Luciana Michel – Porto Alegre/RS

Dia 17 de dezembro de 2006….. incrível!

Não consegui dormir na noite anterior (já não tinha dormido antes do jogo contra o Al-Ahli…), passei toda a noite ouvindo os programas no rádio. Às 6h, ouvi uma das mensagens mais emocionantes que já escutei em toda a minha vida, na Gaúcha.

Começava assim:

– Acorda, Colorado! Que hoje é o teu dia…

Pensei, como assim, Acorda, Colorado!, quem disse que algum colorado dormiu? Ainda hoje me emociona ouvir….

Depois, especial da TV Com. Que demora para iniciar o jogo…. As horas se arrastavam. Para ser sincera, vários dias se arrastaram até o momento da entrada em campo do Inter. Quando apareceu o time, todo vestido de branco, parecia que tinha uma aura em torno deles.

Apita o início do jogo. Tensão, mas muita confiança (tinha medo do primeiro jogo, o Inter historicamente, perdeu para times menores, mas cresce contra os grandes, em decisões). O jogo transcorre… eu, na cadeira da sala, troco o tempo todo de posição – procurando uma que dê sorte… Toda a família junta neste momento! O Inter joga bem e, principalmente, não deixa o Barcelona jogar. Final do primeiro tempo, faltam 45 minutos.

Vem o segundo tempo. Saída do Alex, depois, substituição do Pato. Até aí, os nervos agüentando. Então, o momento mais “apavorante” – Fernandão se lesiona e o Abel chama o Gabirú! Pavor, total. O Índio se machuca, sangra. Pensei – só pode trocar 1. E agora? Mas o Índio é guerreiro – toda a nação colorada ia jogar junto com ele.

O Gabiru na beira do gramado para entrar, eu disse para meu pai:

– Meu Deus, o Gabiru! Já pensou, pai, ser campeão com gol do Gabiru?

Quis o destino que eu estivesse certa! Minutos depois, Índio rebate de cabeça, Luís Adriano (que substituiu o Pato – maior estrela Colorada) dá uma casquinha, bola no pé do Iarley, Gabiru – logo ele (que substituiu nosso capitão!) – se adianta, recebe a bola, chuta e…. não vi mais nada! Muito grito, choro, sei lá!

Mas não tinha terminado ainda! O Clemer ainda defendeu bola, o Ronaldinho chutou e toda a torcida Colorada tirou aquela bola com os olhos pela linha de fundo. Juiz apita o final – eu já estava de pé em cima da cadeira!

Aí, realmente não vi mais nada! Acho que até hoje não acordei deste dia, que para mim foi mais que um sonho.

Só não foi perfeito, só não posso dizer que podia “morrer naquela hora”, pois eu não estava lá no Japão. Mas tenho certeza que antes de eu ir para o céu, ver os jogos do Inter de lá, estarei presente no Bi-Mundial!

 Consulesa do Bairro Três Figueiras em Porto Alegre

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