que os impediam de ver o óbvio:

NÃO PODEMOS COMPARAR GRANDEZAS DIFERENTES!

Definitivamente o EVEREST é maior que o Morro do Osso!

Um Feliz Natal ao querido SPORT CLUB INTERNACIONAL, úNico CAMPEÃO DO MUNDO na nossa abençoada Província!

@_nikoduarte

4 thoughts on “Grandezas Diferentes

  1. Niko,
    Quando foi editado teu post tentei comentar, mas estava bloqueado.
    Agora, apenas a comentar que teu comparativo com o mais alto monte do mundo, o Everest, também utilizava para contrapor os argumentos dos torcedores da então Azenha. Eu dizia não tem a mínima possibilidade de comparação: “Nós atingimos o mais alto cume do mundo, o Everest, e vocês somente atingiram no Morro das Antas, na Serra Gaúcha”.
    SC

    1. Heleno! Fico feliz em saber que além de entender o que eu escrevi, você comunga da mesma metáfora: É crime lesa RS comparar Mundial FIFA com a Copa Toyota! Abç!

  2. Alô você Niko!
    A fábula foi muito bem concebida, mas pode ter certeza que existem pessoas que contemplando o mar afirmam categoricamente ser um córrego. Aí não tem jeito amigo, só reinventando a espécie.
    SC
    PS: Até ontem eu também tentei comentar o post e os comentários estavam bloqueados.

    1. Melo! Não publiquei o post. Fiz o procedimento que sempre utilizei: Escrevi e o encaminhei ao suporte@arquibancadacolorada.com.br. Mas isto tem pouca importância, porque de qualquer forma, em outros posts anteriores ninguém comentou absolutamente nada. Reitero meu pedido de licença da lista de blogueiros fixos do BAC. Estou desestimulado e creio que é hora de abrir cancha para novas idéias. Abç!

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