A DESPEDIDA DE VALDOMIRO DOS GRAMADOS

A data de hoje lembra a despedida dos gramados de VALDOMIRO VAZ FRANCO, ídolo e um dos maiores jogadores da história do S.C. INTERNACIONAL.

Naquele 17 de novembro de 1982, Valdomiro vestia pela última vez a camisa colorada. Era contra o Esportivo, cujo empate em 1×1 não tirou o título colorado, que veio a ser conquistado dias após.

Contratado junto ao Comerciário de Criciúma, aqui chegou em 1968, jogando até 1980. Afastou-se entre os anos de 1981 e 1982 para atuar pelo Milionários da Colômbia e voltou em 1982 para sagrar-se campeão e encerrar a carreira no INTER. Embora criticado no início pela imprensa e torcida, jamais arrefeceu seu ânimo de incansável aprendiz. Um verdadeiro guerreiro.

Veloz, dono de um potente chute, cruzava como ninguém. Exímio cobrador de escanteios e mortal na cobrança de faltas.

Na história do Clube, foi o jogador que mais vestiu a jaqueta colorada. Segundo a Agenda Oficial disputou 711 jogos. É o 4º maior goleador de todos os tempos, com 193 gols, superado apenas por Carlitos, Bodinho e Claudiomiro.

Carreira de multicampeão. Legítimo OCTACAMPEÃO GAÚCHO, pois foi o único que disputou todos os campeonatos. Também participou de todas as disputas do TRICAMPEÃO BRASILEIRO. E ainda foi Campeão Gaúcho de 1982 e BI Citadino de 1972 e 73.

Quando me perguntam: Qual o melhor jogador que vi jogar pelo INTER, respondo com convicção: O maior craque foi Falcão, mas  o mais eficiente foi Valdomiro, pois, além das conquistas citadas, segundo pesquisa dos anos 70, informava que Valdomiro participava direta ou indiretamente de mais de 70% dos gols colorados, quer através de passes,  cruzamentos ou chutes a gol. Basta lembrar o “gol iluminado de Figueroa”, na final do Brasileiro de 75 e no BI de 76, em participou dos dois gols, o 2º feito por ele mesmo.

E muitos e muitos gols tiveram sua participação naquele grande time, que lhe propiciou em receber, com justiça, uma placa como o atleta vitorioso da década de 70. Muito daquele timaço deve-se a ele.

Também vestiu a camisa da Seleção Brasileira, marcando o gol decisivo contra o Zaire, na Copa da Alemanha em 1974, com isso evitou a eliminação precoce do escrete ainda na 1ª fase.

Falando em seleção, nunca esqueço da famosa frase do atacante Jairzinho: – Os cruzamentos de Valdomiro  consagram qualquer centroavante.

A, assim, depois de tantas glórias, chegava o momento de abandonar a carreira, naquele dia 17 de novembro de 1982. Como jogador, é claro, uma vez que nunca desligou-se do futebol, mantendo uma escolinha em sua terra natal, Criciúma. Antes de lá voltar a residir, seguiu a carreira política, elegendo-se Vereador de Porto Alegre e Deputado Estadual pelo RS.

Também está frequentemente presente nos eventos ligados ao INTER, mantendo o liame com o Clube de coração que o consagrou.

No mesmo ano do Centenário do INTER (2009) foi criado o MEMORIAL de VALDOMIRO na cidade de Criciúma, que recebe muitos visitantes. Há dias que chegam, em média, até 250 pessoas, de várias cidades gaúchas, catarinenses e outros pagos, justificando sua condição de ídolo.

Enfim, uma singela lembrança na data de hoje a VALDOMIRO VAZ FRANCO, que foi e ainda conserva a condição de um dos maiores jogadores da história colorada.

Saudações Coloradas

Heleno Costi