Passamos o último domingo decidindo o futuro do país. Um momento tão sublime, de tanta importância que ainda me emociona, quando lembro a primeira eleição direta, depois do período da ditadura militar, quando as pessoas ainda não saiam às ruas com bandeiras e tinham muito medo. Foi um processo quase doloroso de extermínio de submissão, de passos desconfiados da falta do autoritarismo… Eu trabalhei mais de 3 dias trancafiada dentro de um ginásio, acompanhando o escrutínio de votos. Virava-se praticamente 72 horas sem dormir. Foi fantástico. Aprendi demais. Foi um privilégio. Para a maioria dos colegas da imprensa, assim como eu, foi a primeira experiência democrática na política do país. Depois vieram outras eleições, as urnas eletrônicas e agora a identificação biométrica.
Hoje, com a mesma expectativa para conhecer os eleitos, no máximo três horas depois de concluída a votação, já em casa, temos idéia de quem foi o escolhido. A tecnologia avançou muito, mas nosso comportamento nem tanto. Muitos, hoje, não levam a sério este momento tão significante, passando do medo ao total relaxamento. Outros entendem que a eleição de um palhaço com mais de um milhão de votos é legítima. Certamente todos os palhaços votaram nele.Palhaços alfabetizados, ou não alfabetizados, devem ter algo em comum.
Teremos daqui alguns dias a segunda etapa. A decisão entre dois projetos. Qual deles é o melhor para que nosso Brasil cresça cada vez mais?
Pois nós, Colorados, vamos nos repetir neste questionamento. É que estaremos enfrentando o processo eleitoral do Clube, também dentro de muito pouco tempo. Já tivemos períodos em que o sócio não votava (pode-se dizer que foi um tempo de baixo nível democrático, pra não acusarmos ninguem de ditador). Hoje vivemos a oportunidade de participar deste processo. Meu receio é que alguns variem entre o medo e a brincadeira. Medo de errar e apostar no continuismo ou brincar de conhecer o novo. Medo de que as negociatas e negociações acabem se tornando no carrasco das urnas e no futuro do clube. Desconfio que o novo pode ser motivado pelo impulso e a rebeldia, naquele tipo de brincadeira que sempre sai alguem machucado. Não vamos confundir continuismo com continuidade. Continuidade é bom. Não vamos confundir o novo com o despreparo. Mudanças são sempre agregadoras. Mas é possível conciliar continuidade com a empolgação de novas idéias? Teremos quadros para manter o Clube e avançar em busca de mais e mais vitórias? Teremos folego para renovar sem perder a experiência do que deu certo?
Não é hora de lesões. Não é momento para disputas descabidas. O INTER está na porta da sala de dois títulos importantes demais para a nossa história. O Tetra campeonato brasileiro (ainda que eu teime em afirmar que é o penta) e o BI mundial com selo FIFA.
Fizemos até aqui, nos últimos anos, uma caminhada vitoriosa porque foi planejada. Neste planejamento estava, com certeza, a ordem política de tudo. Que se respeite esta ordem. Que tenhamos espaço para novas idéias e novas atitudes, mas, principalmente que tenhamos serenidade e transparência, compromisso com o objetivo maior que é o de manter o INTER entre os dez maiores clubes de futebol do país. Experiência, maturidade, inovação e organização, certamente vão ajudar muito na busca destas metas. Aliás, isso vale para nosso país também.
Então, que possamos fazer destes momentos vitais que temos pela frente, experiências saudáveis, decisões convictas. A lição talvez não seja o caminho mais fácil, mais lucrativo (em ambos os casos) mas o mais honesto, trabalhador e criativo.
O Brasil pode muito. O INTER, neste momento, pode tudo!!!!
Adriana Paranhos – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
INTER, minha paixão verdadeira!
Oi João. Seu comentário, como todos os outros escritos ou somente pensados, são mais uma lição de democracia.Pois eu faço uso, mais uma vez deste instrumento,para dizer que não votaria nem no palhaço, nem no que me faz de palhaço. Voto em quem EU PENSO, seja o melhor para o pais, para o INTER. Voto em quem não usa um palhaço para colocar tres pessoas inexperientes, sem expressão política, sem projetos concretos no congresso.Foi o que aconteceu com a votação do Tiririca. Mas cada um é cada um e cada qual é cada qual. Só não posso aceitar a tal argumentação do voto de protesto. Protesto só é valido quando serve para modificar algo, alertar.
Neste caso alertar o que? Por acaso não sabemos das trapaças e tramoias que lá acontecem? Mudou o que? Os eleitores não foram usados como massa de manobra para dar voz a quem jamais estaria lá pelas regras gerais?
Difícil isso, eu sei.Mas não custa colocar o assunto na mesa.Espero que no INTER as coisas sejam diferentes.
Alô você!
Brilhante Adri!
Nesse momento extremamente delicado, mas absolutamente nosso, devo me manifestar a partir de sua muito inspirada coluna para o meu desagravo em favor da continuidade sem continuísmo. É assim, como estamos falando de futebol, é como um time que acaba o campeonato campeão, mas tem em seus quadros algum atleta que possa ceder seu lugar a um sucessor, com visíveis vantagens. Mantém a espinha, o mecanismo, a estratégia, a tática, mas aperfeiçoa-se o elemento executor. Vamos Inter, o presente é teu e o futuro te espera!
Grande texto Adri. O eleitores, independete de Inter ou no país, devem saber que seus atos terão consequências depois, que voto consciente é sempre importante. Espero que a briga interna pela presidência Colorada acabe logo, pois para mim só um candidato é o mais preparado para assumir o Colorado, alguém que pensa a favor e melhorias para o Clube. Apesar do apelo da Popular, neste caso não cantarei junto com eles, mas sim a favor do melhor para o Inter.
Prezada Adriana, muitas vezes pensar e pesar as escolhas pode não ser tarefa das mais fáceis.Vejamos.
Sem entrar no mérito da questão, mas quem você escolheria para te representar: um palhaço ou quem te faz de palhaço ???
Há no mínimo uma tênue esperança de que o palhaço ( não nós ) faça algo do que dele se espera por não estar ”ainda” contaminado e inebriado pelo poder à ele conferido.
A mensagem, a meu ver, é que devemos buscar antecipadamente as melhores opções e não ter que passar por esse tipo de escolha.
Sobre o INTER acredito no ditado: em time que está ganhando não se mexe.
Acrescentaria somente que, não se mexe, somente são feitos ajustes pontuais.
Sinceramente, um comando que pegou o clube na situação que pegou e em pouco tempo nos levou a patamares nunca antes alcançados ou imaginados, deve no máximo ter ajustes e acréscimos.
É claro que problemas existem, que pessoas se valem de seu cargo e sua posição, isso é natural e habitual para certas pessoas.
E essas pessoas é que devem ser o alvo de mudanças, de postura ou de cargo.
Aos nossos olhos a pessoa pode ser um problema, mas para o funcionamento da máquina pode ser peça fundamental.
Certamente o INTER passará por situações delicadas nesse processo e tomara que optemos pelo melhor, não para nós pessoalmente mas para manter o clube no patamar que nossa imensa, aguerrida e fiel torcida merece.
Um grande abraço,
João Carlos Bremer – Colorado de Blumenau, UMA VEIZ !!
PS: Em tempo, achei a eleição do palhaço uma piada de tremendo mau gosto, mas será preciso tirar lições dessa escolha ou recado dessa multidão.