Falcão, 1979 e sempre.

Por grande coincidência, na minha viagem de Porto Alegre para São Paulo, na terça-feira passada (05/04) fui lendo no vôo o livro “O TIME QUE NUNCA PERDEU”, escrito por Paulo Roberto Falcão sobre a campanha invicta do INTER em 1979. Livro pequeno e simples, mas nele Falcão relata a trajetória do INTER naquele ano, descrevendo e entrevistando cada um dos jogadores que participou daquela campanha vitoriosa e ainda comenta o que faz cada jogador nos dias de hoje.
Quase a maioria dos jogadores, deu enfase ao trabalho fantástico do saudoso preparador físico “GILBERTO TIM“. Um excelente profissional e amigo de todo o grupo. Sabia morder e assoprar quando necessário.

Também pelo conhecimento profundo de futebol do mestre ÊNIO ANDRADE, o INTER se fez sólido na defesa, articulador no meio e matador no ataque. Muitos jogadores que não sairam na foto do time do Título, foram por demais importantes para aquela campanha, como o rápido Chico Spina, naquele memorável 2 x 0 contra o Vasco em pleno Maracanã, onde Falcão não jogou, tendo sido substituido pelo Valdir Lima, que foi o autor dos passes para o Chico marcar.

Entretanto duas coisas todos os jogadores mencionaram no livro, a Categoria do Falcão em campo e a Liderança dele dentro e fora do gramado. Isto fez a diferença em um grupo vencedor, que tinha muitas estrelas, algumas rebeldes (Mário Sérgio), algumas humildes e eficientes (Mauro Pastor e Mauro Galvão) e alguns simplesmente craques (Principe Jajá) e tantos outros.

Diga-se de passagem, o Mauro Pastor era Católico, o Mauro Galvão foi apadrinado pelo Falcão, Falcão e Batista eram os Reis dos atrasos nos treinos e o Bira não era Burro. Para quem não sabe, o Bira ganhou este apelido de “Burro” porque a imprensa do centro do país disse que ele era “Burro” ao preterir o Flamengo, que o queria, optando por jogar no Beira-Rio. O tempo provou que mais uma vez a imprensa estava errada.

Benites, conta que um grupo de jogadores gostava de sair depois dos treinos e ir tomar cerveja num bar e na sua primeira participação neste grupo, foi surpreendido pelo Falcão entrando no bar e pedindo para que ele saísse fora, “Sai fora gringo, não entra nesta“, o que prova a liderança de Paulo Roberto Falcão até fora do campo. Bem, não preciso destacar a sua trajetória vitoriosa como jogador profissional, é chover no molhado para os Colorados.

Até não teve tanto sucesso como treinador, no INTER, na Seleção Brasileira e do Japão, mas na última Copa não aceitou o convite da Globo para comentar os jogos na África porque queria ficar no Brasil e “ESTUDAR” as táticas utilizadas pelas Seleções para empregar nos gramados, pois tinha a firme intenção de voltar a ser técnico de futebol, o que para a sorte de todos nós Colorados, está se concretizado no Beira-Rio, pois alguns dias atrás ele não aceitou a proposta do Atlético-PR.

Então boa sorte BOLA-BOLA, que era como Ênio Andrade e os demais jogadores o chamavam. Que você consiga incorporar ao elenco Colorado, toda a sua garra, técnica e paixão pelo INTER. Terás nas mãos um excelente plantel, bastando alguns ajustes e juntos vamos a colheita de novos Títulos.

Para quem tem saudades daquele ano, veja no link abaixo a história, com fotos, daquele 1979 inesquecível.
Vale a pena dar uma olhada. Clique na foto do primeiro jogo e acompanhe todas em preto e branco.
http://www.clicrbs.com.br/esportes/rs/galeria/default,20837,Confira-a-campanha-invicta-do-Inter-em-1979/groupid/26/pg/1

IRONIA DO DESTINO = “O Celso Roth gostava tanto de VOLANTES, que acabou colocando um no seu lugar de técnico”.

 Evandro Milani – Porto Alegre – RS 
 INTER nada vai nos separar