Por não acreditar que essa seja a melhor solução para nosso Internacional, assumi o compromisso de postar os desdobramentos da eleição direta para presidente, precedente aberto pelo Esporte Clube Bahia em 2013, com o objetivo de procurar evidenciar a necessidade da busca de uma análise mais profunda na escolha de dirigentes e conselheiros, visando a profissionalização, cada vez maior, das gestões dos clubes no Brasil. É muito importante que um dirigente, antes e depois de assumir, entenda e viva a responsabilidade de conduzir durante uma gestão a imagem, a história do clube e os anseios de uma torcida e como sua postura, a frente de um clube, pode ser altamente prejudicial ou não.
Por acreditar que os maiores prejudicados são os clubes e que muitos dirigentes, inexperientes inicialmente, procuram se perpetuar no poder, para ganhar notoriedade pública para atender diversos interesses e, por outro lado, também ganhar muito dinheiro com negócios particulares conexos, muitas vezes montando equipes de olho não na competência do jogador e a sua adequação ao time, mas no valor de compra, revenda e comissões após a colocação na “vitrine”, é que transcrevo, sem emitir uma opinião a respeito, mas muito perto do que penso sobre alguns pontos, com o objetivo de contribuir para uma melhor informação e análise dos leitores do BAC, sobre o estágio do futebol atualmente no Brasil, estou colocando nessa postagem partes, sem retoques, da reportagem do Correio da Bahia, publicado na quarta-feira, dia 12 de março de 2014, em Salvador, Bahia.
Manchete da 1ª capa da edição:
Viagens e mesadas para jornalistas e radialistas
JABÁHIA
Bahia divulga “lista do jabá”, relação com nome de 22 jornalistas e radialistas que tiveram viagens pagas pelo clube ou receberam benefícios financeiros.
Partes da reportagem publicada por Herbem Gramacho e Miro Palma.
Levou um mês, mas saiu. O Bahia divulgou os documentos que apontam gastos no valor de R$ 865.037,73 no período de 2006 a 2013 – sendo a maioria de 2011 a 2013 -, com despesas de 21 radialistas, uma jornalista e despesas com terceiros.
Esse valor, de acordo com o clube, está dividido em duas frentes: R$ 486.894,82 relacionados a serviços divulgados como publicidade em programas esportivos e o restante – R$ 378.142,91 – em passagens aéreas para imprensa e pessoas não ligadas ao clube, como esposa, irmão e assessor do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho.
A polêmica foi lançada em entrevista do assessor especial da presidência do Bahia, Sidônio Palmeira, em Fevereiro. O dirigente afirmou que a atual diretoria recebe muitas críticas por ter cortado o jabá (benefício financeiro ou material dado a jornalistas ou radialistas), prática que, segundo ele, era comum na gestão de Marcelo Filho. A declaração gerou mal estar e cobrança de imprensa e torcida até a divulgação da lista na noite da última segunda-feira, em reunião do Conselho Deliberativo.
De acordo com os documentos, a empresa maior declarou que recebeu R$ 179.600,00 por serviços descritos como “veiculação do Bahia na programação esportiva de Rádio FM” e “criação, elaboração e produção de material ilustrativo do departamento de marketing do Bahia”.
Em nota assinada pelo sócio majoritário da empresa, o radialista Márcio Martins, presidente da Associação Baiana de Cronistas Esportivos, a entidade de classe tratou a atitude do Bahia como “um desserviço à sociedade” por fazer “veicular uma lista com inúmeros prestadores de serviços e sem identificar quem seriam ou quais seriam os supostos “jabazeiros” que receberam dinheiro de forma ilegal e/ou irregular, colocando numa relação de supostos criminosos pais de família”. Acrescentou que já está com procurações dos outros atingidos para acionar judicialmente o Bahia, o presidente Fernando Schmidt e o assessor Sidônio Palmeira.
Em trecho publicado por Marcelo Sant´Ana, o ex-presidente Marcelo Guimarães Filho foi direto ao comentar a repercussão da lista de pagamentos a terceiros do Bahia. “Descarto em absoluto, rechaço com veemência, lamento que pessoas que estão no Bahia, Sidônio (Palmeira), principalmente, tenha acusado tantas pessoas de ter recebido jabá e depois voltado atrás. Lamentável atitude frouxa, demagoga. O Bahia na minha gestão nunca deu jabá a nenhum jornalista. E mais uma ação atrapalhada que vai gerar ações e processos ao Bahia”. Para Marcelo Filho, são ataques com origem fora do esporte. “Basta ter um pouco de boa vontade para perceber que é disputa política que extrapola o Bahia e o campo esportivo. É uma briga que tem como pano de fundo o Partido dos Trabalhadores (PT) e minha posição política”, analisa.
Na sua visão, a postura diminui o valor de mercado do clube. “O exemplo que vi de notas fiscais em cima da mesa, com sócios e torcedores tirando foto e divulgando pro mundo, é exemplo que o Bahia é administrado sem direção, como se fosse a quitanda da esquina. Qual exemplo que se dá para parceiros e grandes empresas? E as cláusulas de confidencialidade? Eu não sou contra a transparência. Nada a ver uma coisa com a outra. A cobrança é válida, mas, como tudo na vida, até transparência tem limite. Esses são atos que denigrem a imagem do clube”.
“O Bahia, ao invés de olhar para a frente e ser grande, tem seis meses de nova direção que não trouxe nada de novo. Lamento que o departamento de futebol seja uma piada, a escolinha de aprendizes”.
No final da página 33, matéria publicada por Fernando Varela, cita que entre os levantamentos, estavam duas notas fiscais apontando que o Bahia desembolsou R$ 1.500,00 em uma e R$ 750,00 em outra – na gestão de Marcelo Guimarães Filho – para confecção de tabelas do Campeonato baiano 2013 e do Campeonato Brasileiro de 2011. Ato condenado pela atual gestão. No entanto, a atual diretoria também pagou uma empresa, responsável pela confecção de tabelas, para confeccionar a tabela do Campeonato Baiano de 2014. Questionado pela reportagem, o clube admitiu que custeou o material. Além do pagamento para confecção, sem valor divulgado, há uma publicidade do programa de sócios do Bahia em uma das 12 páginas do material. O clube não informou se o espaço foi pago ou faz parte do acordo com a empresa.
Melo, penso que os empresários já exercem uma decisiva e importante missão de empreender, investir, criar empregos, gerar riquezas e pagar impostos. É importante que quando assumem a direção de um grande clube se engajem de modo mais efetivo na história do clube, na mobilização cidadã da torcida, mantenham-se abertos ao diálogo e proponham mudanças positivas. Suas experiências, capacidade de gestão e olhar pragmático do mundo são elementos essenciais para o aperfeiçoamento do clube, entretanto devem ter suas prioridades nas necessidades diárias dos clubes, sempre em primeiro lugar, para isso estão livremente na direção dos clubes, pensando sempre em curto, médio e longo prazo. Não vejo nenhum problema em um empresário bem sucedido em um clube, onde ganha inegavelmente projeção pública, principalmente quando apresenta excelência em seus resultados, obtenha ganhos pessoais em suas atividades empresariais paralelas, pois evidencia suas qualidades, entretanto, discordo totalmente que obtenha ganhos, somente em função da posição que ocupa na direção, na maioria das vezes em detrimento dos interesses maiores dos clubes que dirigem.
Alô você Pauperio!
Talvez seja por isso que me insisto tanto para oque o Conselho Delibertaivo (que é nosso representante legal estatutariamente) nos mantenha informado sobre resoluções, decisões o e outras coisa qua tais envolvendo atos administrativos. Basta que se faça um comunicado, filtrando o que deve ser preservado e está resolvido, mas a resistência é enorme. No Inter ouve a famosa contratação do Aod Cunha para “limpar” as gavetas armários e colocar ordem na casa. Surgiu então um boataria a respeito de cartões corporativos que nunca foi explicado ou desmentido e curiosamente Aod se demitiu em seguida. Da o que pensar, não? Recentemente (foi alvo de postagem dia 27 dezembro) Felipe Ximenez esteve palestrando e me deixou de cabelos em pé (mesmo não tendo) ao afirmar diante de uma platéia de DIRIGENTES, CONSELHEIROS, EX DIRIGENTES E ALGUNS JORNALISTAS , e alguns bicões convidados (eu), que todo o dirigente ganha (de formas diferentes, mas ganham) e ganha muito e por isso ele briga tanto pelo poder. O curioso é que aberto o debate nenhum dos presentes ousou contestar sua afirmação. Então meu amigo isso está entranhado no futebol mesmo e pasmem com a conivência (induzida ou não) de quem colocamos lá para serem nossos representantes.
Coloradamente,
Melo