Explode coração

Antônio Carlos Pauperio

Imagem (Yahoo)
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Nas horas mais difíceis é que identificamos as grandes paixões, pois elas devem ser desprovidas de fanatismo, mas muito intensas em amor ao clube que conquistou seus corações. Nas relações pessoais não é diferente.

As críticas não podem ser simplesmente críticas, destrutivas e somente semeadoras da desconfiança e de descrédito. As críticas carregam uma responsabilidade muito grande, pois deve pautar pela honestidade, serem desprovidos de interesses outros e que possam servir de alerta a focos que podem ainda não ter sido identificado e possam gerar análises e ações. Elas devem conduzir à possibilidade de ser encontrada uma melhor solução para as causas que geram esses momentos difíceis.

Momentos difíceis não são traduzidos em um espaço pequeno de tempo, em resultado negativo de uma competição ou jogo, mas pela análise de um período de tempo representativo. Apesar de, nesse momento, em Maio de 2016, pelas limitações de informações de um simples torcedor, vejo nosso Internacional sem rumo, meio atordoado ou sendo carregado pelos ventos do dia-a-dia não sei para onde. Dá a impressão que as ações são tomadas sempre com atraso às necessidades, sem compreensão de prioridades e urgência.  A preocupação reinante no seio da torcida, provavelmente pela utilização de uma política de informação um pouco equivocada, não muito clara e que não promove espaço para uma maior participação, é de não enxergar um trabalho que levará, mais uma vez, nosso Internacional à realização de seus sonhos.

Quando essas críticas, assim como os elogios, não são direcionadas às pessoas, mas sim ao resultado do trabalho desenvolvido por essas pessoas. Muitas vezes, a dedicação, a vontade de fazer bem e o esforço utilizado em prol de um clube ou a uma coletividade, por si só, não garantem a qualidade do resultado. Por essa razão, outras experiências de sucesso, uma vez analisadas com humildade, podem dar a luz necessária para muitos problemas que sozinhos não encontramos soluções. O mesmo acontece em situações do dia-a-dia em nossas vidas.

Vejamos com isenção, são vários anos com resultados semelhantes, com algumas poucas, mas importantes conquistas. Isso deve ser reconhecido. As conquistas regionais, das Libertadores da América e do Campeonato Mundial de Clubes – FIFA, por si só garantem isso. Se somarmos a isso o que foi realizado com a reforma do Beira-Rio, a conquista de mais de 100 mil sócios, se torna inquestionável reconhecer os méritos daqueles que se dedicaram e se dedicam ao nosso Internacional. Essas conquistas, felizmente, já fazem parte do passado e já não são suficientes para satisfazer os desejos da Massa Colorada. Nós queremos mais.

Existe um novo desafio à vista, ter vontade e encontrar os recursos necessários para realizar a reforma do Gigantinho, promovendo a sua modernização e a possibilidade de volta de investimentos nos esportes olímpicos. Penso que hoje, a ausência do tradicional adversário nessa área serve de justificativas para postergação dessa realização.

Nosso Internacional carece de uma análise profissional, em todas as áreas, desprovida de paixão, mas a luz da paixão que existe na torcida Colorada e nos objetivos da existência de nosso clube. Não se está afirmando que tudo que está sendo feito está errado, equivocado ou não tenha a qualidade e dedicação necessárias. O que estamos colocando é se existe uma resposta lógica para afirmar que tudo só pode ser feito dessa maneira e que não existe outra melhor. A nossa grande dúvida é se não existe espaço para um trabalho coletivo e profissional que possa levar nosso Internacional, no tempo planejado, projetado e necessário, para uma posição permanente de destaque no mundo esportivo nacional e internacional.

7 thoughts on “Explode coração

  1. Alô você Pauperio!
    Bem sabemos que não existe colorado mais colorado que o outro e por isso temos consciência de que as pessoas que estão à frente do futebol, especificamente se dedicam e querem o melhor para o Inter, entretanto estamos vendo há mais de um ano equívocos sobre equívocos e não se percebe uma política de futebol clara, objetiva. A critica portanto não é pessoal como bem falastes, é pontual., portanto, concordo contigo.
    Coloradamente,
    Melo

  2. Pauperio, acho que esse é o sentimento da grande maioria de colorados, mas infelizmente de tantos outro não, tantos outros que ainda se prendem a 2006, achando que estamos bem por estarmos nos últimos 15 anos melhor que o adversário que nada ganha, ou seja, há muitos colorados por aí com o mesmo sentimento e atitudes da atual gestão, sendo assim, estamos perdendo aquele foco que nos levou ao patamar de maior e mais profissional clube do Brasil da última década.
    Tenho esse seu sentimento também e sinto isso na maioria dos colorados. Pena que estamos divididos como torcida, pois muitos (inclusive a direção atual), preferem continuar mergulhados nessa síndrome de Obino.

    1. Fabiano sabemos que é cedo para conclusões, mas seguindo caminho mais barato (praticamente zero de investimento no plantel em 2016) e com mais dificuldades nesse início de ano, segue como o único clube brasileiro que ainda continua na Libertadores. O que realmente mais me preocupa é esse sentimento que sentimos, de aceitação passiva da mediocridade como referência para o presente e o futuro. Esse comportamento de falsa superioridade, de “joãzinhos do passo certo”, de soberba, surdos para os apelos da torcida Colorada, é que mais me revolta e que me preocupa, pois podem estar conduzindo nosso Internacional, a passos largos, para mais um ano de fracassos e, se não houver mudanças logo, de possíveis desastradas consequências.

  3. Assisti o jogo entre Nacional de Medelelin e Rosário Central da Argentina. Também assisti São Paulo e Atlético Mineiro. Dois jogos empolgantes , onde a entrega e o desejo de vitória mostrava a garra destas equipes. Costuma-se dizer equipes copeiras, discordo, acho que a palavra copeira se resume na garra e na vontade de ganhar. Acho tudo muito bonito Paupério, mas um time de futebol tem que jogar futebol, não importa se o elenco é fraco, uma coisa tem que ser latente, disposição , vontade e principalmente empenho. O que se vê no atual l INTER, é um time que se arrasta em campo, sem nenhum componente tático, são onze jogadores distribuídos em campo e seja o que Deus quiser´. Não, um time de futebol não é isso, estamos sem comando, sem um elenco que inspire confiança e o mais importante , sem um líder dentro e fora do campo. vou sugerir ao Argel, em vez de treino fechado, reunir os boleiros no vestiário e passar o vídeo dos dois jogos que citei no início do comentário.

    1. Leandro, exatamente esse também é meu modo de ver o nosso Internacional atualmente. Todas as justificativas das minhas discordâncias se resumem aos resultados encontrados até agora. Não tenho preferências políticas ou pessoais dentro do clube, muito menos discordo das pessoas. Foco somente o resultado do trabalho e é evidente que não são é o melhor, pelo contrário, altamente questionável. Quando escolhi o título dessa postagem era exatamente isso que queria expressar, não sinto pulsar o coração Colorado em campo e isso me incomoda, preocupa e inquieta.

    1. Alô, mô rei. Oxente, esqueceu o que iria escrever? Preparado para torcer como nunca no domingo? Esses caras estão nos fazendo sofrer. Gostei de ver o post no face. Obrigado.

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