Não deu tempo de se irritar

Em tempo de pandemia, nervos a flor da pele e muita impaciência, porem lembrou a juventude e os bons tempos de Mike Taison, olhei para o lado, tomei um gole de água e já estava um a zero e ainda não havia sofrido nenhum sobressalto na minha poltrona.

Não poderia ser diferente, no Beira Rio de gramado perfeito jogo valendo como manda o bom senso foram os titulares a campo, e com isso o bom futebol se fez presente também, mesmo dando os descontos a fragilidade do adversário.

Trocas de passes rápidos, deslocamento constante e aos poucos fomos sufocando o Esportivo de Bento Gonçalves e aos vinte e poucos minutos a parada já estava resolvida, sem apelação pois a superioridade técnica é enorme.

Para mim solidificou alguns conceitos que tenho e a certeza que necessitamos e vamos melhorar muito. Não tenho mais dúvidas que mesmo achando o Moledo um excelente zagueiro, para o que propõe o nosso técnico o Fuchs é titular pela melhor saída de bola e capacidade de lançamentos demonstrando melhor técnica.

Nossos laterais precisam apresentar melhor desempenho nos dois fundamentos, na marcação e apoio, talvez a fragilidade do adversário os induz a alguma soberba, mas no próximo sábado se nada mudar já será brasileirão.

A bastante tempo que percebo que os quatro jogadores que fazem o meio campo de uma equipe é o ponto principal para o sucesso, definição das vitórias vem deles quem tem superioridade nesse setor acaba com a vitória e ainda nos falta equilíbrio nesse quarteto.

Bustos não me transmite segurança, estou sempre esperando alguma falta desnecessária partindo dele e sem se preocupar se está dentro da nossa área ou na intermediária do adversário, mesmo com boa qualidade tem que ser mais ágil na saída de bola.

Boschilia que não havia entrado em campo no grenal, voltou a ter uma boa atuação, com bastante movimentação, chutes de média e longa distância, Edenilson dentro de seu padrão de qualidade normal, Thiago Galhardo com muito boa atuação nos leva a um dilema, entre a sua intensa movimentação, boa assistência e até sua grande contribuição com os indispensáveis gols.

Ou a capacidade de surpreender e fazer a jogada de primeira, sua liderança natural de D’Alessandro, que está inspirando e certamente sentirei saudades, pois parece que no Clube não existe a capacidade ou condições de se encontrar um substituto a sua altura.

Mas não tenho dúvida que temos um sério problema de equilíbrio em nosso meio campo, talvez se o Dourado voltasse recuperado e jogando seu melhor futebol amenizasse essa dificuldade crucial para podermos sonhar com voos maiores.

Marcos Guilherme tem se mostrado muito participativo, essencial para as jogadas de velocidade mas ainda falta uma maior efetividade, mais um vez fez gol, porem está faltando, ainda um click a mais na sua principal função de assistência ao centroavante.

Guerrero é centroavante, essa função necessita de assessoria, de bola na área por cima ou por baixo quando ela chega temos esse jogador da função em consequência os gols, mesmo tendo perdido um gol incrivel, ou dando méritos ao Renan por grande defesa, mas ele estava lá e concluiu, esta recuperando sua forma e será muito importante na continuidade e próximas disputas.
Gols de Thiago Galhardo aos 35 segundos que de cabeça aparou uma bola cruzada de Edenilson abrindo o placar.

Aos dez minutos, Marcos Guilherme pelo lado direito de fora da área chutou bem no canto e venceu o Renan e fez o segundo do Inter.

Aos quinze minutos, em uma roubada de bola, Thiago Galhardo aproveitou o vacilo do João Pedro e deu de bandeja para o Guerrero estabelecer o três a zero e decretar um afrouxamento que não deveria ser natural, permitindo ao esportivo tentar esboçar uma reação.

Na virada para o segundo tempo, por preservação e para poder observar suas opções, foram feitas várias alterações, Cuesta que vinha atuando dentro do seu normal saiu para entrar Zé Gabriel que teve bom desempenho.

Guerrero e Galhardo saíram par entrada do D’Alessandro e Potker, em seguida Edenilson foi substituído por Patrick que aos 14 minutos do segundo tempo em uma roubada de bola, após cobrança de escanteio do adversário, armou o contra ataque que acionou o Pottker que com uma jogada de pivô, possibilitou Boschilia batendo de primeira fechar o placar com o quarto gol.

Coudet fez mais uma troca de Marcos Guilherme por Praxedes, jovem que gera grande expectativa na torcida e imprensa e realmente transmite a esperança que esteja surgindo um bom meia que talvez contribua para melhorar nosso meio campo.

Aos dezoito da fase final veio o lance bizarro da partida, num descuido do sistema defensivo surge um jogada de velocidade que surpreende a todos, Saravia na entrada da área que era o último jogador antes ao Lomba fez uma falta e foi expulso, ai fica a pergunta, como um jogador dito de nível de seleção argentina comete uma imprudência dessas?

Qual a diferença de 4 a zero ou a um? A certeza que na próxima partidade ele não joga.

Contrariando o título da matéria, a expulsão acabou por me irritar.

Fonte imagem: Site Sport Club Internacional