Pelo bem da verdade

Constantes maus resultados e isso já vem há vários anos, desestrutura todo o conjunto. Nesses momentos de crise, temos que ter muita coerência para fazer julgamentos, pois os jogadores fazem parte de uma engrenagem, mas se o motor falha ou os dentes estão defeituosos, a engrenagem não funciona.

Olhando o atual plantel Colorado não podemos negar a qualidade de alguns e o esforço da maioria em campo, mas tudo fica comprometido quando tudo leva a crer que a nau está sem rumo e no timão temos alguém fazendo de tudo, menos cuidar do objetivo.

O jogador de futebol, tratado como é hoje, ao menos a grande maioria, pois as exceções são poucas e assim mesmo movidas a muito dinheiro e com pouco conteúdo de cabeça, segue a linha do “eu mando e tu fazes”, que convenhamos faz parte de gestões ultrapassadas. Nenhuma gestão moderna sobrevive hoje, sem um bom planejamento e um bom trabalho qualificado de equipe.

A vivência em vestiário e com pessoas de equipes, me faz crer que a linguagem confusa e titubeante da gestão não é e não pode ser compreendida pela estrutura. Nada pior para uma equipe quando não percebe segurança e apoio nos que a está dirigindo. Os jogadores são os menos culpados nessa situação, pois somente aqueles que hoje “tiram o pé”, os que não têm ou estão abaixo de suas qualidades técnicas e que demonstram claramente que não estão nem aí para o destino do clube, são poucos e, infelizmente, são escalados.

Não reconhecer a qualidade do futebol e esforço apresentado em campo pelos selecionáveis William e Rodrigo Dourado, é um equívoco. O bom futebol apresentado e a liderança positiva do Ceará, por favor, são reconhecidos por todos. A regularidade do Ernando é elogiável, assim como a qualidade do Danilo Fernandes e o esforço do Anselmo, assim como do Fabinho e Ferrareis. O Fernando Bob vinha jogando bem até se lesionar. O Eduardo, titular absoluto no clube onde estava emprestado, joga bom futebol e se trata de uma grata promessa a ser lapidada. Arthur vinha jogando muito bem e depois de alguns jogos onde recebeu toda a culpa da má atuação da equipe, parece que desaprendeu, mas é bom jogador e pode ser novamente aproveitado. Temos jogadores totalmente não confiáveis e assim eles foram também a outros clubes.

Valdívia esteve fora com grave lesão por muitos meses e ainda não recuperou a forma física e a confiança necessária, mas é bom jogador e selecionável no futuro. Vitinho e Sasha nunca mais jogaram com a qualidade que possuem e parecem jogar contra a vontade. A insistência burra de escalar jogadores que predominantemente só jogam com o pé esquerdo, jogando juntos, inclusive com um deslocado para a direita ou embolado na esquerda, “cansados de guerra” como Alex e Anderson em detrimento da escalação do Seijas é inconcebível.

Colocar em campo, como solução de cabeceio, um jogador com 15 pontos na testa, como foi colocado o Aylon, com o Ariel no banco, é inconcebível e só um jogador com muito amor à camisa Colorada e com vontade de ajudar entraria. Nico Lopes e Aylon hoje são preteridos para a entrada de um jogador que joga sozinho, olha só para o chão e procura manter o cabelo no lugar, indiferente com o resultado e sua participação no conjunto.

Não sou daqueles que acredita que não se devam dar oportunidades a jogadores reservas de outros clubes, mas olhando as últimas contratações, por favor, a base tem gente que joga mais. Uma contratação deve ser cuidadosamente escolhida, deve ser pontuais e a prioridade deve ser para atender as carências no plantel. Desculpe discordar de muitos, mas os grandes responsáveis por isso são os componentes dessa gestão, liderados por um presidente que por diversas vezes “não compareceu” para defender os interesses do clube. As escolhas equivocadas dos treinadores, não só de 2016, mas também de anos anteriores e a forma com que Falcão foi afastado, foram somente o reflexo no espelho do trabalha fracassado que representam.

Para encerrar, acredito que com uma gestão qualificada e um comando técnico à altura do nosso Internacional, esse mesmo plantel terá excelentes resultados, lógico com a exclusão dos que estão atrapalhando agora. A sinergia deve ser buscada e a voz do vestiário é importante para o sucesso. Quanto mais a gestão estiver afastada dos líderes positivos, maior será a chance de fracasso nos objetivos. Por essa razão defendo que na nova gestão achem um lugar para um veterano escolhido, já fora de atividades de campo, bom caráter, um jogador vindo do vestiário Colorado, que conheça, domine a linguagem calada, conversado somente a dois ou três, papo de bastidor e que não é expressa abertamente, para fazer “a ponte” entre a gestão e o sentimento real dos jogadores.

Independente do resultado desse final de campeonato não devemos e não podemos negar tudo que já foi feito, uma história maravilhosa de glórias e que muito nos orgulha. Caso o pior venha acontecer, o que não acredito, juntos reergueremos nosso Internacional e o recolocaremos no seu devido lugar.