O ano de 2003 começou de uma maneira diferente para o Inter: ao contrário dos anos anteriores do século recém iniciado, o Colorado deveria ir além do título estadual. Para isso, era preciso um novo Inter, com novidades no elenco e comissão técnica. A primeira prova seria o clássico Gre-Nal 353, disputado no Estádio Olímpico. Naquela época, o Grêmio possuía uma invencibilidade de 13 jogos sem derrotas em clássicos e estava em um melhor momento. A maior série pertencia ao Inter dos anos 1970 (mais precisamente de 1971 a 1975). Ou seja: o Inter lutava não apenas para ganhar um jogo importante, mas também para manter a sua história intacta, sobretudo, de uma década que mostrou quem era o Inter e orgulhava tanto os torcedores de diferentes gerações em 2003. Portanto, os comandados de Muricy Ramalho, subordinado pelo Presidente Fernando Carvalho, entraram no Olímpico cientes da responsabilidade que carregavam. Não era só mais um Gre-Nal em nossas vidas. Era o primeiro Gre-Nal do resto de nossas vidas.
No calor tradicional do verão gaúcho, a torcida do Inter estava presente para o jogo e apoiou desde o primeiro segundo. Porém, o apoio não foi sentido pelos jogadores alvirrubros na etapa inicial. Tinga (na época, vestindo as três cores) teve uma oportunidade clara para abrir o placar e cara a cara com Clemer, finalizou para fora. Neste lance, deduzo que o torcedor colorado sentia que o capítulo final seria como um conto de fadas, diferente da crítica realidade vivida nos últimos anos. O Grêmio continuou atacando. Luiz Mário teve a sua primeira chance, mas Clemer salvou. Artilheiro que era, o atacante não perderia a segunda oportunidade e, aos 35 minutos do primeiro tempo, abriu o placar.
Em outros tempos, o Inter sentiria aquele gol, mas foi diferente. Uma equipe confiante foi para cima ainda naquela etapa, mas não conseguiu balançar as redes.
Na segunda etapa, o Colorado insistia nas chances, mas sem brilhos. A melhor chance do Inter até os 21 minutos foi de Cleiton Xavier, que mandou um chutaço, exigindo uma defesa de Danrlei. Aos 22 minutos, a história do jogo (e do Inter) mudou. Cobrança de escanteio batida e o zagueiro Vinícius marcou de cabeça. Grêmio 1 x 1 Inter.
Claro que a partida estava muito tranquila para um clássico Gre-Nal; faltavam as cenas lamentáveis. Elas ocorreram, com direito a uma cabeçada e empurrão de Danrlei no bandeirinha. Na regra do futebol, esta conduta exige expulsão e até outras normas a serem cumpridas, porém, naquela tarde 09 de fevereiro de 2003, o critério mudou: o goleiro gremista levou apenas um cartão amarelo.
O placar estava em aberto e o Inter continuou insistindo. Até que aos 41 minutos veio o lance que fez este jogo ser lembrado para sempre. O lateral direito Thiago Matos cruzou na área, Diego recebeu e tocou para Daniel Carvalho, que fintou e chutou no fundo do gol. Grêmio 1 x 2 Inter. Um gol jovem, com destaque para os três jogadores formados na base colorada (ah o Vinícius também era formado na base, mas já era experiente). Foi um gol que fechou as portas de uma época de medo e insegurança, abrindo um caminho mais otimista para o Sport Club Internacional.
Aquele novo Inter mal o sabia que aquela vitória significaria para a história colorada. O século XXI veio para simbolizando uma nova era, trazendo a modernidade e perspectiva de uma época mais próspera. Para o Inter, o século começou no dia 09 de fevereiro de 2003. Tarde? Não, tudo tem seu tempo. Vimos o resultado no dia 17 de dezembro de 2006.
Muito bom relembrar a vitória do Inter, ainda mais com um texto bacana do Messias Fortes.
Oi Jaldemir. Como sempre um comentário sem restrições. Respeito muito o que pensas sobre o INTER e esta coisa chamado futebol. Vamos pra cima deles e manter a hegemonia do futebol dos Pampas. Octa só terá um. Abraço.
Salve Messias! Outro clichê: “Recordar é Viver”! E neste belo retrato escrito e descrito com tanta simpatia revela a grandeza do efeito na alma rubra causado. Tantos anos passados mas digno de ser recontado. Parabéns, mais uma vez!
Bom dia Messias Stabile Fortes e demais Amigos do BAC.
Que lembrança meu Amigo, alí começavam a ser escritas as páginas, de uma das mais brilhantes histórias do Sport Club Internacional.
E como é bom lembrar isso agora, o momento é especial e quem sabe estaremos hoje, dando ínicio a mais uma brilhante jornada.
Um abraço a todos.
Alô você Messias!
Um post retrô pra ninguém botar defeito. O dia em que a molecada dirigida pelo também jovem Murici Ramalho não se intimidou. Eu diria até que foi o sangue Colorado forjado nos campos suplementares do Gigante que deu a resposta que aguardávamos. Os três protagonistas filhos do CELEIRO DE ASES, VINICIUS, DIEGO E DANIEL CARVALHO, tiveram ainda Cleiton e Ismael para completar o grupo de meninos da casa. Esse greNAL , marcou a estreia do Paulo Paixão em clássicos pelo Inter , logo após a incompatibilidade com o treinador deles, o Tite.
Diretamente da Cavalhada Porto Alegre RS
Coloradamente
Melo
Prezado Colorado Messias Stabile Fortes,
Belo texto acima descrevendo a História do Gre-NAL 353 ocorrido há quase 22 anos atrás (naquele dia meu único filho entrava no seu segundo mes de vida 🙂 )!
De fato, uma vitória em Gre-NAIS é extremamente importante pois areja o ambiente e dá confiança para seguir adiante na competição (seja estadual ou nacional).
De qualquer maneira, como sempre enfatizo nos meus comentários por aqui, temos que jogar este Gre-NAL com MUITA seriedade, atenção, força, garra e técnica do primeiro ao último segundo de jogo incluíndo os acréscimos!
Espero do fundo do meu coração que consigamos voltar a vencer (depois de tantos anos) na Arena do nosso maior rival para consequentemente jogar as próximas duas partidas da fase de classificação do Gauchão 2025 com mais tranquilidade.
Um grande abraço e saudações Coloradas da Terra do Sol Nascente,
Wilson Pardi Junior
Cônsul do Sport Club Internacional no Japão
PS. O que significa TBT?
Que lembrança maravilhosa! Deu pra sentir a emoção daqui, lendo e relembrando!