Eu lembro da primeira vez que chorei pelo Inter. Final da Copa do Brasil e o Corinthians levando o título de campeão. Isso em 2009. Acho que nunca tinha tido uma sensação tão estranha na vida – uma mescla de tristeza com questionamentos. Eu me questionava sobre ficar triste por ver meu time perder um título – me perguntava onde estava o sentido de tudo aquilo que, sinceramente, nunca consegui explicar.
Depois daquele jogo, fui me deitar, coloquei a cabeça no travesseiro e fiquei revendo os lances que ficaram gravados na minha memória. Ali estava eu remoendo as situações, buscando o motivo de não estar feliz. Lágrimas caíam, coração apertava, doía, tudo era cinza. Eu tinha perdido uma alegria e por meio disso, comecei a entender o que era realmente amar um time de futebol.
Quando se trata de futebol, nada é assim, demais. Choro, sorriso, alegria, tristeza – tudo ultrapassa limites. E você só tem certeza de que ama de verdade e que defenderá o escudo pro resto da vida quando passa pelo ápice da tristeza, decepção e dor ao lado dele. Eu realmente descobri que amava o Internacional quando deitei a cabeça no travesseiro naquela noite, chorei, senti a dor, pensei que passaríamos por tudo aquilo e tive esperança de alegria.
Este ano, as coisas aconteceram mais ou menos da mesma forma. Depois do último jogo do Inter em 2013, senti um alívio gigantesco ao sair daquela ameaça de rebaixamento que nos rondava. Logo mais a noite, ao deitar a cabeça no travesseiro, senti a mesma dor, mas com um sentimento a mais – insuficiência. E chorei. Parecia que este choro esteve guardado por muito tempo, como se ele fosse alimentado jogo a jogo deste ano terrível para nós colorados.
2013 não deixará saudade alguma quando o assunto for futebol. Não vejo um 2014 com gosto de mudança, infelizmente. Mas espero que este ano que chega devagar, seja tudo, menos parecido com 2013. Como diz Marcelo Gonzatto, da Zero Hora, “ninguém aguentará um outro 2013”.
E desde a primeira lágrima que caiu por este amor, eu aprendi que o futebol é assim, muito dinâmico. Você vai sorrir, você vai chorar. Vai se emocionar e se decepcionar. São diversos sentimentos que vivem atrelados uns aos outros. E se você não amar muito seu clube, você acaba por desistir.
E realmente não há nada que me faça desistir.
como diz o chiru mais grosso que dedo destroncado: que baita texto chê!!!
eu particularmente passei pela alegria dos anos 70, tristeza dos 80 , 90 e novamente pela alegria dos 2000.
é por saber como é a tristeza que berro feito porco na tosa.
não precisavamos estar passando por essa tristeza, mas estamos.
que 2014 seja de alegria.
Alô você Jéssica!
Dois detalhes me chamam a atenção em seu texto:
1- Me impressiona o tamanho de seu Coloradismo com a dita distância epidérmica que sem dúvidas vira nada diante da proximidade que os sentimentos permitem. Isso precisa ser regado, adubado. Esse time, esse clube deve pra nós todos, mas especialmente pra ti no presente caso organização, intenção, aplicação, objetivo, clareza, austeridade entre outros títulos por demais usados. Fosse minha a responsabilidade, Colorados dessa “casta” receberiam o título de Comendadores;
2 – O teu texto (sempre agradável de se ler), caracteriza-se por saber transmitir emoção. Da leitura é possível o transporte e ficar em condições de perceber visualmente tuas reações e tuas emoções. Que o pai do J.Cristo te mantenha com esse talento, estimada jornalista. vou parafrasear RC: “QUE PRAZER ENORME TER VOCÊ AQUI”
SC
Jéssica, realmente somente um coração Colorado pode perceber a grandeza de ser um verdadeiro torcedor. Vitórias, derrotas, alegrias e tristezas, mas nada consegue nos moficicar ou nos impedir de ser felizes com o amor ao nosso Internacional. Sempre encontramos, lá no fundo de nossos corações, um amor maior que os momentos vividos intensamente. Mesmo nas lágrimas deves ter encontrado uma “desculpa” e uma razão para continuar acreditando na grandeza desse clube. Desejo um Feliz Ano Novo, repleto de alegrias, muita paz, saúde e realização de todos os teus sonhos, pessoais e Colorados.