Fábrica de torcedores e elos inseparáveis

Quando vou ao computador escrever um texto para publicar em nosso blog, o BAC – Blog Arquibancada Colorada (www.arquibancadacolorada.com.br), sempre e previamente, penso muito no foco escolhido e na sua propriedade. Existe uma preocupação de leigo, de simples torcedor Colorado, de não cometer injustiças, principalmente pela falta de conhecimento dos meandros internos do clube. O simples torcedor não conhece detalhes dos trabalhos que são efetuados internamente e pode, de fora, a luz do que tem conhecimento, apenas opinar de forma construtiva.

Nos últimos dias ocorreram dois fatos que cabe aqui colocar e ver a opinião de vocês. Na Copa São Paulo que está em disputa no momento, conforme noticiado na mídia, o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, emprestou uma chuteira a um jogador do time adversário no grupo, porque a sua estava danificada e ele não tinha reserva.  Na mesma competição, o Palmeiras decidiu pagar as passagens de volta dos jogadores ao Acre, de um clube que passou de uma fase para outra e não se tinha preparado para mais despesas. Olhando de fora, não parece nada, mas para um simples torcedor a solidariedade demonstrada cativa, muito mais que qualquer investimento de marketing, aliás, quem tomou essas decisões deveria receber parte da verba destinada para essa atividade. Nenhum dinheiro investido em marketing trará mais resultados que esse tipo de atitude. De Norte a Sul, Leste a Oeste, em todos os rincões desse Brasil, essas atitudes elogiáveis, tiveram grande repercussão e angariaram simpatia de torcedores de todos os clubes.

No último sábado, pela manhã, o Bahia proporcionou uma alegria imensa à sua legião de torcedores, fazendo um treino livre na Fonte Nova. Crianças com entrada livre, adultos 1 kg de alimentos não perecíveis, para ser distribuído às entidades de caridade. Para a alegria de todos, adultos e pequenos, com farta distribuição de bolas e camisetas do clube. É fácil imaginar a alegria dos seus torcedores, crianças, pais, avós e de todos aqueles que compareceram ao estádio para ver, principalmente os novos contratados. Um de meus amigos, motorista de táxi, me narrou a alegria de seu filho, de 6 anos, com a experiência vivida. De leve, ele “carregou” também três amiguinhos de seu filho, dois mais simpáticos ao adversário tradicional, o Vitória, e que saíram do estádio com a camisa do Bahia e com novo clube para torcer. Quem de vocês já não fez esse “pecado”? Posso afirmar que tenho alguns na consciência, mas também alguns sorrisos no coração, principalmente quando eram “iniciados” no tradicional adversário. Parece que não é nada, mas essas pequenas coisas são as que cativam o torcedor existente, criando vínculos inseparáveis e, ao mesmo tempo, atrai outros pequenos para o “ninho”.

Lógico, como torcedor Colorado, do Clube do Povo do Rio Grande do Sul, projetei para o nosso Internacional. Não tenho conhecimento de fatos semelhantes ocorridos em nosso clube. Sempre tenho batido na mesma tecla, o nosso Internacional tem de rever sua política de tratamento do torcedor Colorado, principalmente dos menos desfavorecidos, pois foram eles que construíram essa história magnífica do clube. Não falo nem na construção do Beira-Rio, mas de toda a sua vida. Ideias boas são para ser avaliadas e ver a propriedade de copiá-las.

Residindo em Salvador, na Bahia, desconheço tratamento diferenciado e específico do clube para o simples torcedor Colorado e possíveis “Coloradinhos”. Não estou me referindo ao trabalho dedicado dos cônsules nas cidades e estados, porque sei que “fazem das tripas coração” para demonstrar o amor ao clube. Estou também me referindo às ações diretas do clube para satisfação dos torcedores que residem longe de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul e muitas vezes tem uma única oportunidade de ver os jogadores Colorados. Poucos tem a oportunidade de ver o sangue latejar nas veias com a presença do Internacional onde vivem. Cada jogo, fora ou dentro do Estado do Rio Grande do Sul, deveria ser encarado, além da disputa em campo, como um investimento para manter acesa a chama no coração e mente de cada torcedor e à conquista de novos Colorados.

Não sei se é um exagero, mas o que se percebe fora de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, é que o trabalho para tratar e conduzir a imagem do Internacional, sem querer ao cometer alguma injustiça,  precisa ser reavaliado e estrategicamente muito melhorado, pois vemos, diariamente e de forma crescente, um tratamento, principalmente na mídia, desconforme com a história do clube, que acredito seja consciente e que, com o passar dos dias, está levando nosso clube a se distanciar do tratamento dado aos demais grandes clubes do Brasil. Posso estar errado. Se existem trabalhos nesse sentido e que estão sendo desenvolvidos dentro do nosso Internacional, por quê não divulga-los, para que a torcida Colorada se uma a elas e haja sinergismo.

Para ser mais claro, o que estou construtivamente sugerindo, é a presença dos principais jogadores em todos os jogos possíveis (sem a “conversa mole” de preservar), independente da distância de Porto Alegre, atividades oficiais extra campo do clube (de forma a marcar presença e angariar simpatia em cada cidade visitada), distribuição farta de bandeiras, camisas e bolas (acredito que tenha custo muito baixo perto do retorno do investimento), principalmente às crianças. A ideia é chegar mais junto, mais perto do coração, pois cada torcedor Colorado fora de Porto Alegre, alimenta seus filhos, netos e conhecidos com lembranças, muitas vezes criadas pelo amor ao Internacional. Mesmo os mais fanáticos torcedores precisam acreditar que o clube merece o seu amor e que a luta solitária e solidária, de cada um, vale a pena. A simples atenção para essas pequenas coisas, evidenciam a atenção e o reconhecimento do clube pela lealdade, mesmo à distância, muitas vezes só pela mídia, pois são percebidos como detalhes importantes e são valorizados, pois se trata de massagem no coração e na alma Colorada.

7 thoughts on “Fábrica de torcedores e elos inseparáveis

  1. Olá Paupério, procedente tua preocupação e sempre que possível tratamento adequado aos sócios certamente retorna em ganhos para o Clube. Existe outra ação que tem bastante repercussão além do criança colorada, é uma visita às cidades do Rio Grande do Sul, com ex atletas como Pinga, Yarlei, Fabiano, dirigentes vão com o ônibus e os principais troféus e a banda Ataque Colarado. Participei de dois eventos quando residia em Guaporé, Jantar para 1600 pessoas evento ótimo. Nesse período de ferias essa caravana está percorrendo o Nordeste do Brasil, abraço

  2. Ilustre Paupério, realmente não vemos ações que ´possam revelar o esforço do Departamento de Marketing. Talvez a heresia seja minha, mas o co-irmão está com sorteio previsto para 26 próximo-vindouro, campanha de prêmios a um determinado custo. Já é uma forma muito expressiva de campanha. Lembro-me de jogos nos Eucaliptos, quando então assistia-se juvenil, aspirantes e o time principal. Havia jogos em que nossos atletas atiravam para a torcida inúmeras bolas. E eu, sonhava ganhar alguma. Bem, outras ações poderiam ser realizadas também com apoio dos consulados, dos quais desconheço as competências. Tive o prazer de ver uma grande Carreata na cidade cartão postal balneária de Torres, a mais linda do Rio Grande do Sul, por ocasião do Título Mundial. Enfim, tua observação procede. Algo mais para se focar. Grande abraço!

    1. Isso, Jaldemir, pequenas coisa, fruto da inteligência e criatividade de algumas pessoas, fazem a grande diferença. Morro acreditando que o nosso Internacional está muito afastado do povo Colorado. Como desconheço o trabalho que está sendo feito, insisto somente na falta de aproximação do povo, humilde ou não. Sinto falta de “cheiro de povo” nas ações efetuadas.

  3. Alô você PaUPERIO!
    De fato tens razão de que não há um programa e até aonde eu saiba um projeto que valorize o sócio permanentemente como um todo, não como ações extemporâneas como tem se visto. O salto, o novo horizonte está aí. Quanto a atenção aos miúdos existe UM PROJETO, que foi adotato pelo INTER, é o Criança Colorada que tem como idealizador e coordenador o professor Otávio Rojas, a quem o BAC teve o prazer de homenagear, reconhecendo o extraordinário trabalho. Esse projeto que conta com 15 monitores voluntários, dentre os quais assistentes sociais, fotografos etc vai completar 19 anos e já beneficiou mais de 70.000 (setenta mil) crianças. Conclui-se que tendo o projeto 19 anos e só admitindo crianças a partir de 5 anos já temos uma geração de 18 a 24 anos que já orbitaram por ali, portanto a contribuição desse projeto , que desconheço outro no Brasil, para o quadro social do SC INTERNACIONAL é fantástico. Precisamos como o BAC já fez firmar reconhecimento a esse extraordinário trabalhlo.
    Coloradamente,
    Melo

  4. Um dia comentei aqui a minha preocupação com a falta de vitórias, titulos, um bom desempenho, pois A CRIANÇA não vive de DERROTAS, ensinamos á elas, principalmente aos nosso filhos que perder faz parte, mas perder sempre…..na escola a criança é zoada pelos coleguinhas dos times rivais que ganham ou vão bem em determinados campeonatos, ano de 2018 até devolvemos (inter) um pouco de alegria aos torcedores mais jovens, mas sinceramente este ano, não sei, minha opinião e já falei deveríamos sim disputar o gauchão com time titular é a única competição que poderemos tentar ganhar, pois as outras LA, CB,Brasileirão, pelos investimento de Palmeiras e de Flamengo, não tem pra ninguém.; Ganhar gauchão não é nada??? Não penso assim, se não mandarmos em casa o que queremos fazer na casa dos outros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.