Pela 11ª rodada do Gauchão 2014, o nosso Internacional enfrentou o Grêmio Esportivo Brasil, de Pelotas, o melhor time do interior neste Gauchão, pois só havia perdido um jogo, para o Esportivo, no Bento Freitas, em Pelotas, e chegava com 19 pontos na classificação, 6 pontos a menos que o adversário da noite. O time titular do nosso Internacional chegou à partida em busca da manutenção de sua superioridade na temporada e liderança no grupo e geral. Ao todo, em quatro oportunidades, foram três vitórias, contra Cruzeiro, Caxias e Juventude e um empate contra o tradicional adversário.
Logo se percebeu que novamente seria um jogo para uma metade de campo só, pois o Internacional jogava pela vitória e o Brasil ficava muito bem retrancado e acreditando que em uma oportunidade de contra ataque, pudesse resultar em gol.
O jogo foi disputado sob constante chuva e o novo Beira-Rio não mostrava (nem mostrou ao longo do jogo) nenhuma poça de água ou desprendimento de grama. A defesa Xavante, a melhor do atual Campeonato Gaúcho, rechaçava, ocupava todos os espaços no campo defensivo e controlava o melhor ataque. Alex e D’Alessandro, em lances individuais, bem que tentaram o gol, sem sucesso. Os atacantes do Brasil surgiram por algumas vezes na área Colorada e o sistema defensivo do Internacional se mostrava confuso em determinadas jogadas.
Em uma jogada rápida do meio de campo e ataque Xavante, Dida de forma inteligente saiu da área e despachou a bola à frente, interceptando um passe longo que poderia ter redundado em gol.
Aos 28 minutos, em uma rara sequência de bom futebol, Alex cobrou falta e Luiz Müller fez difícil defesa. Em seguida, no rebote do escanteio, Aránguiz bateu, a bola desviou na defesa, subiu e por pouco não caiu dentro do gol.
Aos 38 minutos, Cleiton, chutou forte de longe, passando rente a trave e por pouco não surpreendeu Dida.
O Brasil começou o 2º tempo jogando da mesma maneira, mas deixando de só destruir jogadas e procurando trocar passes. Essa melhor postura criou, logo no início, uma oportunidade clara de gol para Fernando Cardozo, que sozinho na frente de Dida, cabeceou para baixo, mas para fora do gol.
Apesar da conversa de vestiário o Internacional não esboçava uma melhora de desempenho visível e o Brasil jogava melhor. O treinador Colorado que “enxerga” o jogo e acredita sempre na vitória, chegou à conclusão que precisava de velocidade e efetuou as trocas de Alex e Jorge Henrique por Alan Patrick e Otávio.
O desempenho do Internacional melhorou, mas continuava preso na forte e eficiente marcação Xavante, que já demonstrava o desgaste físico no empenho do sucesso da estratégia estabelecida pelo seu treinador.
Aos 22 minutos, D’Alessandro cobrou falta em curva e obrigou Luiz Müller a uma defesa acrobática.
Tentando de todas as formas buscar o gol da vitória, o treinador Colorado retirou Gilberto e colocou Wellington Paulista. O centroavante precisou apenas quatro minutos em campo para fazer 1 a 0, ao receber cruzamento de Fabrício, depois de um lançamento de D´Alessandro e bater a gol, sem chances para Müller e para tristeza ou frustração daqueles que transmitiam a partida.
Os destaques positivos a ressaltar em nosso Internacional foram Abel, mostrando porque é um técnico vencedor, evidenciando sua desconformidade com o resultado de um empate e outra mentalidade existente agora no Beira-Rio, a de respeitar, mas não temer adversários, espírito de vencedor, não tendo medo de errar e fazendo as substituições de forma muito inteligente. A acrescentar, o bom futebol e entrega de Aránguiz (tem que comprar logo o seu passe), a tranquilidade e eficiência do Dida e o Ernando jogando com a categoria e sobriedade de sempre. O que preocupa um pouco são as constantes falhas de marcação na entrada e centro da pequena área, principalmente em cruzamentos, Gilberto muito abaixo da última atuação sua e do Alan Ruschel, Paulão meio confuso, não inspira confiança, Willians, muito afobado e com muitos passes errados e Rafael Moura que ainda produz muito pouco para ser titular. Fabrício, Alex e Jorge Henrique muito abaixo do normal. D´Alessandro fez uma das piores partidas no nosso Internacional, apesar de ter feito o lançamento para o Fabrício ou foi para o Rafael Moura e sobrou para o Fabrício, no gol do Wellington Paulista.
A lamentar é a crença existente e incentivada no futebol brasileiro de que jogar retrancado, de forma viril, muitas vezes de forma violenta, com sucessivas provocações e tentativas de intimidação aos melhores jogadores adversários, com a complacência das arbitragens, só se defendendo e destruindo em quase a totalidade das vezes, esperando somente uma oportunidade para contra atacar, é uma estratégia elogiável. É muito triste para qualquer torcedor ver um treinador (imaginem se é do seu próprio time) defender em alto e bom tom essa postura de “não jogar”, devido à disparidade de qualidade com o adversário. Penso que isso explica o atual estágio do futebol brasileiro e principalmente no Rio Grande do Sul.
Um detalhe que chama a atenção quando das transmissões pela televisão são os inúmeros posicionamentos sempre contrários ao que se está vendo, sempre contra o Internacional e as citações inoportunas do tradicional adversário. Deve ser a imparcialidade de certa parte da imprensa…
Gauchão – 11ª Rodada
Local: Beira-Rio, em Porto Alegre.
Data: 26/02/14
Horário: 22:00 horas
Escalações:
Internacional (1): Dida; Gilberto (Wellington Paulista, aos 35 minutos do 2° tempo), Paulão, Ernando, Fabrício; Willian, Aránguiz, Alex (Alan Patrick, aos 16 minutos do 2° tempo), D’Alessandro, Jorge Henrique (Otávio, aos 16 minutos do 2° tempo) e Rafael Moura.
Técnico: Abel Braga
Brasil (0): Luiz Müller; Wender, Evaldo, Fernando Cardozo, Edu Silva; Leandro Leite, Washington, Márcio Hahn (Nena, aos 43 minutos do 2º tempo), Cleiton; Alex Amado (Ricardo Schneider, aos 41 minutos do 2º tempo) e Léo Dias (Dinei, aos 17 minutos do 2º tempo).
Técnico: Rogério Zimmermann
Gol: Wellington Paulista (Internacional), aos 38 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Willians (Internacional). Evaldo, Washington, Leandro Leite (Brasil)
Arbitragem: Márcio Chagas da Silva, auxiliado por Carlos Selbach e Tatiana Jacques de Freitas
Paupério, esse jogo foi realmente de muita marcação por parte do Brasil. De positivo, a vitória colorada, a prova de que o gramado é mesmo perfeito, pois choveu durante todo o tempo e não se viu nenhuma poça d’água, e a efetividade do W. Paulista. Centroavante mal posicionado não faz gol, e ele estava muito bem posicionado para colocar a bola prá dentro. SC
Pauperio,
Valeu pela vitória, mas nao gostei do INTER de ontem.
Tua análise foi precisa, apenas a acrescentar que, do meu ponto de vista, a saída de bola estava muito lenta e o adversário, que já é bom defensivamente, teve seu trabalho facilitado por esse motivo. Pouca criatividade ofensiva e o time peca pelo excesso do chuveirinho. A jogada está muito previsível. E o único cruzamento rasteiro do jogo, foi o que redundou no gol. Tem que apresentar mais opçoes de jogadas.
Nao quero me alongar no comentário. Dos que jogaram ontem, para mim podem ser titulares, o Dida no gol, pela experiência e segurança, o Ernando, o Fabrício deste ano, o Aránguiz e o D Alessandro, é claro.
Os demais, vamos observar um pouco mais.
SC