A crônica de uma experiência futebolística
Na comemoração do gol do Camilo, no Beira Rio, neste domingo, enlouqueci e só parei de pular e gritar quando fui sacudida por alguém que apavorado me perguntava: Are you okay? Mas berrava nos meus ouvidos o indivíduo. Fiquei até chateada.Poxa, to aqui numa angústia que durou 111 minutos e o cara não me deixa comemorar? Nunca comemorou um gol assim não? Não! Ele não comemorou….Bebi uns goles do que sobrou de água no copo que segurava, respirei fundo e respondi: agora estou bem! Risadas de todos em volta.
Passei a semana atras de carteirinhas ou ingressos que me ajudassem a levar até o Gigante, na partida contra o Paraná, um casal de americanos, moradores do Brooklyn – NY.Os recebi em casa, fizemos alguns passeios juntos e no sábado, saindo de uma recepção que a família de um tio ofereceu a eles, fiquei nervosa porque ainda não havia conseguido os meios para leva-los. Deixei-os em outro local e enquanto os esperava em casa,reiniciei os contatos. Até que, enfim, veio a notícia: com a ajuda fundamental da Silvia Lacher, e a compreensão do Norberto Guimarães, consegui os ingressos. Tudo pronto, lá fomos nós para o Beira Rio, as 9h da manhã. Minha surpresa e alegria ao saber que os ingressos eram para os camarotes lado sul, assim poderiam ficar mais tranquilos, já que nunca haviam participado de um evento assim. O Omu fez questão de trazer a bandeira dos Estados Unidos e mesmo que eu achasse que seria demais( sic!) o argumento me derrubou: brasileiro anda pendurado em suas bandeiras por lá, e não posso fazer o mesmo aqui? Simmmmm pode!
Tudo começa com a homenagem espontânea da torcida ao Dale. Foi lindo e difícil de explicar. Mas quem é? porque esta paixão? E com os outros não? Para quem não fala uma frase inteira em inglês começou a ficar perturbador. Percebi que ele se empolgava com a torcida. Timidamente acompanhava o ritmo dos tambores com a mão, batendo na guarda de vidro. O tempo todo de pé, conversava com o outro rapaz ao lado, gesticulava, apontava, e vez em quando me olhava e sorria. A estas alturas já fazia uso da manta que eu comprei, e dei de presente em nome do presidente do Inter. Avaliei que gostou, porque o calor era forte, e ele não se importava com aquilo em volta do pescoço.
Eu estava nervosa com o jogo. Truncado, sem muitas opções, tentativas frustradas… Intervalo e apenas sentei. Fui buscar uma água. Omu me pede explicações sobre o Beira Rio antigo, porque este nome. Até aí tudo bem. Tinha tudo na ponta da língua. Aí me perguntou porque o jogo não tinha gols? Afinal eu tinha dito que era o melhor time do Brasil.Nesta parte engasguei, disse que durante o almoço explicaria.
Recomeça o jogo e eu cada vez mais nervosa. Combinamos que sairíamos 10 minutos antes para que não pegássemos o tumulto da saída. O tempo foi passando, Odair ousando e nada de gols. Eu não conseguia mais olhar pro gringo. Como ia explicar a falta de gols? A torcida me ajudava, já que com o show ele se entreteve bastante. Até que me fez o sinal. Estava na hora de irmos. Pedi mais alguns minutos. Rapidamente disse que preferia ficar mais algum tempo. “Penso que teremos gols” ensaiei no inglês primitivo fazendo gestos como um técnico a beira do campo. Ele me olhava e eu virava para o outro lado. Veio a falta no Rossi e eu já estava querendo sair quando o cara ao lado gritou: é agora. Emendei um grito de vamooo e o gringo fixou o olhar em mim. A bola entrou. Gritei tanto, pulei tanto, estravazei tudo o que eu podia. E a cena que eu ja descrevi aconteceu.: Are you okay? Okay? Eidriane (como ele me chamava) Are you okay? Me segurou nos braços e me sacudiu…. quando consegui falar que tudo bem “okay” ele sorriu amarelo. e disse. “Good.” E ele bateu palmas e fez uns passinhos como se estivesse pulando com a torcida. Foi patético, mas aprovei! Aí cumprimentei todo mundo pelo gol, e foi o tempo para o jogo terminar. Saímos sem conversar muito e já durante o almoço tive coragem pra perguntar: E então! Como foi esta experiência futebolística? O tio já estava junto e me ajudou traduzindo. Segundo o tio que é colorado também, ele respondeu: “Foi lindo. Nunca havia visto tanta energia boa junto. É maravilhoso ver as pessoas felizes porque a bola entrou naquele quadrado chamado goleira. Adorei.Me conquistaram. Vou usar a manta, vou falar do Inter e pesquisar sobre o clube. O Paulo (primo que mora em NY e me mandou os americanos….) tinha razão.Foi muito bom”. Até agora não sei se ele disse tudo isso mesmo, ou se meu tio, também empolgado com o o Inter deu uma floriada. Não importa mais..
Suspirei aliviada. Fiz a minha parte. Obrigada Inter. Sempre que puder estarei levando nossa alegria e nossa paixão a outros corações. Não é só futebol. É o prazer de encantar e fazer alegria! Vamoooooooos!
Saudações coloradas e bem brasileiras!
Adriana Paranhos
Adriana, parabéns! Tua ação, antes, durante e depois, combinada com a convicção que somente os mais ardorosos mantêm a chama da Esperança acesa até o último alento, merecem a glória pela qual fostes merecidamente recompensada. Este selo a tua alma levará perpetuamente pelo PoliVerso. Grande Abraço!
MEU RELATO TRI VEROSSíMIL!!!
Por Dorian Bueno –
Vou relatar algo misterioso que aconteceu comigo, bem antes do Gol do nosso Internacional nesta grande goleada por um a zero, sobre o aguerrido Paraná.
Estava em casa escutando o jogo e nada do nosso Gol sair, foi quando eu olhei para a camisa que estava vestindo.
Uma camisa de flanela com as cores tricolores azul, vermelho e branco, mas nem liguei até porque não sou supersticioso.
Mas, mesmo assim estava com calor e tirei ela imediatamente jogando-a num balde.
Neste momento profetizei para mim vestindo uma camisa amarela.
Agora vai sair o nosso Gol de Ouro da Cor do Sol.
Este lindo Sol que refletia seus lindos raios solares, para dentro do Beira-Rio até o fim do jogo.
Esta energia iluminou o mar vermelho e branco, formado de treinador, jogadores e torcedores Colorados.
Parabéns a todos pela persistência em acreditar que estamos indo para um lugar, que muitos não acreditavam.
Provisoriamente somos o vice líder do Brasileirão. Parabéns ao nosso maior adversário tricolor neste momento, que é o líder São Paulo.
Abs. Dorian Bueno, sempre Otimista.
Dorian, quanta poesia! Inspiração total. Parabéns.
Querido GaúchoBaiano Pauperio!!!
Muito obrigado pelo carinho das tuas palavras tchê.
Quando escrevo deixo fluir de dentro do meu coração, naturalmente todas estas lindas palavras.
Graças a Deus fico feliz por conseguir escrever o título, e depois viajar até o ponto final.
Abs. Dorian Bueno, POA.
Massa, muito legal…acho q esse nunca mais vai esquecer desse tal de “soccer” e muito menos do mar vermelhor hehehe
Parabéns por mostrar nossa paixão, sem igual, pelo nosso Inter, além frontreira!!
Alô você Adri!
Quantas vezes, no anonimato, nós irmãos colorados fazemos ações pelo nosso Inter, não? Desta feita com a colaboração e o reconhecimento da direção através da Silvia Lacher e do Norberto Guimarães foi possível mais uma vez ajudar a promover a visibilidade do nosso amado Inter, além Fronteiras. Quanto as tuas reações no estádio, não foram diferentes das minhas. Parabéns!
Coloradamente,
Melo
Parabéns Adri,adorei o texto,me transpus para o teu lugar e vibrei também. Espero aue os americanos tenham se apaixonado pelo Inter,para termos mais torcedores por este mundo afora. Abraço colorado.