Os grandes jogadores brasileiros foram aprendendo a jogar bola driblando a fome, a falta de perspectiva de vida e os buracos da rua de chão batido. Foram aprimorando a habilidade correndo descalços nas ruas de paralelepípedo os campos gramados ou mesmo os pisos de parquet,eram realidades distantes.
Os craques do lado de lá do Rio do Prata têm histórias parecidas com as nossas em se tratando da infância pobre e desnutrida. A diferença está na nossa imensidão de favelas de onde nem todos os moleques podem emergir e tirar de lá seus pais e irmãos. Muitas vezes a dificuldade também está na cor da pele de nossos gênios da bola, afinal, a sua maioria tem a tez escura, a cor negra de seus pais e a descendência africana, escrava e pobre de quem ganhou a liberdade sem o menor amparo para viver.
Os craques de lá, como os de cá, tem outra característica comum: a canela fina. Nasceram quase todos magros, mas, nem por isso, sisudos. São garotos pobres, mas de alegria incomum. Alguns rebeldes, outros boêmios.
Temos aqui, no Sport Clube Internacional, um exemplo destes craques. Um menino que não cresceu se olharmos sua estatura, mas um homem capaz de entrar em uma briga por sua família, seus filhos e sua equipe. Este menino hoje homem, não nasceu brasileiro, nem gaúcho e muito menos Colorado. Mas quando aqui chegou foi saudado como craque pelo que já tínhamos assistidos pela televisão.
Andrés Nicolás D’Alessandro vestiu no lado de lá as cores vermelho e branca do River e talvez por isso seja tão identificado com o nosso manto alvirubro. Andrés não nasceu torcedor do Inter, mas colocou nosso brasão na cabeça, feito tatuagem. D´Alessandro, o menino pobre do bairro de La Paternal, tem uma habilidade incomum na perna esquerda e como tantos outros craques do passado, uma capacidade gigantesca de estar com seu nome vinculado a rebeldia.
Neste ano de 2010 não temos no Beira-Rio nenhum craque capaz de chamar a responsabilidade do jogo para si. Não temos ninguém que a mídia sul-americana destaque tanto quanto este hermano chamado de “D’Ale” pela nação Colorada.
El Cabezon pode não ser o gênio que desfila classe e elegância pelos gramados, pode não ser o jogador que desequilibra em todos os jogos, mas é o melhor atleta que hoje veste nosso manto sagrado. É ele e somente ele que pode dar o “la boba” e deslocar a coluna dos adversário. É ele que pode ter o lampejo da jogada magistral, o passe em profundidade ou aquele toque que deixa até nosso zagueiro Índio cara a cara com o goleiro. É ele que os azuis temem quando o microfone anuncia seu nome. Afinal, Nicolás D’Alessandro fez gol em quase todos os clássicos. E lá naquele GreNal que vencemos de goleada, 4 a 1, foi ele o destaque, o maestro, o cérebro. Na Argentina ganhamos do Boca como poucos o fazem, e quem foi o diferencial? Ele, o menino nascido no River.
Pois é, mas mesmo com toda essa referência dentro e fora dos gramados – Qual menino Colorado, não idolatra D’Alessandro? – querem vender nosso craque para pagar os investidores. Querem vendê-lo para pagar o salário de um treinador. Ora se Andrés for embora, quem vai vestir a camisa 10 e ser capaz de carregar nossa esperança e de vencer mais uma Libertadores?
No te vás D’Ale! Fica ao menos para ser mais um guerreiro Colorado neste sonho do Bi da Libertadores.
D’Ale, nós colorados te amamos!
Desculpa Simonymas discordo de ti,não acho que se for ele vai tarde,pelo contrário,quero que ele fique por aqui,mostrando o seu bom futebol(está bem,algumas vezes ele não mostra,mas,quando precisamos dele,sabemos que ele está lá,e mostra porque é ídolo).Recuperarmos o investimento?O que é isso?Não me preocupa recuperar investimento,com tantas alegrias que o D’Ale já nos deu,o investimento já foi recuperado,o Inter é um time de futebol,não uma agencia de negócios!FICA D’ALESSANDRO!!!!!!!!!!!!
(simonybonfante@hotmail.com): Se vai,vai tarde, pois se demorarmos muito não recuperamos o investimento. Precisamos de um meia de velocidade e não um que joga (e muito!) só qdo quer.
Olá Marcelo, excelente post, concordo com tudo que disseste, e concordo também com a Débora quando diz que ele está devendo um pouco. Acredito que pela sua estrutura, pois não é um touro como o perfil do jogador forte, ele ainda não esteja 100% recuperado depois do seu penúltimo afastamento médico, mas indiscutívelmente ele é o jogador mais qualificado tecnicamente de todo o plantel, o que faz a diferença, o do toque genial. Ele até pode ser negociado, mas somente após a decisão do Mundial, antes será uma grande perda de qualidade no INTER, pois seremos mais um time comum no Brasil. A Diretoria não sinaliza com grandes contratações portanto não podemos perder o que temos de melhor.
Grande abraço.
Meu escritor…tenho que concordar contigo em todos os aspectos…D’Ale é o cara sim!!! Ele desequilibra, é desequilibrado é irregular…é maluco…mas é APAIXONADO pelo que faz. E isso contagia…isso faz só TODA a diferença nesse esporte em que a técnica é um aspecto importante, mas em que a GARRA, o TALENTO NATO, são muito mais importantes.
E digo mais…quero que ele fique até sermos Bi-Campeões Mundiais…depois de ter conquistado esse sonho aí sim…se for a vontade dele que se vá para as paragens que almeja. Quero que em 2010 seja diferente de 2006 onde perdemos muitos dos nossos ídolos guerreiros para disputar o Mundial (Sóbis, Tinga, Bolívar, Eller).
A direção não pode ser tão inconsequente e desalinhada com a torcida mais apaixonada do RS…quero ver nosso COLORADO alçando vôos mais altos (quero o Tri, quero o Tetra)…a empresa Internacional tem agora a chance de virar o jogo no cenário do futebol nacional, deslocar o eixo das atenções da mídia que sempre esteve no Sudeste, para um novo eixo Sul-Sudeste.
Tá…falei demais…calo-me e agradeço a oportunidade e mais uma vez parabéns pelo texto maravilhoso meu camarada.
Abraço
Grande Marcelo, tenho que concordar contigo que o D’Ale é o cara capaz de desequilibrar qualquer jogo, basta ele “querer”. E quando eu falo querer é pq há um ano ele vem perdendo a alegria, no meu ponto de vista. Uma das suas marcas que era decidir GreNais, nem isso ele conseguiu nos últimos dois clássicos em que participou. Embora o discurso seja de que ele ainda não deu tudo que a torcida Colorada merece, será que ele quer e pode dar mais?
Todos os problemas do ano passado, talvez se ele não fosse atleta do Sonda, já teria sido expulso do Inter, mas sairam os encomodados e ele ficou. Para mim, ele tem que querer comer a bola com em 2008 para ficar no Colorado, pois acho que não há nenhum outro jogador com tanto prestígio no Beira-Rio do que ele, a torcida o respeita muito e talvez por isso, mesmo nos piores momentos, nunca tenha o vaiado de verdade como acontece com o “AlecCone”.
Mas enfim, acho que sair no meio da Libertadores não tem como, seria uma grande perda, agora depois da LA, se for para a felicidade de ambos, que D’Ale seja feliz e alegre aonde ele achar que é o ideal para ele.
Grande abraço e bela participação novamente
Meus parabéns pela postagem.
Está sensata e emocionante.
D’Alessandro é um dos poucos jogadores diferenciados que ainda tem no Inter.
Se ele se for,a esperança minha de o Inter ganhar a Libertadores irá para o “ralo”.