Como todos sabem, o BLOG ARQUIBANCADA COLORADA é um espaço criado por colorados para colorados para que tenhamos a oportunidade de falar sobre as coisas do nosso INTER, entretanto não poderíamos nos furtar de comentar o acontecido com um dos monumentos de Porto Alegre. Assim, nosso blogueiro Paupério leva a procuração de todos nós do BAC para descrever com palavras o lamento decorrente do acontecido com o Mercado Público de todos nós e que por isso é pauta de hoje e é excepcionalmente publicado nesse espaço.
A coordenação!
Não posso deixar de registrar a tristeza que tomou o meu ser ao tomar conhecimento do incêndio em nosso querido Mercado Público, um patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre. As lembranças de cada pedacinho daquele Mercado faz parte de alguma lembrança em nossos pensamentos e estão cravados em nossos corações e nenhum seguro cobrirá o sofrimento de agora.
Com certeza absoluta é mais um pedacinho de nossa Porto Alegre e de nosso Rio Grande do Sul que tenta se dissipar no tempos, mas tenho certeza que nossa união e nossos corações não deixarão de reerguê-lo e de torná-lo novamente público, disponível para o deleite de nossos filhos e de nossos netos, de visitação e parada obrigatória, de encontro de grandes amigos, das inigualáveis barracas e das coisas mais gostosas do mundo (como irei substituir a gostosuras que trazia para Salvador da Barraca do Holandês).
Quando viajo a Porto Alegre minha cabeça me leva a lembrar do bondinho gaiola, dos cachorros quente (e com linguiça), no início da madrugada, nas bancas da Praça XV, do seu encantado Chalé, com seu charme especial e dos lampejos de galanteios arredios às gaúchas mais lindas do pedaço. O Mercado Público faz parte de minha vida Colorada. Desde os tempos de Rosário, quando passava lá para comprar algumas frutas da época e depois, entre o trabalho na CRT, mais tarde Petrobrás, Rádio Difusora, Colégio Paula Soares, IPA e Unisinos, todos no caminho aos Eucaliptos, era um lugar de parada obrigatória para falar do nosso Internacional e/ou de subir correndo para ir ao banheiro. Quando dava e o dinheiro permitia, uma Maltzbier e um bauru na corrida, para fortalecer o magrão (não é Cassel?). Mais tarde, já adulto, de tomar um chope bem gelado, uns bolinhos de bacalhau ou um sanduíche aberto (no centenários Gambrinus ou no Bar Naval) ou ir na Banca 40 tomar um sorvete e salada de frutas, para intercalar um pouco com o sacrifício da luta do dia a dia. Sempre terei lembranças inesquecíveis para reviver e reaberto volto a rotina de frequentá-lo.
Não conheço lugares mais tradicionais, mas aconchegantes, que os restaurantes de lá. Lugar de verdadeiros porto-alegrenses e gaúchos, era frequentado assiduamente pelos “mais machos” (assim se diziam) do “Alto da Bronze” e pela boemia gaúcha. Hoje é lugar de passagem e parada obrigatória de todo porto-alegrense e gaúcho que se preza. Lugar de grandes e inesquecíveis manifestações populares.
Assim como o nosso querido Mercado Público de Porto Alegre, faz parte das tradições da cidade e já passou por incontáveis mutações arquitetônicas, sobreviveu a diversas enchentes, incêndios (3) e ameaças de demolição, com certeza absoluta, com a determinação do povo gaúcho e da fibra do porto-alegrense, com a união de todos nós, voltará a ser o nosso espaço para adquirir nossos bons e/ou saborosos produtos (carnes, principalmente a de porco com o couro para fazer assada no forno, queijos, salames, copa, azeitonas pretas, ameixas, camarão, verduras, bacalhau, capeletti, nhoque, ravióli, farinhas, patês , linguiça, erva-mate, sorvetes e tantas outras coisas mais), chega a me dar “água na boca”, e voltará a ser um espaço especial para nossas compras especiais, para colocar a conversa em dia, para nosso descanso e alimentação merecida, para nossas manifestações culturais e comunitárias, voltando a proporcionar mais qualidade de vida à nossa população e aos visitantes em nossa terra querida.
Não é um incêndio desse porte (dizem que foi 10%, pouco para quem avalia, mas muito para nossos corações) que vai “nos derrubar”. Vamos à luta!
Alô você Pauperio!
Muito embora não tenhamos o hábito de publicar matérias cujo teor não seja relativo ao futebol e particularmente ao Inter, o assunto da pauta merece relevância. Parabéns pela sensibilidade.
SC