Férias de greNAL

Houve épocas em que se podia consiliar praia e futebol, como em 1997 no Inter x Guarani (Imagem Google)
Houve épocas em que se podia conciliar praia e futebol, como em 1997 no Inter x Guarani  em Cidreira(Imagem Google)
É muito difícil o gaúcho permanecer no seu estado durante todo o verão. Por isso, na maioria das vezes é neste período que goza de férias. E o faz da maneira mais gaúcha possível. Corre  pro mar.Na maioria dos casos, mesmo que isso signifique apenas alguns dias em Magistério (prainha ao norte do estado, sem infraestrutura, de águas ultra super mega gelada, correnteza perigosa e muitas “algas” o que deixa a praia literalmente marrom.Sem falar no vento). Bom, mas pra registrar a verdade aqui, todo o nosso litoral é assim, com exceção de Torres, que por formar baía e possuir rochas na orla, lembra as praias da linda Santa Catarina….
Não importa. O gaúcho precisa desestressar e isto é o que busca ao banhar-se no sal, no sol, ao ouvir  o barulho das ondas quebrando na praia e tomar aquele chimarrão muito quente o dia inteiro em baixo de um fazedor de sombra qualquer. É claro que tem os que procuraram sofisticação e passam o ano trabalhando e economizando para ir ao nordeste ou aventurar-se para algum destino mais internacionalmente reconhecido, como NY, Londres ou Miame… Mas mesmo estes, nos finais de semana, de volta da temporada de dez dias em outras querências, dão uma chegadinha no Magistério, pra não perder o costume e relembrar o que é a RS040 engarrafada permitindo 5 horas de viagem em um percurso que normalmente se faria em 60 minutos.
É o verão! E nas praias, aquele acotovelamento tradicional por um lugar na areia. É quando se exibem os corpos sarados e os nem aí, os biquinis e calções pequenos e grandes, coloridos e fora de moda, mas principalmente os guarda sois e cadeiras. Sim eles são coloridos e de uns tempos pra cá, faz um sucesso danado que sejam das cores do Portoalegrense ou do INTERNACIONAL, ostentando seus distintivos que estão por toda a parte. Nas cadeiras, cangas, bandeiras penduradas nas janelas, nos altos dos edifícios e casas, nos carros.
É bem assim (Imagem: Yahoo)
É bem assim (Imagem: Yahoo)

É verão, mas o greNAL não entra em férias. As cuias dos chimarrãos passam de mão em mão e quando traz o adversário logo o vivente reclama, mas não não tá bom este amargo tche. É o sinal pra terminar a roda e não correr mais o risco de ter que tocar naquele objeto infame.

Quem veio passar alguns dias com primos e são de fora se impressionam com tamanha rivalidade.  Vai ter jogo hoje tia, pergunta a garota carioca que notou o número de camisetas desfilando em Capão….
O verão está logo alí, cento e poucos quilometros de Porto Alegre, mas o greNAL vai junto. Onde tiver que ir. Seja ao nordeste (Em Fortaleza era um desfile de gaúchos que só se comprimentavam se tinham a mesma cor nas roupas) ou no Rio de Janeiro ou ainda nos “steites”. greNAL é quase um vício, e no verão a falta de futebol aguça a vontade de uma flautinha aqui e outra alí. Ainda mais que sem jogar nenhum dos dois tem motivo pra ser zuado. Que nada. É verão e vamos com os times pras férias. É a mesma necessídade de sal e sol. Tá na pele.
Eu gosto de ver, alegra a alma (nos últimos tempos tem sido muito mais fácil para os colorados) e prepara a mente para os campeonatos que recomeçaram.
Ah os verões que trazem paixões. Ah esta paixão que não sai do coração….

3 thoughts on “Férias de greNAL

  1. Adriana, lendo tua postagem consegui “enxergar” a influência de tuas férias em Salvador… Mar calmo ou agitado (depende a praia a escolher), a mais longe, no máximo, a 20 minuos de carro ou 30 minutos de ônibus, águas mornas, água limpa e muita alegria (muita música, gente de todas as raças dançando, peixe vermelho, pititinga, caranguejo, lambreta, acarajé, abará, ovos de codorna, queijo coalho, caipirosca, cerveja, refrigerantes e muito mais). Está certo, falta nossa caipirinha de beira de praia (com cachaça de Santo Antônio ou Osório), as conservas de pepinos e de cebolinha, o milho, o sanduíche aberto e outras tantas coisas nossas aí do Sul. Tudo tem um preço… Em Salvador também temos essa rivalidade latente e visível das tradições de nosso greNal, inclusive com a presença dos eternos “secadores” e sofredores. Quem mandou escolher errado…

    1. Paupério,
      no saguão do hotel, em Ondina, no café da manhã, tinha greNAL. Impressionante. Aí um paulista diz pra mim: Bom dia! Mas porque tanta camiseta da dupla, voces estão na Bahia não em POA. Respondi pra ele: quer um amargo aí? ( porque o chimas tambem não falta) A camiseta é pra dizer quem somos, tem os grandes e os pequenos.Mas todos gaúchos.Põe vc a tua camiseta e se orgulhe dela se puder. (Ai que chata que eu fui….) Abração aí.

  2. Alô você Adri!
    Quando a gente consegue ter a sensibilidade que tiveste para falar sobre esse assunto que é só nosso, dá o que pensar, falar. Dou mais um depoimento sobre o que escrevestes. No Rj durante o carnaval especialmente no desfile da B.Saldanha ali em Copa é um “mar Vermelho” e um rio Azul (dos pequenos) tomando conta do pedaço. So a gente é capaz disso. Viva a rivalidade (sadia é claro).
    Coloradamente,
    Melo

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