Sinais importantes que são subestimados.

Sinais importantes que são subestimados.

 

Nessa minha postagem, dia da partida prevista entre Internacional x Esportivo, não vou me referir à violência crescente verificada em todas as áreas de atividades no Brasil, pois não sou um especialista para tratar esse assunto, apesar de ter opinião formada, mas sim na vida do nosso futebol.

Como gosto de esportes, principalmente futebol, basquete e vôlei, dia 02/03/12 assisti pela televisão os jogos Barcelona x Real Madrid, Real Madrid x Barcelona, Milan x Lazio e São Luiz x Caxias. Sobre as experiências desses dias, vou focar e projetar minha abordagem.

Como sempre, mais uma vez fiquei deslumbrado com a educação da grande maioria dos torcedores durante as partidas na Europa, sem desconhecer as manifestações racistas condenáveis e condenadas energicamente pelas federações europeias e pelos governos. Comportamentos desleais e violentos de jogadores são condenados até pelos outros jogadores, assim como pelos árbitros, federações, torcedores e imprensa. Constatamos sempre uma presença elogiável de pessoas de todas as idades, também a presença de um grande número de mulheres e crianças, alegres e dando um brilho especial a esses jogos. Quando teremos em jogos, no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil, essa presença de todos os tipos de torcedores e esse comportamento educado? Com a inauguração da capenga Arena e no caminho da reinauguração do nosso Beira Rio, fiquei pensando na origem desses comportamentos. Lógico, claro e evidente, a EDUCAÇÃO continuada desses povos. Esses comportamentos ordeiros, educados e responsáveis são frutos de trabalhos contínuos de governos, empresas, imprensa, escolas e cidadãos. As torcidas quando organizadas por desordeiros, são banidas de estádios e seus integrantes presos e punidos rigorosamente conforme a lei. O que mais impressiona, é que os países se comportam como extensões, tornando as medidas mais eficientes e muito efetivas. Em qualquer comunidade existem exceções ruins, claro que se trata de uma minoria, mas agindo incorretamente devem arcar com a ação corretiva correspondente.

Vocês devem estar curiosos, mas por que São Luiz x Caxias consta em minha abordagem. Nada específico contra a Cidade de Ijui, de seu povo ordeiro e trabalhador ou à maioria dos torcedores do São Luiz. Apenas aproveitei esse jogo para ilustrar minha abordagem. Friamente observando o comportamento das torcidas, principalmente da local, assim como em tantos outros jogos e em outros locais, observa-se uma grande diferença entre o relatado anteriormente e ao constatado nesse jogo.  No relato anterior as torcidas cantam hinos, canções e exaltam jogadores de seus clubes, inclusive aplaudem o jogador adversário quando ele é inquestionavelmente superior ou vaiam quando não gostam de alguns, nesse último jogo, o que verificamos foram insultos, palavrões e manifestações racistas (assim foi narrado e condenado até na transmissão).

Os comportamentos desleais e violentos de jogadores são ovacionados pela torcida e até pelos outros jogadores do mesmo time, sob a complacência de árbitros, federações e imprensa. Para ilustrar melhor o que escrevo, no segundo tempo do jogo, o centro avante do São Luiz foi tocado por trás e caiu, falta clara, apitada, mas na sequência, jogo parado, houve duas agressões covardes a jogadores do Caxias, totalmente ignoradas pela arbitragem, como se nada tivesse acontecido. Até na transmissão foram desconsideradas. Outra situação lamentável ocorrida foi a agressão covarde ao jogador do Caxias, destaque da equipe, junto a linha de fundo, lado das sociais do São Luiz, com um “carrinho” nas canelas, que só por sorte não deve ter provocado séria lesão. Ao que parece, pela transmissão, nem cartão amarelo levou, merecia um cartão vermelho e não foi nem comentada pela transmissão do jogo. Em todos os aspectos, lamentável.

Uma situação que mereceria uma atenção especial da Federação Gaúcha de Futebol são essas arbitragens que permitem a violência dentro de campo, o uso da “falsa malandragem”, espetáculos tristes de falsas agressões, mas principalmente da aceitação passiva de ameaças e ofensas diretas aos árbitros e auxiliares sem a devida ação. Não é possível aceitar essa falta de postura de alguns árbitros e essa falta de educação evidentes dos “artistas” nos jogos. Uma situação que temos visto é o enfrentamento físico desejado por alguns árbitros quando um jogador “perde” a cabeça, criando uma situação de risco e gravidade ainda maior. Árbitros deveriam ser julgados e quando condenados, também sofrer punições como os jogadores.

Quanto às manifestações racistas, por favor, é hora de acordar e agir energicamente com esses maus elementos, infelizmente infiltrados em nossas torcidas, assim como em toda a sociedade. Infelizmente (os mais “rodados” devem se lembrar) me levou ao passado e as faixas do “Planeta dos Macacos” e do “OI, OIC, OIC, OIC” e “VPPQTP”, dos incêndios provocados pela torcida do tradicional rival (será que teremos que “aguentar” novamente no novo Beira Rio) e de toda a violência gerada com esses comportamentos naquela época. Nesse item, cabe principalmente a federação, aos dirigentes dos clubes e aos jogadores e, depois, também aos torcedores assumirem suas responsabilidades.

Quando citei sinais importantes desconsiderados que são subestimados, estava me referindo a tudo isso que comentei, pois não é possível que todos os torcedores gaúchos considerem normal apedrejamento constante de ônibus, sem a devida ação corretiva, com a identificação dos responsáveis e a devida ação judicial. São vândalos, desordeiros e bandidos que precisam ser identificados e suas responsabilidades cobradas. Quando há a necessidade de mudança de locais de jogos e horários para evitar confrontos e outras situações semelhantes, me parece que estão agindo preventivamente nas consequências e não em suas causas, na origem desses comportamentos deploráveis no mundo do futebol.  O que esperar para o futuro do futebol, caso não se leve em consideração todos esses avisos e a necessidade dessa mudança radical de comportamento. Esse comportamento, com o início de punições aos clubes, com definição de troca de mandos de jogos, jogos com público zero ou com presença de somente uma torcida tem provocado prejuízos irreparáveis nas imagens e financeiras dos clubes envolvidos, assim como no direito de vermos nossos clubes jogarem. Caberá também a nós torcedores ficarmos mais atentos na tentativa de evitar que esses atos condenáveis aconteçam, ou até mesmo colaborar na identificação e possível eliminação desses maus elementos que só visam trazer prejuízos à coletividade. Infelizmente, também no mundo dos esportes, nesse caso no futebol, o comportamento é o reflexo da educação de um povo.

Muito “chão” ainda temos a andar… Enquanto são aceleradas (ou não) ações preventivas para oferecer uma melhor qualidade na formação de nossas crianças, para que se transforme em adultos mais educados, mais conscientes com as suas responsabilidades individuais e coletivas, do dever de repulsa a descriminação em todas as suas formas, temos que ter a coragem de agir energicamente e corretivamente na repressão de péssimos comportamentos de alguns poucos.

5 thoughts on “Sinais importantes que são subestimados.

  1. Paupério, sinais importantes: as atitudes do D’Alessandro, o jeito do Inter se comportar no gramado e o “jeitão” Dunga me faz pensar que Dorival Junior não é técnico de série a….

  2. Pela semelhança da falta, “vendo” na Internet o lance violento ocorrido na partida entre a Ponte Preta e o São Caetano, em que um jogador deu “um carrinho” em seu colega de profissão, apenas adversário naquele jogo, quebrando seu tornozelo esquerdo e provocando seu afastamento dos gramados por 120 dias, voltei a lembrar-me do lance no jogo São Luiz e Caxias. O jogador do Caxias está bem ou também houve alguma gravidade na lesão?

  3. Melo, seria muito interesante identificar de onde surge os recursos que sustentam uma torcida organizada no Brasil, a começar pelas do nosso Internacional, apesar de minha postagem abordar o patamar que temos de alcançar para uma maior educação do povo brasileiro.Um ponto a salientar e comparar, é observar o comportamento de nossos torcedores, pode ser em qualquer esporte, do tenis ao futebol. Na Europa, nas torcidas organizadas violentas, seus integrantes são identificados, fichados, presos e impedidos de participar de partidas de futebol, inclusive até de viajar a países de times adversários. Na Argentina, os recursos das bravas foram exaustivamente investigados e denunciados. Existem estudos em todas as partes do mundo sobre as torcidas organizadas, suas origens, benefícios, malefícios, origem de seus recursos e tantas outras coisa mais. Pensando somente no Brasil, no Rio Grande do Sul, no nosso Internacional, pelas estatísticas registradas, já ocorrerram algumas mortes de torcedores COLORADOS. Continuo pensando que se não for dada a devida atenção e importância a esses apedrejamentos e a outras demonstrações de violência explícita, identificando esses bandidos e os punindo severamente, logo teremos mais mortes. Qualquer torcida organizada, coo o próprio nome já diz, é para TORCER pelo clube e não para servira qualquer outro interesse. Por essa razão, acredito ser importante a identificação das fontes de recursos que sustentam as torcidas organizadas do nosso Internacional.

    1. Alô você Pauperio!
      Entendi perfeitamente sua colocação, apenas quis dar ênfase a origem dessa baderna toda quando citei Hooligans (tenho lido, continuam muito ativos talvez um pouco menos, mas muito longe de acabar). Quanto a origem dos recursos, é sabido que saem dos ingressos que ganham gratuitamente para acompanhar aos jogos dos “seus” times. Exemplificando (caso hipotético), são dados a determinado “lider” 800 ingressos para que sejam distribuidos entre os “seus seguidores”. 300 ingressos são destinados aos fins propostos os outros 500 são comercializados para e fazer frente a pequenas despesas do grupo. Na verdade vão para o bolso de alguém ou alguéns. Aí nota-se o fenômeno sociológigo da injusta “divisão de rendas” . Eis um dos motivos das desavenças (inclusive físicas) muito pouco importando o andamento e até o resultado do jogo. Isso é uma ficção, qualquer semelhança com fatos reais, é mera coicidência.
      SC

  4. Alô você Pauperio!
    Lendo sua tradicionalmente bem elaborada matéria, notei a referencia que fazes à europa. É bem verdade, entretanto foi de lá que partiu o exemplo de mau comportamento implantado pelos Hooligans e “aperfeiçoado” pelos argentinos com seus “barra bravas”. Muito se tem lido sobre a responsabilidade de dirigentes que colocam acima de tudo seus interesses pessoais, financiando o núcleo dessa gente que a posteriori passa a influenciar comportamentos e que hoje atinge a esse estágio lamentável. Isso só terá fim quando todos assumirmos responsabilidades relativas, Dirigentes, torcedores, imprensa e num grande debate cheguemos a um entendimento e estabeleçamos regras, critérios etc. É preciso sobretudo que se decrete morte do “não é comigo”.É fundamental que os interesses pessoais sejam sufocados e sepultados ou em um futuro bem próximo estaremos comprando uma poltrona mais confortável, uma vez que assumimos nossa derrota para os baderneiros e seus padrinhos.

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