Hoje, pela manhã, depois de consultar novamente os sites da Internet, como de hábito, fiquei novamente um pouco mais feliz que normalmente. Se existe gente que não acredita em Deus ou em alguma fonte de energia superior, na importa como e qual, pois como Colorado, aprendi a abominar qualquer tipo de descriminação e a respeitar todas as crenças e opções, tem determinados momentos em que essa força extraordinária fica evidente demais.
Vejam que não existe compensação financeira que sustente, por muito tempo, o “endeusamento” das nulidades e das falsas qualidades. O tempo acaba colocando tudo em seu devido lugar. Quando estudava no Colégio Rosário, em Porto Alegre, certa vez escutei uma colocação que marcou a minha vida. Naquela época existia a figura amiga e companheira do regente de classe. Certa vez, quando conversava com a turma em classe, disse que, ao longo dos tempos, a verdade e a mentira disputam uma corrida. A mentira sempre sai na frente, mas a verdade é a que sempre chega em primeiro e, o mais importante, que assim era na vida.
Foi uma semana de boas notícias e se percebe que as mentiras que pareciam sólidas, verdadeiras, foram de desmoronando uma a uma.
Por filosofia de vida, não suporto gente que perde precioso tempo de vida e torce pelo insucesso dos outros, assim como não suporto a mentira e a falsidade. O que vemos de bom em outras pessoas, temos que valorizar e apreciar, vendo a possibilidade de aproveitar algo em nossas vidas. As mesmas colocações servem para qualquer atividade, assim como com outros clubes e outros torcedores.
Sendo sincero, existem determinados momentos, que a verdade vem à tona e, sem dúvida alguma, nos deixa mais feliz. A falsa verdade não pode ficar impune por muito tempo.
Olhando o futebol brasileiro, de uma maneira geral, quem trabalhou mais quieto, mas focado e dentro da verdade, merecem a nossa justa admiração, continuam vivos na Taça Libertadores, onde gostaríamos de estar e onde é nosso lugar. Aos outros, os justamente desclassificados, cantados em prosa e em verso, aqui em Salvador tem um ditado baiano: “Vá chorar no pé do caboclo”. Ou seja: “se virem”.
Aproveitando a oportunidade, só para recordar um pouco da história e entender a expressão colocada, no dia 2 de Julho, dia da festa da Independência da Bahia, a maior data cívica do Estado, uma espécie de 7 de Setembro, acontece o que penso ser a mais expressiva festa da cultura baiana, isso porque é difícil ver em outras uma mistura tão harmônica de política, religião e festa. No cortejo de dia 2 de Julho o povo aplaude quem acha que deve, vaia quem acha que merece e não é à toa que políticos se esforçam para seguir atrás do cortejo rodeado de cabos eleitorais, inclusive serve de termômetro para quem se aventura na disputa das urnas para saber se está bem ou em baixa.
Não tenho notícias de um lugar onde existe uma parada cívica com capoeiristas, gente vestida de baiana e vaqueiros devidamente trajados, misturados às representações oficiais da Polícia Militar e da Marinha do Brasil. As estátuas do casal de caboclos que lidera o cortejo foram criadas para representar o povo brasileiro. Além disso, muita gente vai para fazer orações e agradecimentos. Os caboclos a as caboclas do 2 de Julho já se associaram às entidades homônimas saudadas nos candomblés baianos e na umbanda.
No dia 2 de Julho de 1823, o povão, no mais puro baianês, estava retado. Depois de tantas promessas o Brasil estava livre de Portugal, mas descendentes de índios, escravos e libertos, muitos dos quais tinham entrado na guerra ou perdido familiares nos combates, continuavam do mesmo jeito: pobres e sem liberdade nenhuma.
Aquela história de Exército Libertador não apagou as diferenças entre elite e povo. Tudo continuava como antes.
E talvez tenha sido aí que começou a tomar forma um outro famoso ditado baiano: “Vá chorar no pé do caboclo”. Ou seja: “se virem”. O povo resolveu apelar para o caboclo, literalmente.
Meu amigo Paupério, veja só: alguns dias após a desclassificação da LA, o treinador Luxa e boa parte dos torcedores do time da região de Gravataí (ou seria Cachoeirinha?), já estão tomados pela soberba novamente, afirmando que a equipe é favorita no Brasileirão. Falta humildade, que bom que continue assim! Nem chorar no pé do caboclo eles sabem… SC
Alô você Pauperio!
Muito interessante. Os festejos do 2 de julho da Bahia, me parece, é diretamente proporcional aos festejos do nosso 20 de setembro.A expressão regional utilizada tem um encaixe perfeito ao futebol. Normalmente “eles” entendem como o caboclo da história os microfones e jornais pois é lá que eles choram.
SC