Depois de um jejum considerável, realizado de forma proposital (enjoei dos torcedores cegos, enjoei dos torcedores que só vaiam, enjoei dos fãs clubes de jogadores acima do clube…enjoei ! ) voltei ao Beira Rio.
A saudade me empurrou até lá.
Entrei com o Gigante ainda quase vazio. Não vou discorrer sobre o que vi, a respeito de uma das organizadas, em relação ao espaço ocupado, ao empecilho imposto para que outros torcedores se acomodem (afinal o torcedor deve se acomodar onde lhe permitir o modelo de associação) e muito menos sobre a falta de luz, três vezes num período de 45 minutos, o que me irritou bastante.
Quero falar só do futebol.Confesso que não sei o que foi pior. Varzeano foi a palavra que enviei para alguns amigos, como medida de precaução a um possível infarto.
Os anos 80 voltaram à minha mente de forma tão clara. Passei mal… Passes errados, faltava vontade ou força para correr, faltava se entender, foi um arremedo de time. Contra um dos lanternas do campeonato.Meu Deus, o que nos espera em 2016. Me arrependi de ter atravessado a rua e gastado meu tempo. Me irritou a festa no gramado.Pensei: Será que vão abrir os portões quando estivermos na segunda divisão?
Me abstive de ouvir rádio, ler jornais, enfim…
Veio o fim de semana e, sem conseguir espichar mais as férias, estava na hora de encerrar as atividades de todos na praia.
Em meio as arrumações, o coração embrutecido resolveu dar uma espiadinha no jogo de domingo.Contra um dos líderes… começou há dez minutos, deve estar um filme de terror.
Pois de onde não se espera nada talvez venha alguma coisa. Surpresa! Parece que estudamos muito o Juventude, ou resolvemos mudar a história.
Eu que já me preparava para outra goleada no greNAL, já acho que um empate será possível e bem bom, para continuarmos na Primeira Liga.
Marcamos bem. Movimentação legal. Precipitação no último passe, talvez. Gostei do que vi. Alguns lances bem elogiáveis. Mas principalmente sem aqueles toques curtinhos para os lados, sem sem massacrado e ficar no desespero. Apenas faltando dez minutos para o fim do jogo o juventude conseguiu jogar. Mas isso porque ficou evidente o cansaço da turma da frente que marcou muito no jogo todo. Ainda falta muito para termos um time. Mas talvez, TALVEZ estejamos no caminho certo. Afinal, assim é a vida. ALTOS e baixos ( não tão baixos) fazem parte do crescimento.
Saudações Coloradas!
Adriana Paranhos
Confesso que venho tendo os mesmo sentimentos e ruins lembranças dos anos 80 e 90, mas já há algum tempo. Tenho sentido isso desde o jogo de estréia no do ano de 2015, na partida contra o tal Shaktar, saco de pancadas de tantos, mas que deitou e rolou por aqui. Mas percebo Adriana, que a principal semelhança com os anos 80 e 90 não vinha sendo o mau futebol, mas a nítida falta de vontade de vencer, não aquela vontade do tipo “O grupo está fechado, estamos focados” ou “Agora é trabalhar pois temos uma partida importante no blá, blá, blá…”, sinto (e sinto falta) daquela gana de vencer, daquela indignação que muitos de 70 falam até hoje, que se incomodavam quando perdiam uma partida, não é raro ouvirmos os relatos de Falcão, Dadá, Mario Sérgio, etc, a respeito de disso. E me entendam bem, essa vontade ela por vezes existiu, como no jogo no Horto do ano passado na Libertadores e contra o Palmeiras, no jogo da volta na Copa do Brasil, mas por que não depois do Horto? Por que não antes do Palmeiras? Por que não sempre? A resposta encontramos nos anos 70, em 92 ou 2006 (talvez um pouco antes em cada época).
Nos anos 70 tínhamos ótimos jogadores vindo de fora mesclados com jogadores da base de qualidade como Falcão, por exemplo, que não tinham grande conquistas no currículo e isso…Ah! Sem dúvida atrai qualquer um apaixonado por vencer e eles eram um grupo vencedor, alias, que década a de 70, pouco a a vivi, mas ouço as histórias como as da mitologia grega, porém são histórias reais.
Já em 92, aquela Copa do Brasil foi a única, mas também foi única, competição em que atropelamos o maior rival, Corinthians, Palmeira e Fluminense. E qual a semelhança com 70? Jogadores com poucas conquistas de expressão, mas com muita gana de vencer. E aquela mescla de jogadores de qualidade vindo de fora, como Maurício e bons talentos da base como Daniel Franco.
Em 2006 (que na verdade começou em 2005), tivemos a conquista inédita da Libertadores, que nos foi negada em 80 por um azar do destino, coisas que acontecem no futebol como ocorreu com a seleção de brasileira de 82 (talvez a última seleção brasileira que dava “gosto” de torcer). Além disso, conquistamos o título mundial sobre a grande equipe do Barcelona. Ah aquele time de 2006!! Quem viu o primeiro jogo da Libertadores no Beira-Rio, contra o Nacional do Uruguai, viu ali que aquela não era qualquer equipe. E novamente, entre tantos outros adjetivos, víamos a mescla de bons jogadores sem grandes conquistas, com destacados talentos da base, mas todos com gana de querer mais.
Outros grandes detalhes que levaram essas equipes a serem vencedores em suas épocas: Grandes capitães, várias lideranças positivas em campo, jogadores identificados com o clube, ainda tínhamos um esquema ideal para o tipo de equipe ou a equipe ideal para o tipo de esquema, somado isso a vontade de vencer o resultado é um time campeão. É nesse sentido que vejo estamos evoluindo, novamente juntando bons jogadores experientes, com talentos da base, mais um esquema tático que se adeque a equipe disponível. Vejam bem, temos muito a melhorar, nossa base não é a de 70, não temos um Dom Elias, Célio Silva ou Fernandão em campo, mas temos ao lado um treinador líder e identificado com o clube, mas o que realmente dá esperança de dias melhores é aquela vontade de vencer.
Alô você Adri!
De fato a coisa começou com uma cara muito feia, mas já não está tão feinho assim. Queira Deus que estejamos iniciando a curva scendente, está na hora.
Coloradamente,
Melo