Deu pro gasto, 2 x 1.

Lindo, finalmente um dia primaveril. Um jogo do Inter no Beira-Rio completou o rol de coisas agradáveis do dia.

O Jogo

O adversário era um Atlético combalido pelos resultados, mas quando se percebe os jogadores que formam a equipe podemos perceber bons jogadores, muito bons até. Todo o setor tem alguém com “pedigree”. Isso possibilitou ao Galo ameaçar o Inter,  normalmente com arremates de fora da área, sempre após boas trocas de bola nas cercanias da área colorada. Isso preocupava o setor defensivo, uma vez que Bolatti

Golaço de Bolatti, abriu o marcador (Imagem; Site Terra)

especialmente, tinha a qualidade do bom passe, mas defensivamente pecava na marcação do início de jogada pelo lado direito. Pelo lado esquerdo não havia problemas defensivos. A participação “canina” habitual do Guina uma segura atuação defensiva do Kleber e uma ótima performance do Índio garantiam o sucesso defensivo por lá. Ofensivamente o Inter era razoável. Alternou boas jogadas pelos dois lados mas faltava sincronia. Dois ou três passes depois perdia  e recomeçava o esforço para recuperar a bola. Conseguiu encaixar alguns ataques e bons arremates com Oscar especialmente e também com D’Ale e com uma participação esforçada do Jô sem, contudo, conseguir se posicionar para ter oportunidade de finalizar. Pois foi numa arrancada de trás que Bolatti encontrou em D’Ale o parceiro para uma tabela que lhe oportunizou entrar na área e arrematar forte, alto e abrir o marcador, 1 x 0. A partir daí, 26 min., o Inter conseguiu manobrar melhor, reter a bola e aí D’Ale reafirmou sua condição de grande jogador, assumindo o controle das ações coloradas.

Veio o segundo tempo e o que se viu foi o Inter dominando o jogo e se repetindo em perda de gols por Jô e Delatorre, que havia entrado em lugar de Andrezinho, dois cada um. As produções saiam pelos dois lados com Oscar e Kleber de um lado e Andrezinho e Nei do outro. D’Ale repetia o primeiro tempo, com muito interesse e com ótima produção, entretanto o gol não saia. Nas arquibancadas do Beira-Rio um mal estar. A torcida pressente que quando a bola teima em não entrar em um lado, normalmente está muito próximo de entrar do outro. Não deu outra, uma troca de passes e o atacante Renan Oliveira apareceu à frente de Muriel, livre de marcação e empatou o jogo, 1 x 1.

D'Ale, brilhante. (Imagem: Site Uol)

D’Ale pareceu como poucas vezes, orientava o time (especialmente Oscar) a apertar a marcação e não deixar o Atlético ir para cima do Inter. Percebeu-se também ele gesticulando e mandando o time “desembolar”, abrir pelas extremas. Foi o treinador dentro do campo. Fabrício entrou em lugar do Oscar e a torcida não entendeu. Foi difícil de entender, é coisa de treinador. Às vezes só eles enxergam coisas que ninguém enxerga, outras vezes só eles não enxergam coisas que todo o mundo vê. Se viu ou não, não sabemos o que se viu é que DJ levou muita sorte, pois após uma falta pela direita uma bola levantada para a área do adversário, um desvio do zagueiro atleticano e Fabrício apareceu no segundo pau para colocar o Inter em vantagem, desempatando a partida e dando cifras definitivas, 2 x 1. D’Ale ainda cedeu seu lugar a R.Goulart e mesmo com algumas ameaças de empate e da expulsão de Moledo,o placar não foi alterado.

As Individualidades

Muriel, boas intervenções não teve culpa no gol. Nei, regular atuação., com boa atuação ofensiva . Foi envolvido em alguns lances. Faltou-lhe a cobertura e o socorro que lhe dá Elton. Moledo, boa atuação até a entrada com demasiada força em D.Carvalho ocasionando sua expulsão. Índio, grande atuação foi o melhor da defesa bem por cima por baixo, na antecipação e nas coberturas. Foi o Índio dos bons tempos, um dos dois melhores em campo. Kleber, atuação regular, foi envolvido pela manobra ofensiva do Galo no lance do gol. Bolatti grande atuação na “tabua ofensiva” (alô Pauperio!), inclusive marcando um golaço, mas uma enorme dificuldade de posicionamento defensivo. Guina, defensivamente é um monstro de dedicação. As virtudes de sempre e os pecados ofensivos costumeiros. Andrezinho teve dois ou três lances no segundo tempo que justificaram sua escalação. Deixou Jô uma vez e Delatorre outra, “pifados”.  De resto sua participação foi muito discreta. Delatorre entrou no lugar de Andrezinho, se movimentou muito, correu muito e perdeu duas oportunidades de marcar. Precisa botar uma pra dentro com urgência. O pior é que ele sabe disso, e isso lhe tira a tranqüilidade. Oscar, assim como André luziu em três ou quatro lances. Sua eficácia aumenta na medida em que se aproxima do meio para produzir situações de arremate, ou jogadas de combinação.

Fabrício, entrou e "guardou" o seu. (Imagem: Terra)

Fabrício, entrou em lugar do Oscar e a primeira vez que tocou na bola foi para botar pra dentro. Brilhou a estrela do DJ. D’Ale (ganhou estrelinha- *) foi o nome do jogo. estava a fim. Orientou, armou, driblou,marcou, arrematou, lançou e… discutiu com o árbitro e ganhou cartão amarelo. Foi o D’Ale quase completo. Ricardo Goulart entrou no lugar do Cabezon e não teve tempo par produzir., foi mais participativo. Como jogou centralizado pode aparecer mais em jogadas dentro da área e próximo ao gol, mas perdeu no mínimo duas oportunidades de gol.

No conjunto o Inter esteve muito confuso, as vezes embolado, as vezes muito precipitado. Difícil saber o que esteve mais indefinido, se o Inter em campo especialmente no primeiro tempo ou os cânticos das torcidas organizadas. Elas foram colocadas juntas, mas cada uma cantou suas músicas. Resultado: uma barulheira insuportável que em nada incentivou o time. A Impressão é que cada uma torce pra si e não para o time. Sabemos que a direção está fazendo um esforço para uni-las, mas precisam se decidir. Ou torcem (cantam) todos juntos ou não tem razão de existir.

Agora estamos a um ponto do G 5. Eu acredito!

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

17 thoughts on “Deu pro gasto, 2 x 1.

  1. Isso Melo, não vamos botar pressão no rapaz, ele não precisa ser considerado a solução para a ausência do Damião, assim como compreendemos as dificuldades do Delatorre. Mas não tem porque ficar “queimando” o Delatorre numa fase em que um gol perdido, dois pontos a menos, podem representar glória ou frustração. Como você diz, alguns jovem lidam melhor com a pressão, talvez o Siloé seja um deles, mas se não for, não temos que execrar o jogador. Vai ser a hora dos mais experientes fazerem a diferença, mesmo os jovens já mais desenvoltos, como o Oscar por exemplo. É a hora do Dale, é a hora do Zé Roberto (quando voltar), do Nei, do Guina, e até do Jô… SC

  2. Melo também compartilho da ídéia de que 3 pontos valem mais do que uma boa atuação. Ainda mais nesta fase do campeonato onde a briga pelo G3(4 ou 5) e contra o Z4 vai ser das mais acirradas. Garra, despespero, pressão, arbitragem, vai valer quase tudo e temos que estar focados. Se precisar jogar feio, dar balão, por vezes, vale tudo. Nossos jogadores e torcedores devem ter em mente o que estamos disputando. Um orçamento mais encorpado ainda, torcida engajada, enfim, tudo que sabemos acompanhar um ano com Libertadores e por que não com um brasão na camiseta de campeão brasileiro. Estou apoiando a idéia de testar o Siloé, acho que o Delatorre deve mesmo ficar para pegar mais experiência no Gauchão. No mais é preparar o Zé Roberto para o sprint final e insistir nos treinamos para que o Jô seja mais efetivo no ataque. Não tem muito mesmo o que inovar nesta hora. O grupo está focado, com algumas deficiências, mas o espírito é de chegar lá. Mesmo fora de casa, estamos mostrando força. Depois do gre-NAL não perdemos mais, deixamos escapar pontos preciosos, mas nossos adversários também estão tropeçando, a diferença é que eles tinham mais gordura pra queimar. SC

    1. Alô você Luciano!
      Pois é, vamos aguardar a entrada do Siloé. Ouvi o DJ em entrevista quando ele falou do atacante do sub 23 e do JP. E é isso, “GANHAR É FUNDAMENTAL, SE POSSIVEL HONESTAMENTE”.
      SC

    1. Alô você Jéssica!
      Quando eu quero definir torcedor eu imagino alguém com esse sentimento e procedimento. Isso dá um combustível para os outros torcedores e por via de conseqüência para os jogadores. Muito legal Jéssica, assim tu contagias o mundo vermelho.
      SC

  3. Olá Melo,
    Vi o jogo pela TV aqui de S.P.
    Tua análise sempre precisa. O D’ale realmente acabou com o jogo. Também gostei do Bolatti, mas confesso que o Guinazu já nao é mais o mesmo. Continua com aquela dedicacao de sempre (desculpe mas o computador de meu filho tem teclado asiático e nao encontro todos assentos), mas tem cometido alguns erros defensivos e passes, gerando contra-ataques de grande risco ao adversário e com certa frequencia.
    Sem Damiao nao temos aquele homem gol lá na frente. O Jo, sem mais nem menos, parece-me um Alecssandro. Os gols que perde, por favor. E o Delatorre acho que vai precisar de muito tempo para deixar de se apavorar quando fica na frente do gol e sequer consegue concluir.
    Também achei perfeita a atuacao do Índio, com apenas uma falha, no gol do Atlético, eis que ficou olhando a bola passar. Devia ter ido na bola.Podia ter evitado o gol.
    Bem no mais, sem uma grande atuacao, levamos os 3 pontos. Nunca esquecendo que, principalmente agora e no desespero, nao existem adversários fáceis. Contra o Atlético Paranaense vai ser uma guerra.
    Abraco

    1. Aô você Heleno!
      Bom retorno amigo. Resumistes bem mesmo sem grande atuação somamos mais tres pontos. Pactuamos da mesma idéia, o importante eé ganhar se possivel jogando bem Um abrço e…
      SC.

  4. Grande Paulo Melo! Com o COLORADO é sempre assim, tudo muito difícil. Ficam mais valorizados os três pontos que somamos, chegando aos 40. Dos 20 aos 30 foi uma demora… Mas dos 30 aos 40 já foi mais rápido. Agora, quero ver nosso INTER chegar aos 50 pontos nos próximos 4 jogos. Mas o Jô tem que acertar o gol… E o Delatorre? Será que vai? Vamos acreditar sempre! SC

    1. Alô você Aquidban!
      No atual momento, em referência a centroavante nossa opção é torcer para o Jô e segunda opção é Jo. É ele não tem saída. Quanto ao Delatorre, torõ como todos os colorados pelo seu sucesso, mas o garoto não está correspondendo. Sei que tem potencial, já o vi atuar no sub 20 e também no sub 23, mas está custando a decolar. Siloé está pedindo passagem. Tem tido ótimos desempenhos. Pode er a bola da vez.
      SC

  5. Ola,Paulo. Concordo contigo,em genero ,numero e grau. O Inter jogou,ganhou,mas nao encantou.como nos ultimos jogos ,o nosso time,tem nos deixado tensos ao final do jogo. Foi uma enxurrada de gols perdidos. Convenhamos, o Inter é um dependente do Damigol, o Jô,pode ter boa vontade,mas erra muito gol,a impressão que tenho é’ que ele é pesado e não sai do chão.mas no final,tudo acabou bem,e nosso Inter ganhou.Agora realmente,a torcida DESORGANIZADA Popular,foi sofrivel,uma parte queria aparecer mais que a outra,sem se preocupar em incentivar o time,espero que para os próximos jogos,eles se entendam,ou então fiquem quietos sem estragar a audicão dos demais torcedores.

    1. Alô você, Junara!
      A dependência de um jogador como o Damião não tem jeito, qualquer time no mundo teria. Precisamos achar mecanismos para tentar diminuir sua ausência, é isso. Quanto a torcida DESORGANIZADA, como falastes, é preciso bem mais do que junta-las. Tem que normatizar e acabar com as vaidades. A estrela é o SC INTERNACIONAL.
      SC

  6. Bom dia Professor!

    O domingo foi muito bonito. O futebol, tirando o Dale, nem tanto! O que me importa? Os três pontos! Assim conseguiremos chegar no topo. Ninguém vai chegar lá por merecimento, por apresentar só bom futebol. Temos que ganhar, ganhar e ganhar! Deixamos de fazer muitos pontos nos últimos jogos. Ainda temos chance de subir mais. Ainda.

    Uma boa semana a todos!

    1. Alô você fábio!
      Teu otiimismo e o teu incentivo nos fazem fazem muita bem. Precisamos irradiar isso entre todo os colorados. Tu sabes que existem uns “HOMENS DE POUCA FÉ”,não é? Pois tu és o antídoto. Valeu fábio, conto sempre contigo.
      SC

  7. Paulo:
    Brilhante análise principalmente com relação a torcida. Queria fazer algumas pequenas ressalvas mais uma vez provou que o Bolatti não é um centro-médio e sim um meia- armador como Guiñazu (sem sua velocidade), mas um jogador que gosta de trabalhar a bola ou quem sabe o nosso quarto-zagueiro que tanto precisamos. O que me preocupou além de ter visto um jogo ruim foi a falta de paciência na hora da troca dos jogadores, pois vaiar o Dorival e chamar de “burro” achei um exagero, pois perdiamos o meio de campo e ele buscou alternativas para corrigir isto. Não consegui acompanhar os treinos da semana, mas quando ele substitui o Andrezinho pelo Delatorre enxergava que poderia ter botado o João Paulo no lugar do Óscar e teria colocado o Sandro Silva ou mesmo o Fabrício no lugar do Andrezinho, mas foram opções do técnico que eu como leigo torcedor tentei aplaudir para tentar abafar o famoso “burro” que achava injusto. No final o gol salvador dos três pontos acabou calando as vaias.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você Vidal!
      Quanto ao Bolatti, tenho acompanhado tua linha de raciocínio e acho interessante. Pode ser, pode ser. Quanto ao João Paulo, tenho acompanhado os jogos da equipe sub 23 e sob minha ótica seu desempenho tem sido apenas razoável. Os destaques tem sido o volante Juliano e o atacante Siloé. O JP, não tem realizado grandes jornada, mas tem potencial e já as fez,. Pode voltar a fazê-lo..
      SC

  8. Adorei o D’Alê e a participação do Bolatti, mas qse entregamos o jogo de novo. Se não fosse aquela rateada contra o Coritiba, já estaríamos a dois pontos do Flu e do Fla….

    1. Alô você Simone!
      Se tivéssemos o D’Ale a setenta por cento do que participou ontem, acho tambem estaríamos bem melhor colocados na tabela.Quanto as rateadas, concordo contig e acrescento Santos, Ceará…
      SC

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