GreNal 405: faltou futebol

Disputas de bola. E foi só. | Foto: Alexandre Lops

Como acontece de vez em quando, o grenal acaba não sendo o que a gente espera. Não pelo adversário ser o grêmio, mas pela escalação por ora não desejar ofensividade. É estranho, admito, mas complicado se torna quando eu quero ser poética e o jogo não permite. Triste.

Grenal é o tipo de jogo onde a falação toma o lugar dos lances em determinados momentos, mas exclusivamente hoje o primeiro tempo foi mais falado do que jogado. O Inter entrou com campo com três absurdos volantes e abdicou da ofensividade que poderia inserir ao jogo logo de cara. O nervosismo sentido pelo time, possivelmente pela ausência de Valdívia, deixou espaços para o tricolor jogar e chegar mais na área do Inter do que vice-versa.

Os erros de passe e a pressa pelo resultado distraíam os jogadores. A mentalidade defensiva faz mal ao Inter, em todos os completos sentidos. O jogo truncado, como característica do clássico, ainda era melhor para o grêmio. O colorado não trabalhava a bola, pois quase não tinha sua posse. O Inter tanto cometia faltas perto de sua grande área que parecia mesmo que queria levar gol.

D’alessandro, ainda pouco inspirado e muito vigiado, não apareceu. O segredo para o colorado começar a jogar futebol seria tirar um dos primeiros volantes que estavam em campo. Aguirre pensou e voltou para o segundo tempo sem Nico Freitas. Valdívia, mais uma vez o destaque do jogo, levou o Inter para o campo adversário, mas o placar não se alterou.

Nossas melhoras jogadas surgiram pelo lado direito com William, Sasha e jovem mago colorado. Nilmar protagonizou o único lance digno de respeito no primeiro tempo, quando saiu costurando a defesa gremista – seria um gol e tanto.

A decisão e o jogo bonito ficaram guardados para nosso majestoso à beira do guaíba. Grenal bom mesmo é no Beira-Rio.

As vaias para D’alessandro? O que ouço são sons de inveja pelo ar. Me importo mais com a briga pela bola, pelo lance e pelo gol dentro do gramado. Aqui ao redor só desperto a atenção para a disputa no pulmão, na garganta, por quem grita mais, por quem apoia mais, por quem canta mais. Esse jogo conduz nossa paixão pelo futebol. É a batalha que traduz a emoção e a fúria. Quem conhece grenal, sabe. Futebol não seria o mesmo sem o sul. Quem não torce para o Inter ou para o Grêmio não sente 50% do que é realmente o futebol.

– Jéssica Loures

 

4 thoughts on “GreNal 405: faltou futebol

  1. Foi claro como a água saudável. Enquanto tinhamos 3 volantes fomos mais atacados.Quando Valdívia entrou e Nico saiu, empurramos o adversário para seu camo e praticamente Alisson não trabalhou.Tenho clareza que a escalação do Nico não foi uma decisão apenas de D Aguirre. Mas o segundo tempo será decisivo para a escalação do Beira Rio.

  2. Prezada Jéssica, aprecio sua visão sobre o futebol. Com relação ao clássico de ontem, ficou claríssima a ideia de que o Inter não tem vocação defensivista. Quem joga com três volantes é time medroso e não se vence greNAL demonstrando medo do adversário. Perdemos ontem grande chance de matar o grêmio em sua própria casa, menos mal que o Aguirre (e isso é uma grande qualidade dele) tem humildade suficiente para admitir o erro e mudar durante a partida. O tricolor, após a entrada do nosso Valdívia e a justíssima expulsão do Geromel parecia um lutador de boxe acuado nas cordas, sonhando com o som do gongo e querendo a todo custo o final da luta. Pena que nossos avantes não foram suficientemente felizes ao aplicarem seus golpes, faltou o direto de direita ou esquerda definitivo, faltou a finalização certeira! Mas tudo está encaminhado para uma nova jornada épica de nossos craques, o Inter e sua torcida apaixonada lutarão muito e o cinturão do Penta vai ser nosso, tenho certeza. Grande abraço, Gilmar.

  3. Alô você Jéssica!
    Extraí uma frase do teu texto que em minha opinião sintetiza o desempenho do INTER.
    “A mentalidade defensiva faz mal ao Inter, em todos os completos sentidos”.
    Isso diz tudo. Parabéns!
    Coloradamente,
    Melo

  4. Parabéns pelo comentário Jéssica! Foste feliz em que escreveste. Muito se fala nos bastidores que seremos um time ofensivo e tudo mais mas quando se vê isso??? –talvez raras as vezes em jogo de primeira fase no gauchão e isso bem raras vezes. Temos jogadores que clube algum tem, principalmente no ataque. Jogadores como Lisandro Lopes (machucado), jogador Vitinho nem banco as vezes pega. Será que nossos adversários se preocupam quando jogamos com três volantes?? certamente que não. Minha preocupação até nem está nesse grenal mas contra o Atlético MG, se entrarmos com esse tipo de escalação não precisa nem jogar o jogo de volta.

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