Que venha 2010

O ano de 2009 se foi, um ano especial pelos 100 anos do Inter. Foram tantas emoções e vibrações nesse sentido que o Clube deu aula de marketing, investimento e festividade.

Se dentro das quatro linhas a equipe que iniciou o ano encantando o país com um futebol alegre e empolgante, terminou o ano ofuscado pelos tropeços do segundo semestre. Fico um gostinho de quase, que poderia ter sido melhor se não tivéssemos tropeçados nas próprias pernas, perdemos para nós mesmos. Se jogadores foram vendidos ou se títulos escorreram entre os dedos, que pelo menos os fatos tenham servido de lição para que não se repitam em 2010.

Entretanto, olhando uma reportagem da revista Placar de maio de 2006, bem antes do dia 16 de agosto ou 17 de dezembro do mesmo ano, já se falava do planejamento do Clube para a chegada do centenário. É muito interessante ver que muitas coisas que se pensaram naquela época, realmente aconteceram em 2009. A matéria inclusive começa com um sonho de projeção para dali três anos tendo o Colorado recuperado a hegemonia regional, reconquistado a América e o Brasil. Dos “sonhos”, apenas o Brasil não reconquistamos com títulos, mas estamos sempre nas disputas, conquistamos sim a América e fomos mais além do imaginado, conquistamos o Mundo, título máximo para um Clube. Pensar em títulos da Sul-Americana, Recopa eram inimagináveis.

Fala ainda de contratos longos com jogadores que, infelizmente, não chegaram ao final dele, como o caso de Sóbis e Tinga e de promessas que não vingaram como Chiquinho, Ricardo Jesus, Rodrigo Paulista, Léo, entre outros. Os tetos salariais mudaram muito de lá para cá, naquela época, ninguém ganhava mais do que R$ 90 mil, hoje o nível do grupo Colorado, permite pagar algumas vezes mais esse valor para cada jogador.

Naquela época nem se imaginava em chegar ao centenário com mais de 100 mil sócios, estimava-se terminar aquele ano com 30 mil associados, algo que se tornou bem maior, acho que umas 35 mil pessoas depois das conquistas da Libertadores e do Mundial FIFA. Vibrava-se com a casa, já recorde, de 25 mil associados. O Clube tinha déficit mensal e por isso justificava a venda mensal de um grande jogador por ano. O discurso de venda continua o mesmo, mas hoje o Clube é autossustentável com receitas como quadro associativo, licenciamento e marketing, receitas antes não muito recorrentes e garantidas. Hoje somos exemplos de gestão administrativa no país e porque não dizermos também, exemplo de gestão e controle para o mundo.

O quase rebaixamento em 2002, o drama de montar um time às vésperas do Gauchão e reestruturar o Clube nos anos seguintes, o que hoje já virou livro de Fernando Carvalho, é reforçado na matéria. Por fim, nem tudo são as mil maravilhas, há coisas que ainda não saíram do papel como termos 89 suítes, reformulação do Gigantinho, ter 100% do estádio com assentos e transformação do Beira Rio em uma arena multiuso de entretenimento e lazer. Muito antes de se falar em Copa no Brasil e o Beira Rio ser sede, o Clube já pensava em reformulações, investimentos e visão a frente de sua época.

Enfim, o Inter não teve o centenário de títulos como o torcedor gostaria, mas temos que perceber que uma grande revolução e evolução aconteceram nesses poucos mais de três anos, que hoje o Inter é mais internacional do que nunca e que não deixou de fazer nada para ser tornar um grande Gigante para o mundo. Somos um Clube vencedor, movido de paixão, eficiência administrativa e de títulos.

Revista Placar – página 1
Revista Placar – página 2
Revista Placar – página 3
Revista Placar – página 4
Revista Placar – página 5
Revista Placar – página 6

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