Caminho não convencional

Estamos vivendo no Internacional um dilema sobre a certeza da correção dos passos e do cainho que estamos seguindo, como tantos outros que existe em nosso Brasil. A torcida Colorada permanece na dúvida, se o que foi estrategicamente traçado e que está sendo seguido, nos levará aos resultados esperados. Nosso sonho de títulos nos leva a viver uma ansiedade e uma incerteza de que estamos realmente no caminho certo.

Dentro do normal no futebol ou, se acreditarem melhor, seguindo o convencional, o que estamos vivendo hoje no futebol Colorado, foge da regra tradicional. Até hoje não temos um time titular e já se passaram três meses. A cada jogo, boa parte da equipe é modificada e, dificilmente, o time pegará conjunto sem uma sequência de jogos, assim como os jogadores não irão adquirir a confiança necessária em seu futebol e conseguirem em campo os seus melhores desempenhos. Nunca esse troca-troca de jogadores deu resultado vencedor na história, principalmente em competições mais qualificadas. Pode ser que no caso Colorado traga bons resultados, só o futuro irá mostrar, mas a torcida quer excelentes resultados, em outras palavras, protagonismo e títulos.

A cada jogo disputado, surgem sempre afirmações, ao meu modo de ver, fora da realidade, de que o desempenho está em ascensão, mas não é isso que percebemos nas arquibancadas. O time não apresenta entrosamento, não apresenta bons desempenhos e ainda está a mercê de uma ou outra individualidade e de um lance. Sobram empenho e esforço dos jogadores, mas falta trabalho conjunto de equipe. Em outras palavras, o time não consegue empolgar a torcida Colorada.

Muitas vezes as críticas são consideradas como falta de apreço ao treinador ou a determinados jogadores, mas são simplesmente fruto do desconforto existente, pois os desempenhos não transmitem confiança. Não existem críticas às pessoas, mas sim aos resultados de seus trabalhos traduzidos nos desempenhos do time em campo depois de três meses. Nesse ponto gostaria de fazer um reparo, quem trouxe o Internacional de volta à Série A do Campeonato Brasileiro, não foi o atual treinador, como muitos insistem em afirmar. Muitas vezes a memória engana alguns, principalmente quando se trata de seus interesses.

Gostaria de deixar muito clara minha posição, não tenho nada contra as pessoas que dirigem o clube, pois seria um absurdo para um leigo, mas discordo de algumas posições tomadas, tanto na gestão, como no comando técnico do plantel, simplesmente porque até o momento aparentemente comprometem o futuro desejado pela torcida Colorada. Depois de desclassificações não adianta lamentar, pois os erros do passado recente deveriam nortear as ações do presente.

Para não ficar “em cima do muro” e deixando mais clara minha posição, vou colocar duas situações atuais. A torcida Colorada esperava da gestão administrativa e técnica uma posição mais forte no caso da duplicação da pena do Nico Lopez, mesmo que a decisão fosse jogar com um time reserva. Para piorar, nem um time reserva foi colocado em campo, “pedindo” para levar uma goleada na casa do tradicional adversário, pois retiraram os seus melhores jogadores, desorganizando a estrutura que tinha e que havia enfrentado o Aimoré. O Internacional não pode ser prejudicado e simplesmente todos abaixarem a cabeça e aceitarem sem, nem ao menos, protestar e mostrar sua desconformidade com o que acredita ser uma injustiça.

Sinceramente, espero estar errado e que tudo terminará bem, mas comparando com o convencional e com os conceitos atuais do futebol moderno, vendo outras equipes de grandes clubes jogarem, sem ser pessimista, mas realista, sem algumas mudanças importantes de comportamento da gestão, tudo indica que teremos dissabores pela frente, apesar da boa intenção e de todo o esforço que está sendo feito agora.

Nesse momento, apesar de discordar de algumas coisas, só me resta ter fé, confiar, continuar acreditando e torcendo mais ainda pelo sucesso Colorado nas importantes competições de 2019, espaços conquistados com tanto esforço e sonhados pela torcida, principalmente a participação na Libertadores da América.

2 thoughts on “Caminho não convencional

  1. Ilustre e valoroso Paupério. Concordo em gênero e grau com tuas observações coerentes, sensatas, temerárias, e verdadeiras. O fato é que o tamanho das dificuldades para harmonizar uma gaiola de vaidades e daí tirar uma harmonia onde o trabalho em conjunto seja a meta principal para o alcance do sucesso é deverás uma missão hercúlea destinada a mais de uma cabeça pensante. Creio que não é fácil ser marisco com ondas volumosas e inconstantes… Assim, apascento meu coração quando ao final da partida tenho pelo que comemorar. Os jogos europeus nos dão uma nostalgia, uma sensação de incapacidade total. Velocidade do som e velocidade da luz são somente velocidade… a escolha cabe ao comandante de acordo com seus instrumentos. Grande abraço

    1. Jaldemir, sempre é bom ler teus comentários, pois representam claramente esse ardor existente em corações Colorados. Você está certo, é uma verdadeira “gaiola de vaidades’ onde tem de haver muita habilidade para não ferir suscetibilidades, entretanto além dessa qualidade precisa também haver coragem para adotar determinadas atitudes e clareza sobre como chegar nos objetivos. Por mais que tente, não consigo entender a lógica do atual treinador Colorado, pois não me parece adequado manter esse rodízio, desculpe, maluco de jogadores, que ao meu modo leigo de ver, impede o entrosamento do conjunto, não permite o conhecimento mútuo das diferentes características dentro do campo e compromete a confiança de cada jogador em seu próprio futebol. Pior coisa para um jogador é essa dúvida se vai ou não jogar, pois se prepara psicologicamente sempre antes de cada jogo e esse negócio de dizer que o reserva deve estar sempre preparado, é balela, pois o problema maior é saber se vai ser escalado ou se ficará na reserva. São coisas bem diferentes. Outro ponto crucial é essa dúvida que martela a cabeça do jogador, se vai ou não permanecer na equipe titular e se isso só considera seu desempenho bom ou não tão bom a cada jornada, pois isso também impede que possa adquirir a confiança necessária para jogar. Em futebol não existe mágicos ou mágica, existe só trabalho, conhecimento das características dos jogadores, a melhor maneira de aproveitá-las e esquemas de jogo aproveitando isso, da melhor maneira possível.

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