Enquanto a bola não rola em 2018, vou falar um pouco da minha história com o Inter.
Comecei a acompanhar futebol quando o Inter tinha Gainete, Scala, Sadi, Tovar, Carbone, Dorinho, Bráulio, Valdomiro e Claudiomiro. Somente alguns que me lembro.
Nos anos de 1972 e 1973, cuja academia Palmeirense dominava o cenário Nacional, o Inter já dava demonstrações que algo estava para acontecer. Se minha memória não falha, nesta época entraram no time Figueroa e Paulo Cezar (Carpegiani). Na sequência chegaram Caçapava, Falcão, Lula e Flávio. Marinho Perez chegou em 1976. Enfim, havia uma sequência de boas notícias e os sinais de que grandes conquistas estavam para acontecer foram se materializando.
1977 foi um ano de ressaca, depois de um Bicampeonato Brasileiro (75/76) e um espetacular Octacampeonato Gaúcho (69-76), não fomos bem no cenário Nacional e perdemos o CG. 1978 recuperamos a hegemonia no CG e voltamos a fazer bonito no Campeonato Nacional, tendo perdido nas seminais para o Palmeiras, com alguns problemas de arbitragem. Mas, a apoteose veio em 1979, com o Tricampeonato Nacional invicto. Neste ano tínhamos revelado Mauro Galvão, trazido Mario Sérgio e Benites, Jair estava em fase esplendorosa, assim como Batista. Falcão era o Rei do Brasil em 1978 e 1979. Enfim, a estrutura criada no fim dos anos 60 e início de 70 perdurou por muito tempo, entregando resultados que colocaram o Inter no cenário Nacional e Internacional.
No início dos anos 80 começaram os erros de gestão. Mesmo assim, perdemos dois campeonatos nacionais (87 e 88) para Flamengo e Bahia. Nos anos 90 não foi diferente, tendo apenas o título da Copa do Brasil em 1992 como maior feito. Todos os anos tínhamos times novos, tanto que hoje sou incapaz de me lembrar de alguns times ou escalação naqueles anos.
A diferença de visão de futebol era um absurdo. Enquanto nos anos 70 o time era ajustado com poucas, mas qualificadas contratações (Lula, Flávio, Dário, Figueroa, Marinho Perez), nos anos 80 e 90 queimava-se muitos jovens e contratava-se muitas nabas.
A retomada da boa gestão no futebol começou depois de termos pisado no precipício em 2002. Em 2003 começamos a se estruturar e gerar a segunda fase de grandes títulos, mesmo sem ganhar nada de expressão dentro do território nacional. Fomos Campeões Mundial em 2006, da Libertadores em 2006 e 2010, Sul Americana em 2009 e Vice-Campeões do Campeonato Brasileiro em 2005, 2006 e 2009. Também ampliamos nosso predomínio estadual sobre nosso arquirrival. Este momento durou até a primeira tragédia, no final de 2010, quando perdemos do Mazembe.
Na sequência do vexame contra o Mazembe começaram as decisões mais estapafúrdias na Direção do Inter, a começar pela renovação do contrato do treinador responsável por aquele desastre em Abu Dhabi. De lá para cá é desnecessário relacionar a quantidade de decisões equivocadas que o clube tomou, excetuando-se a reforma do Beira Rio, que foi um oásis no deserto de ideias.
Penso que a Série B foi o que faltava para aqueles que dirigem o clube acordar definitivamente e começar a adotar uma postura mais moderna de gestão. Se eles não sabem ou não têm ideias para fazer isso, então, seria de bom alvitre que eles começassem a ler os vários canais midiáticos de seus torcedores, como o BAC, por exemplo. Ao longo do tempo saem sugestões muito valiosas (claro que saem algumas bobagens também, afinal não somos pagos ou profissionais do futebol; somos torcedores passionais). Garanto que muitos de nós não aceitaria, por exemplo, pagar os salários exorbitantes para Sasha, Anderson, Paulão e Ernando, para ficar nestes. Salários estes que impedem hoje que o Inter se livre destes fardos.
Continuo muito realista em relação às nossas possibilidades em 2018. Vamos sempre disputar o título do Campeonato Estadual, em qualquer circunstância, não obstante eu entender que deveríamos utilizá-lo para azeitar o time para as outras competições sem se preocupar com o título em si. Sempre temos chances na Copa do Brasil e espero que não a abandonemos mais uma vez em 2018, em nome de outra prioridade. E acho que vamos ter dificuldades no Campeonato Brasileiro. Claro que minha esperança seria uma classificação para a Libertadores de 2019, mas, considerando os sinais passados pela Diretoria até agora, em relação ao elenco, não acredito que possamos atingi-la.
Por fim, há muito a se fazer para organizar o clube, começando pela redução drástica que precisamos fazer no elenco, em termos quantitativos, tão premente quanto a urgência qualificá-lo.
Pontes, Lauricio…
Boa tarde, Naladar. Permita-me humildemente tecer algumas considerações. Não discuto salários por entender que em um sistema capitalista se tem quem paga o que se pede, no mínimo deverá estar bom para as duas partes do contrato, que deve ser sério … Outra coisa, é: embora ser o campeonato gaúcho de menor relevância para o resto da torcida do R.G.S., já que representamos cinquenta por cento mais um, nós, passionais escarlates, entendemos como sendo “O CAMPEONATO GAÚCHO, E NÃO DEVEMOS NUNCA PRESCINDIR DESTE TÍTULO” – ; e, concluindo, devemos, através da nossa Direção, o quanto antes, dizer para o que viemos… No meu entender, Campeonato Gaúcho e Copa do Brasil são obrigação incondicionais. Campeonato Brasileiro – Série A: garantia de sobrevivência… Abraço!
Jaldemir, muito obrigado pelas observações. Respeito sua opinião. Só acho que os dirigentes tomariam decisões diferentes fossem deles o dinheiro. Quanto ao CG, minha opinião é dado as circunstâncias. No geral, estou de acordo contigo.
E zagueirão Pontes.
Ricardo, vc quis dizer Bibiano Pontes? Eu pessoalmente não tenho muita referência dele, mas soube que, junto com o irmão dele, só passava a bola e alguns pedaços do adversário….rsrs
Eu continuo meio isolado combatendo o apequenamento do INTER Naladar. Dirigentes assustados com o tamanho do Clube tendem a não querer assumir metas de conquistas, em que pese as dificuldades financeiras. Que pelo menos lutem em campo mostrando interesse pelos excelentes salários que receberão.
Luciano, obrigado pelo comentário. Meus pensamentos têm altos e baixos acerca deste tema. Às vezes penso como você. Outras vezes penso que não se trata de pensar pequeno e sim de reconstruir o clube com mais responsabilidade e cuidado financeiro, dado á penúria que deixaram chegar, com negócios megalomaníacos e outros muito estranhos, para dizer o mínimo.
Alô voce Naladar!
Belo enfoque. Vou ficar no parágrafo que se refere a salários, que reflete diretamente no bolso do torcedor, do sócio. Com sinceridade, não vejo como não enxergam o absurdo que é pagar esses mega salários para os boleiros. EM MINHA OPINIÃO R$ 100.000,00 deveria ser o teto, esse seria o salário para os fora de série. Claro que se sabe que esse procedimento deveria ser de todos os clubes e não de um isoladamente pois fatalmente iria perder facilmente a posse de seus melhores jogadores. Bem aí vem a ideia de Clube dos 13, e mais recentemente a Liga que afundaram porque não se consegue fazer muita coisa de maneira séria pois sempre aparecem os “espertos” que querem fazer uso da lei de Gerson e aí… Qual a saída? Insistir na idéia da UNIÃO para a tomada de resoluções que venham a favorecer a todos, inclusive a quem paga a conta, NÓS.
Coloradamente,
Melo
Melo, obrigado pelos comentários. Pois é, como é fácil esbanjar o dinheiro dos outros. O modelo político do Brasil é seguido à risca na gestão dos clubes. Eu li que o Vasco da Gama, sob a presidência do Eurico Miranda, tinha acabado com o maldito contrato de imagem, que no fim do dia serve para pagar menos impostos apenas, e aplica apenas os preceitos da CLT. Seria de bom alvitre que os clubes reanalisassem esta questão, pois, por exemplo, como um clube pode explorar a imagem de um Anderson? Só se for para denegrir a imagem do próprio clube.
Se não estou equivocado, este modelo de contrato foi criado porque no passado os clubes tiveram que indenizar jogadores pelo tal direito de Arena, do artista. É mole?
Naladar, assim você me mata de saudade amigo!
Ótimas lembranças de nosso Inter vencedor. Comecei um pouco mais tarde, acompanho desde 1975, de lá pra cá tenho acompanhado nos momentos de sucesso e nos momentos ruins. Depois de nossa arrancada no início dos anos 2000, jamais imaginei que estando no patamar atingido, voltássemos a cair de forma tão desastrosa. Cair para série B com a estrutura e torcida que temos é o cúmulo da incompetência. Espero que nossos dirigentes tenham aprendido, que seja um belo recomeço esse 2018. Quero acreditar de buscarmos uma vaga na libertadores, seja pelo brasileiro ou pela copa do Brasil. Um clube do nosso tamanho tem que iniciar o ano tendo no mínimo essa ambição!
Saudações Coloradas!
Nelson, obrigado pelo comentário e pela correção, em off, sobre o ano do título da Sul Americana, que foi 2008 e não 2009, como apareceu no texto. Também espero algo bom em 2018, não obstante minha expectativa ser pequena. Já ficarei contente se o bom futebol, dentro das quatro linhas, voltar a aparecer, com boas jornadas em nível nacional e se o clube não se envolver mais em polêmicas que denigram a imagem do clube.