A troca de técnico do nosso amado clube, Sport Club Internacional, realizada há algumas semanas atrás me fez lembrar várias coisas que, mesmo não sendo ligadas ao futebol, tem uma certa cumplicidade na medida em que, se a situação não anda boa, há de se tomar uma decisão cedo ou tarde. Foi assim com os técnicos “Conde” Fossati no primeiro semestre do ano passado e, recentemente com o Celso Roth.
Eu particularmente fiquei um pouco chateado com a demissão do Celso Roth, afinal ele foi um dos principais responsáveis pela reconquista da Taça Libertadores da América em 2010. Não acredito que ele tenha sido o principal responsável pelo nosso desempenho apenas razoável no Brasileirão 2010 (aqui as contusões e, principalmente o “foco” no Mundial Interclubes em dezembro foram as principais causas), pelo vexame contra o Mazembe (muitos comentam que ele fez substituições improdutivas no decorrer do jogo, mas pessoalmente o famoso “salto alto” e as inúmeras chances perdidas de gol foram os principais motivos), a eliminação precoce na Taça Piratini (primeiro turno do Gauchão 2011) e a derrota para o Jaguares nesta primeira fase da Taça Libertadores da América 2011 (no dia seguinte, se não estiver enganado, o nosso co-irmão perdeu de 0 x 3 para um time da Bolívia e nem por isso o Renato foi demitido 🙁 ) Pessoalmente o grande defeito do nosso time desde o segundo semestre do ano passado tem sido sem sombra de dúvidas, a pouca quantidade de gols marcados (além é claro do número um pouco excessivo de gols sofridos… 😉 ). Acho que a causa disso é mais técnica (falta de treinamento e/ou qualidade) do que qualquer outro motivo. De qualquer maneira fica aqui um voto de agradecimento ao técnico Celso Roth pela sua inestimável contribuição à conquista do Bicampeonato da Taça Libertadores da América 2006/2010: “Muito Obrigado Celso Roth!”
Uma coisa indiferente ao técnico é a qualificação do plantel (mais importante que a quantidade) visto o número de competições que a maioria dos grandes clubes brasileiros está disputando quase que simultâneamente nos últimos anos. Se, quando eu era jovem (essa foi boa 😉 ) o nosso time disputava em média duas competições por ano (estadual e nacional), atualmente jogamos em média três competições anualmente (chegando a quatro caso inclua-se o Mundial Interclubes). Seja por lesões (vide o exemplo recente do goleiro Lauro, sendo substituído à altura pelo Renan) ou cartões amarelo e vermelho (o craque D’Alessandro sendo substituído pelo também craque Oscar), se não há reposição à altura dos titulares então fica quase impossível de se manter um desempenho confiável ao longo das competições que estão sendo disputadas.
Espero que o nosso novo técnico, Paulo Roberto Falcão (seja bem-vindo de volta 🙂 ) consiga de alguma maneira ajudar a melhorar a nossa produção ofensiva, seja através da mudança no esquema tático ou jogadores diferentes. Até o presente momento, vitória de 1 x 0 no Santa Cruz-RS pelo Gauchão 2011 e 2 x 0 no Emelec (Equador) pela Taça Libertadores da América 2011, temos tido um ótimo desempenho com ele. Entretanto as duas vitórias foram conquistadas no nosso belo estádio, o Gigante da Beira-Rio. Os próximos confrontos, contra o Juventude no Alfredo Jaconi no domingo e contra o Penharol (Uruguai) em Montevidéu na terça-feira (se estiver correto), é que vão mostrar se o time melhorou de fato.
Por fim gostaria de dizer que, apesar da distância e da impossibilidade de assistir os jogos ao vivo (só consigo ver os melhores momentos quando estão disponíveis na Internet), somente o fato de poder ouvir as transmissões de áudio da rádio Gaúcha AM e ler os excelentes artigos escritos pelo(a)s amigo(a)s colorado(a)s da Arquibancada Colorada, faz com que eu possa, às vezes, esquecer dos terremotos que ocorrem quase que diariamente neste país tão diferente do nosso…
Saudações Coloradas daqui da Terra do Sol Nascente.
Wilson Pardi Junior – Numazu/Japão
Cônsul do Sport Club Internacional no Japão
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PS. O título desta coluna tem a ver não somente com a troca de técnico do Sport Club Internacional, mas também com a presente situação no Japão após a terrível catástrofe ocorrida no dia 11 de março deste ano. Parece coincidência mas na próxima terça-feira, 26 de abril, fará 25 anos exatos que ocorreu a tragédia nuclear de Chernobyl na Ucrânia! Quando vejo o que aconteceu em Fukushima eu me pergunto: quando é que o ser humano vai aprender? Uma coisa é cometer um erro (isso sempre acontece porque afinal de contas somos seres humanos), mas pior é insistir no erro…
Prezada Débora e prezados Paulo Melo e Evandro Milani,
Muito obrigado pelas palavras gentis de vocês!
Fico contente que, mesmo apesar da distância que nos separam, há Colorados e Coloradas que apesar do tempo escasso em virtude da enorme quantidade de notícias, colunas e informações disponíveis na mídia (rádio, TV, jornais e, principalmente Internet), ainda conseguem ter tempo para ler a pequeníssima contribuição desse vosso cônsul 🙂
Evandro, o teu comentário acima é bem suscinto e elucidativo. Realmente o desempenho do técnico Celso Roth parece funcionar somente em competições de “tiro-curto” visto que antes da conquista da Taça Libertadores da América 2010 só havia conquistado campeonatos estaduais se eu não estiver enganado…
Quanto ao jeito durão dele eu me lembro que, quando eu ainda morava em Porto Alegre, o apelido dele era “Cachorrão” 🙂 Ainda chamam ele assim de vez em quando?
A impressão que tive daqui é que, nessa última passagem dele por Porto Alegre ele parecia ser mais cordial (ao menos com a imprensa) quando comparado com a penúltima passagem dele (no nosso co-irmão)…
Um grande abraço,
PS1. Acabei de ouvir a gravação do jogo contra o Juventude na segunda-feira à noite aqui em Numazu. Que sufoco (ainda mais depois da expulsão do Bolatti) mas valeu a vitória!
PS2. Vocês já se deram conta qie podemos ter CINCO Gre-NAIS durante os meses de maio e junho (três pelo Gauchão e dois pela Libertadores)?
Oi Wilson. Ontem vendo o SporTV ouvi o comentarista chamar o Mourinho, técnico do super Real Madrid, de Celso Roth de terno, porque ele para os jogos contra o Barcelona, tem feito uma mega retranca, mas como é o Mourinho, dizem que é estratégia e o Celso Roth era retranca.
Bem com relação aos seus comentários sobre o Roth, acho que o INTER tinha a avaliação correta dele no início e depois equivocou-se.
Ouvi o Carvalho dizer : “O Roth é técnico de arrancada, coloca ordem no vestiário, acerta o time e o faz subir de produção nos primeiros meses e é exatamente isto que precisamos para a Libertadores”.
Muito bem e ai o reporter perguntou, “e depois da Libertadores o que fazer com o Celso Roth ?”, o que o Carvalho respondeu, “nada, pois acaba o contrato dele”.
Então Wilson, esta era a hora de dispensá-lo visto que é sabido que ele é ruim em campeonatos longos, pois seu jeito durão começa a gerar um clima ruim no vestiário e o resultado todos conhecemos.
Grande abraço.
Alô você Wilson!
O futebol nos apaixona também pela diversidade de opiniões. O que devemos sempre fazer é manter a cordialidade e o equilíbrio, bem assim como fases em teu Post. Isso de certa forma faltou por aqui. A esmagadora maioria da torcida queria a saída do C.Juarez. Defendem uns que não fosse a atitude tomada pela torcida ele não seria demitido eo time não reagiria. Enfim, esse é o futebol. Parabéns por sua coluna.
Super Wilnson, bom saber que conseguimos mandar um pouco de conforto para você aí tão distante em meio a tantas incertezas. Estamos torcendo que as coisas melhorem no Japão.
Em relação ao nosso Colorado, tenho fé que o Falcão será o nosso Pepé Guardiola dos Pampas, que nosso Inter jogará por música e será campeão de tudo novamente.
Grande abraço