O sufoco libertador

Após 21 rodadas, com 14 vitórias e apenas 3 derrotas, o Internacional, pela quadragésima primeira vez na sua história, ergue a taça do Campeonato Gaúcho. Embora encontrada uma dificuldade imprevista – não desmerecendo o bravo Caxias –, o time comandado por Dorival Júnior conseguiu fazer, na etapa final, tudo o que não fez na inicial, e, então, com 2 x 1 de vantagem, soltou o grito de campeão.

O primeiro a balançar as redes foi o visitante Caxias, com Michel, aos 26 minutos do primeiro tempo. O gol que calou e provocara, no final da etapa, vaias da torcida presente no estádio. Não bastasse a desclassificação, no Rio, uma realidade era, no momento, apavorante no Beira-Rio: Caxias campeão gaúcho de 2012.

Surge o segundo tempo e, com ele, duas mudanças. D’Alessandro, no lugar de Tinga, e Dagoberto, no lugar de Dátolo: eis um novo jogo. Como ocorrera no primeiro confronto, na serra, o Inter, na etapa complementar, espremeu o Caxias no campo de defesa. O goleiro Paulo Sérgio – abençoado – fazia chover debaixo de seu arco. A bola insistia em não entrar, mas a pressão fez com que ela tomasse outro rumo.

O ditado “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”, enfim, sobrelevou. Depois de seguidos milagres do goleiro caxiense, Sandro Silva fez a festa da torcida colorada, aos 21 minutos da etapa derradeira, deixando, no marcador, tudo igual: 1 x 1, resultado que levava a decisão para os tiros livres da marca da cal. A apreensão ainda existia.

Foi quando, aos 26 minutos do segundo tempo, em uma bola alçada na área, Damião, de cabeça, consumou o título e a vitória colorada: 2 x 1. O grito de campeão já soava nas arquibancadas do Gigante. O Caxias, esgotado fisicamente, jogava na superação. O toque de bola colorado era envolvente, tranquilizador. O bicampeonato dependia do apito final de Marcio Chagas.

Excedidos os 45 minutos e os 4 de acréscimos, a comemoração foi geral. Mais uma taça estava sendo erguida por um time que não se cansa de conquistar. Uma rotina nos últimos anos. O amargo de uma saída precoce da principal competição das Américas diluía-se aos poucos, o sufoco de outrora também. A libertação, contudo, foi no melhor estilo: com mais uma faixa no peito.

Parabéns, torcedor colorado.

Pedro Harry – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL

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