Neste dia 18 de março completa-se 60 anos da conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol no México.
Cabem alguns comentários preliminares, porquanto, depois de uma série de marchas e contra marchas para a formação do selecionado brasileiro, que iria ao México disputar o certame pan-americano, resolveu a então CBD, no início de janeiro de 1956, entregar à FRGF – Federação Rio-grandense de Futebol a responsabilidade da representação brasileira no aludido certame, a qual seria formada exclusivamente por jogadores que militassem nos clubes gaúchos.
Para incumbência foi escolhido o técnico colorado, José Francisco Duarte Júnior (Teté), que deu início a sua tarefa convocando 46 jogadores. Feitos os treinamentos durante os meses de janeiro e fevereiro acabaram embarcando para o México, a 17 de fevereiro daquele ano, 22 jogadores selecionados, conforme relação contendo os seguintes jogadores do INTER: Florindo, Oreco, Odorico, Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Chinesinho e de outros clubes gaúchos: Sérgio, Valdir, Paulinho, Sarará, Airton, Duarte, Figueró, Ortunho, Ênio Rodrigues, Milton, Hercílio, Juarez, Ênio Andrade e Raul.
Foi então iniciada a gloriosa jornada que nos levaria a conquista do título de Bi Campeões do Continente, graças à fibra e garra dos gaúchos, sempre prontos para tudo quando se trata de defender o bom nome esportivo do Brasil.
A competição foi disputada por 6 seleções: Brasil, Argentina, Chile, Peru, México e Costa Rica. Como fórmula, todas as equipes se enfrentaram em turno único. Ao todo o Brasil disputou 5 partidas, obtendo 4 vitórias e 1 empate na final que lhe assegurou o título. Dos 10 pontos disputados (na época a vitória valia 2 pontos), o Brasil obteve 9, que lhe garantiu o 1° lugar, ficando a Argentina em 2º e a Costa Rica em 3º.
Atendo-nos mais aos resultados e goleadores dos jogos, com detalhes maiores na final, seguem os seguintes dados das partidas disputadas pelo Brasil:
BRASIL 2 x 1 Chile – dia 01/03/56 – Estádio Olímpico (cidade do México) -goleadores brasileiros: Luisinho (INTER) e Raul (Floriano NH).
BRASIL 1 x 0 Peru – dia 06/03/56 – Estádio Olímpico (cidade do México) – goleador Larry (INTER)
BRASIL 2 x 1 México – dia 08/03/56 – Estádio Olímpico (cidade do México) – goleadores: Bodinho (INTER) e Bravo contra.
BRASIL 7 x 1 Costa Rica – dia 13/03/56 – Estádio Olímpico (cidade do México)- goleadores: Larry 3 (INTER), Chinesinho 3 (INTER) e Bodinho (INTER).
BRASIL 2 x 2 Argentina – dia 18/03/56 – Estádio Olímpico (cidade do México) – goleadores: Chinesinho (INTER) e Ênio Andrade (Renner).
Bastava o empate para o Brasil levar o título, mas enfrentava a temível Argentina, representada pelos melhores jogadores do país, dentre eles o grande Di Stefano, depois considerado pelos argentinos como o melhor jogador de todos os tempos daquele país, até o surgimento de Maradona. A maior fase daquele jogador foi no futebol espanhol, atuando inclusive pela seleção de lá. Além dele, Sivori, Da ponte, Pentrelli, Filgueras, Yudica, entre outros famosos.
Foi um jogo equilibrado, em que o Brasil vencia por 2x1até os 40’ do 2º tempo, quando Sivori empatou para a Argentina. Os minutos finais foram terríveis, pois um gol deles nos tiraria o título. Felizmente, terminado o jogo 2 x 2, BRASIL CAMPEÃO.
Formação do Brasil: Valdir, Figueró, Florindo e Oreco; Odorico e Ênio Rodrigues; Luisinho, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinesinho.
Embora alguns torcedores ligados à mídia não reconhecessem que os jogadores colorados eram a base da seleção brasileira, alegando um certo equilíbrio entre os 22 convocados, há de se ressaltar, contudo, que a formação da equipe titular sempre teve a grande maioria pertencente ao INTER. Para se ter uma ideia, nos dois últimos jogos havia nada mais nada menos do que 7 (sete) jogadores colorados e apenas 2 tricolores, como bem demonstra a escalação da final anexa. E nos demais jogos nunca foi inferior a 6 (seis) pertencentes ao INTER, ao passo que da outra parte, teve no máximo 3, depois caindo para 2 nos jogos finais.
E ainda para consagrar o fato, dos 14 gols assinalados 11 foram de jogadores colorados, 1 de Raul do Floriano, 1 contra e 1 de Ênio Andrade. Sem falar que o técnico Teté também era colorado. Há ainda de se esclarecer que Enio Andrade tinha sido jogador colorado alguns anos antes.
Portanto, com justa razão o INTER ressalta o feito em seu site oficial.
Cumpre destacar que, até então, o mais alto troféu conquistado pelo Brasil fora o Pan-americano do Chile, em 1952, repetido no México em 1956, nunca esquecendo que o 1° Mundial somente aconteceu dois anos depois na Suécia.
Em suma, quando chamado para ser a base da Seleção Brasileira ou representá-la integralmente como nas Olimpíadas de 1984, o INTER contribuiu com seus atletas e consequentes conquistas.
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Eu já naci colorado, Meu pai foi atleta do Inter (Orestes ‘Leite, goleiro) . Eu escutei a narração dos jogos junto com meu pai ( tinha 12 anos) e já vibrava com os feitos do meu Inter. Como é bom ser colorado. José Leite
Pessoal,
Percebi que alguns como eu, embora bastante crianças, tiveram o privilégio de acompanhar aquela majestosa seleção do Teté. Uma das coisas mais faladas era da tabelinha Larry-Bodinho, levada do colorado para a seleção. Alguns narradores da época, Leonel Silveira, se não me engano da Difusora, Euclides Prado (Farroupilha) Mendes Ribeiro (Guaíba) e Enio Melo. Bons tempos, boas recordações.
Heleno, tive a felicidade de viver esses momentos maravilhosos junto com meu pai Fredy e meu irmão Fernando. Essas conquistas é que “seguram!” esse coração cada vez mais Colorado e mais exigente. Parabéns pela postagem. Depois querem que eu “aguente” uns “pernas de pau” que vivem com um padrão de vida muito acima da grande maioria dos atletas e do Povo Brasileiro e não valorizam o que ganham, não assumem suas responsabilidades como nosso Internacional e não respeitam a paixão que representam de uma imensa e apaixonada torcida.
Suzette Chabalgoity Marta Viana Guedes Sady Pinto Guedes ouvimos a final na vila do IAPI … A Marta era pequeninha …
E eu já era coloradaaa!
era uma pulguinha linda …
Alô você Heleno!
Que matéria!
Um documento pode-se dizer. O relato fiel dos acontecimentos que se culminaram com o título. Esses atletas sim representaram com grande brilhantismo uma época mágica de nosso futebol.
Parabéns mais uma vez Heleno.
Coloradamente,
Melo
Uma página brilhante na história do nosso INTERNACIONAL. Glória do desporto Nacional, legitimamente.