Prezado(a)s Colorado(a)s,
No meu último artigo publicado mês passado aqui na Arquibancada Colorada eu disse que tínhamos que ganhar logo umas três partidas em sequência para reverter esta tendência negativa que estava a aparecer no desempenho do nosso time no Brasileirão 2011. Qual foi a minha feliz surpresa em ouvir pela Internet as vitórias contra o Figueirense, Atlético-MG e Atlético–PR e ver o time subir e entrar no G4. Entrementes (essa palavra é do tempo do meu falecido avô 🙂 ) bastou o time ficar sem quase nenhum meio-atacante (por exemplo, D’Alessandro, Zé Roberto e principalmente Oscar – além dos lesionados Tinga e Andrezinho) nas três partidas seguintes contra Vasco da Gama, Corinthians e São Paulo–SP para voltarmos à estaca zero…
Mas o pior de tudo não é a oscilação do time no Brasileirão 2011 (o nosso desempenho parece uma onda senoidal, ou seja, derrotas, vitórias, derrotas, etc) e sim a nítida falta de convicção e planejamento da Direção Colorada desde o fim da Taça Libertadores da América 2010! Não vou “chover no molhado” e repetir a mesma opinião que eu e outros bloguistas mais brilhantes deste reduto Colorado emitiram no final do ano passado e durante a eliminação do nosso Clube na Taça Libertadores deste ano, conquistada merecidamente pelo Santos-SP (o Muricy é um técnico teimoso e às vezes arrogante, mas tem estrela de vencedor).
Vou tentar opinar, de uma forma humilde e simplista, sobre algumas causas do nosso atual desempenho negativo não somente no campo de jogo mas principalmente nos bastidores…
Plantel Colorado: embora ainda tenhamos um grupo relativamente qualificado em quase todas as posições, houve e há muita falta de planejamento na montagem e principalmente na manutenção do grupo. O exemplo mais evidente no momento é a falta de atacantes goleadores. Ou seja, até alguns meses atrás tínhamos quatro atacantes de muito boa qualidade, ou seja, Leadro Damião, Alecsandro, Rafael Sobis e Cavenaghi. Evidente que o Leandro Damião, que ainda é nosso jogador, é o titular indiscutível. Entretanto venderam o Alecsandro com a desculpa de que havia outros dois atacantes na mesma posição e que era contestado por boa parte da torcida (eu pessoalmente, acho-o um jogador de qualidade razoável que, apesar de perder alguns gols inacreditáveis, assinalou inúmeros gols importantes para o nosso time). Logo depois disseram que não iriam renovar com o Rafael Sobis porque o passe dele era muito caro, e por fim, deixaram o Cavenaghi ir embora porque este reclamava de que era pouco utilizado.Agora só temos o Leandro Damião e o tal de Gilberto (será que este jogador é melhor do que os outros três que foram embora?).
E a lateral-direita onde há muita reclamação com relação ao Nei (um jogador bastante esforçado, mas limitado tecnicamente)? O Bustos que ficou meses sem jogar e ganhando um salário de alto padrão de vida, quase nunca foi utilizado pelo Falcão, Celso Roth e “Conde” Fossatti. Por que? Será que um estrangeiro que chegou a ser convocado para a Seleção do seu país pode desaprender a jogar futebol? Resumidamente, o Sport Club Internacional em relação à utilização plena de seu plantel parece aquela empresa típica de “software” que contrata um monte de engenheiros e programadores de uma vez só sem ter especificado anteriormente onde e como irão trabalhar, ou seja, quando isso acontece (e muito) muitos professionais ficam sem motivação na empresa apenas fazendo trabalho burrocrático ou pedem demissão ou então são demitidos na primeira crise econômica que aparecer pela frente. Em outras palavra, mal gerenciamento ;-).
Comissão Técnica: o Falcão ficou apenas três meses no cargo e aí eu pergunto: como pode um treinador fazer um trabalho decente a longo prazo se em apenas três meses é demitido? Nesse meio tempo fomos desclassicados da Taça Libertadores da América 2011 é verdade , além de termos tido muitas derrotas em casa no Brasileirão. Mas também é verdade que ganhamos o Gauchão 2011 e chegamos a ficar no G4 por uma ou duas rodadas no Campeonato Brasileiro, tendo inclusive o melhor ataque da competição. Eu pessoalmente tinha minhas dúvidas quanto à capacidade do Falcão em ser o nosso técnico, mas nunca deixei de torcer por ele. Acho que ele me lembra muito o Zico, ou seja, dois craques como jogadores, mas apenas técnicos medianos. Pra mim a grande “mancada” do Falcão foi afirmar, numa entrevista há alguns meses atrás, que o nosso time não possuía qualidade técnica suficiente para ser Campeão Brasileiro. Ora este tipo de coisa não pode nunca ser dito publicamente, pois desmotiva os torcedores e principalmente os jogadores do plantel!
Sim eu sei, tu sabes, nós sabemos e eles sabem que precisamos de reforços mas certas coisa devem ser ditas apenas internamente. Aliás este tipo de atitude intempestiva foi, na minha opinião, o que contribuíu também para a demissão do Roberto Siegmann, ex-vice-presidente de futebol. Tenho pleno certeza que o Sigmann é um Colorado fanático como todos nós aqui presentes, contudo suas ações ao invés de contribuirem para melhorar o ambiente interno e a imagem do Sport Club Internacional, apenas tiveram resultados opostos. Até nas entrevistas pós-demissões os dois continuaram a falar “abobrinhas” do tipo “incompatibilidade com o Luigi desde o nascimento” (no caso do Siegmann) e “O presidente tem uma maneira de trabalhar que não é a minha maneira. Você acha que o presidente me queria treinador do Internacional?” (no caso do Falcão).
Puxa, se os dois disseram que desde o princípio não tinham uma relação ou voto de confiança com o presidente do nosso Clube, por que aceitaram os cargos? Por vaidade, fama, dinheiro, etc? É incrível que como na vida pública há pessoas que na menor crise pessoal ou professional entram em pânico… Eu pessoalmente concordo com o Fernando Carvalho (e também com o presidente Giovanni Luigi) que assuntos de economia interna não devem ser discutidos externamente. De qualquer maneira eu, como torcedor Colorado, fiquei satisfeito e aliviado com a saída do Roberto Siegmann e um pouco decepcionado com a demissão prematura do Falcão.
Neste momento de indefinições (ainda sem técnico e com alguns jogadores chegando antes de fechar a famosa janela de transferências) temos que torcer para que o Osmar Loss (por acaso é irmão do Adriano Loss, nosso supervisor de logística?) consiga montar um time capaz de vencer o Avaí nesta quinta-feira e também de encarar de frente o poderoso Barcelona da Espanha na próxima semana (como diz o Paulo Melo, oremos! 🙂 )
Por fim, fica aqui as minhas boas-vindas para o nosso novo vice-presidente de futebol, Luís Anápio Gomes e novo diretor executivo de futebol, Fernandão. Que estes dois professionais consigam ajudam a recolocar o nosso amado clube no topo do futebol brasileiro ainda este ano, se for possível.
Saudações Coloradas daqui da Terra do Sol Nascente.
Wilson Pardi Junior – Numazu/Japão
Cônsul do Sport Club Internacional no Japão
Mais uma grande reflexão Wilson! Beleza, também concordo com a saída do Siegmann e prematura a saída do Falcão. Um trabalho sério não se faz em apenas três meses… o que vamos dizer dos clubes europeus que levam anos até vencer (caso do Manchester c/ Ferguson, por exemplo). Enfim, acho que os nossos dirigentes tem muito o que aprender com os dirigentes europeus.
Forte abraço
Alô você Dirceu!
Também acho que perdemos uma grande chance de darmos um salto de qualidade. Também acho que as últimas decisões importantes, as quais não deram bom resultado, passaram pelas mãos de FC. Só não se pode tirar o mérito dele. O inter só está indo á Alemanha por exemplo também por culpa do FC e de todo o trabalho bem sucedido dele, no comando do Inter á frente de seus maiores títulos. É questão de justiça, meu caro colorado.
SC
Tivemos a grande chance de dar um salto de qualidade e nos fixarmos para sempre no cenaro mundial, mas ai desde de 2007 não mandaram o Abel embora, o indio, depois uinventaram o Galo e ainda não mandaram o CR embora qdo perdeu para o Mazaeme.
E quem deu o aval par tudo isto, FOI FERNANDO CARVALHO
Alô você Wilson!
Lendo teu texto, vemos perfeitamente as diversas situações ocorridas no Inter nos últimos tempos. Quando dizes com muita propriedade que Carvalho “volta e meia” se utiliza do jargão “economia interna” criada por um famoso dirigente do nosso cliente preferencial e isso deve ser seguido como o norte de uma bússola, concordo plenamente. Aliás se examinarmos caso a caso veremos ao final que tudo ou no mínimo quase tudo aconteceu por ausencia de conduta conjunta, ou seja, deveria existir mas não existe uma formação de dirigentes com base em nossos vencedores. Acho que essa ação resolveria um significativo percentual de problemas.
Wilson, tua fórmula-título está correta, espero que nossos atletas e dirigentes de vestiário não se contaminem com a fogueira política da vaidade e joguem pela torcida que sempre vai estar ao lado do time: com ou, infelizmente, sem Falcão…