QUISERA ENTENDER MELHOR!

 

Esse é o de Erechim em 2012, bonito, não? Já fomos assim aqui em POA (imagem: Google)tambem
Esse é o de Erechim em 2012, bonito, não? Já fomos assim aqui em POA (imagem: Google)tambem

Já foram os tempos em que se viam Grenais com os estádios divididos em duas torcidas. O clube mandante ocupava as sociais e dividia o restante do estádio entre seus torcedores e os do visitante. Lembro que era comum a torcida do INTER ocupar 1/3 do Olímpico ou até superar àquela adversária quando a mesma não comparecia muito, porque o time ia mal.

Com o tempo as coisas foram mudando e a torcida do clube visitante foi encolhendo gradativamente, não por vontade própria, mas por decisões das direções. Agora, sob o argumento de segurança, foi sugerido até que só comparecesse uma torcida única, constituída pela do clube mandante, como se isso fosse resolver o problema, uma vez que a grande maioria dos conflitos na Arena tem sido gerada no seio do próprio grupo de torcedores azuis, a exemplo do que se viu no jogo anterior contra o Fluminense e outros tantos que o antecederam.

Em 1967 quando as direções se preocupavam em promover a paz... (imagem Google)
Em 1967 quando as direções se preocupavam em promover a paz… (imagem Google)

Depois de acirradas discussões e negociações, a Segurança Pública, com a Direção dos Clubes, resolveram conceder 1.500 ingressos ao S.C. INTERNACIONAL, correspondendo somente a 2,5% da lotação total da Arena, a fim de propiciar e seguir a tradição do Grenal, contendo a participação das duas torcidas no estádio. Bela compensação! Para não dizer pura hipocrisia, porque a mídia agora passaria a falar nas duas torcidas presentes. No entanto, durante o Grenal quase não se via a torcida colorada, diante do minguado número de ingressos fornecidos, apesar da presença do público ter sido menor e chegar a pouco mais de 40.000 torcedores. É claro que a TV, em momentos, focara os torcedores colorados, como a dizer que também estavam presentes.

Ora, ora, meus amigos, já que é prevista capacidade total de 60.000 torcedores, o número referenciado dava a proporção de 5 torcedores colorados para 195 azuis (sic). Na minha modesta opinião, um verdadeiro absurdo. Aliás, a mesma impressão manifestada pelo Jornalista Diogo Oliveira no programa da TV COM, domingo à noite.

A imprensa promovia a sã camaradagem, hoje..(imagem Google)
A imprensa promovia a sã camaradagem, hoje..(imagem Google)

Não podemos deixar de considerar que o Clube visitante não era de fora, e sim daqui do Estado, com sede na mesma localidade do adversário, onde contém grande massa torcedora.  Pergunta-se: Se a Direção do INTER, cumprindo o Regulamento da CBF, a ser visto abaixo, solicitou 6.000 (seis mil) ingressos, divulgado na mídia, como foi aceitar somente 1.500?

Sabe-se que esta redução tem acontecido nos últimos tempos, de parte a parte, por birra e picuinhas. Até uns dois anos atrás, a quota era de 10%, que, diga-se de passagem, também é pouca, mas, atualmente, sequer é respeitada.

A par disso, como o problema de torcidas e relações dos clubes com torcedores, existe em outras partes do País, a entidade maior do futebol brasileiro, tomando por base o Estatuto do Torcedor, veio a disciplinar a matéria, editando em 16.12.2011, o REGULAMENTO GERAL DAS COMPETIÇÕES DA CBF.

Especificamente sobre o assunto de quotas de torcidas, o caput do Art. 86, do mesmo Regulamento, assim dispõe:

O clube visitante terá o direito de adquirir a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio, desde que se manifeste em até três dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, necessariamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.

O Parágrafo 2º, do mesmo Artigo, assim dispõe – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos 10% da capacidade do estádio.

Lendo-se o que dispositivo supra, de um lado limitando o máximo de 10%, mas também permitindo sua majoração, pode-se deduzir que a quota de 10% é a mais recomendada. E num Grenal, já que os Clubes são da mesma localidade, poderia, sim, ser majorada. Aliás, como era antigamente.

No entanto, para tristeza de quem viu grandes clássicos Grenais, tanto no Estádio Beira-Rio como no Olímpico, pintados nas cores vermelha e azul, agora, ao visualizar praticamente uma, não entende a situação a que se chegou. Não vão querer me convencer que 5 (cinco) torcedores vermelhos, em cada 200 presentes, irão se destacar e dar o colorido do clássico? Como se diria na gíria popular: “Conversa pra boi dormir”.

Deveria prevalecer o bom senso entre as Direções, observando que, ao menos, fossem concedidos os 10%, ou até aumentado, dentro do espírito do Regulamento da CBF e do próprio Grenal. E olha que os dois Clubes possuem no cargo da Presidência pessoas de grande diplomacia.

O percentual ainda seria pequeno, comparado aos números históricos dos Grenais do passado, mas, ao menos, daria para melhor visualizar a torcida visitante no estádio adversário, como aconteceu com a nação colorada no Grenal de virada dos 3×2 no Olímpico (INTER sagrando-se Campeão Gaúcho) em 2011, ou no clássico de despedida da casa deles no 0x0, em que não conseguiram dobrar a esquadra rubra com 9 jogadores. Em ambos os jogos, deu para ver, muito bem, a nossa torcida vibrando. Característica da massa colorada, é claro!

Porém, muito melhor seria, se o número aventado (10%) fosse ainda maior. Não acham?

 

Saudações Coloradas

Heleno Costi

5 thoughts on “QUISERA ENTENDER MELHOR!

  1. Em primeiro lugar, um reparo no sobrenome do Jornalista da TV Com. O correto é Olivier e não Oliveira como constou.

    Pauperio,
    Por conta de meia dúzia de arruaceiros, os bons acabam pagando o pato. Com a tecnologia atual, impossível não identificá-los e bani-los dos estádios. Mas aí surge outro problema: os líderes desses grupos ou trabalham, ou são cabos eleitorais de elementos influentes nos clubes. E, por isso, nenhuma ação é tomada.
    Melo,
    Sabe-se que o Brasil é um dos países de maior legislação no planeta. Talvez o que menos cumpre também. O caso da ocupação das torcidas nos estádios, conforme descrito no texto, é prova disso.
    Junara,
    Aqueles tempos que tivemos o privilégio de participar, davam até uma conotação romântica no futebol. Era bonito! No máximo alguns palavrões, mas sem qualquer agressão física. Hoje, como bem disseste, até morte acontece. O futebol, de adversidade entre os clubes, para muitos, passou a ser inimizade total. Que pena!
    Maryane,
    Eu mesmo participei desses grupos. Recordo que, algumas vezes, colorados e adversários azuis, fazíamos churrasco e depois juntos íamos ao estádio, lá cada um se separava para se juntar a sua torcida e, depois do jogo, se reencontrava com a turna.
    Saudações Coloradas a todos

  2. Meu avô me contava muitas histórias de ir a jogos com amigos independente de times e depois irem para os bares tomar cervejas nas cercanias dos Eucaliptos ou do Olímpico. caso os responsáveis queira isso ainda é passvel de um esforço de reinício, não?

  3. Grande post Heleno,muito bem desenvolvido,mas nos dias atuais,o que se vê é puro ódio entre torcidas adversarias,e não é só aqui,é em todo lugar. Os jornais só noticiam brigas e infelizmente mortes de torcedores. Aqui no Sul já foi melhor,já fui a Grenal no Olímpico ,sem grades separando torcidas e no intervalo os amigos se misturavam sem se matarem. Bons tempos aqueles! A imprensa naquele tempo,também não era tão declarada azul,os jornais eram imparciais,parece que esta nova geração de jornalistas não se preocupa com isto,quanto mais polemica e incentivo a guerra de torcidas melhor. Se os 10% que temos direito for para brigarem até se matarem,prefiro que continue assim,e as direções não estão assim tão preocupados com os torcedores “povão”,os cofres são mais importantes,infelizmente.

  4. Alô você Heleno!
    Considero que de um modo geral em nosso país hoje é assim: Queres que alguma coisa não funcione? Faça uma lei ou regulamente, pois aí não obedecem e como temos ferramentas para cobrar e não se tem competência dá nisso que vemos todos os dias em todos os campos, inclusive o futebol. Nos anos 60 ou 70 não havia regulamentação e o pessoal entrava e se acomodava e pronto, mas não era só isso.Imprensa e direções se preocupavam em promover sadiamente o espetáculo. depois que isso foi para a mão de gente incompetente, que promove e incentiva a bagunça, criaram uma geração de irracionais e não tem competência sequer para cumprir o que eles mesmos acordaram e colocaram em leis ou regulamentos.
    SC

  5. Heleno, para mim é praças esportivas do século XXI e mentalidade do século XVIII. Isso é resultado de gente que pensa muito pequeno e que não respeita os regulamentos existentes, mesmo que não muitos adequados ou do nosso gosto, deveriam ser respeitados e cobrados quando isso não fosse feito. Vamos ver no próximo ano, no 1º GRENAL no novo Beira Rio, o que vai acontecer. Quando se trata de interesse do tradicional adversário aparecem um milhão de “advogados” de defesa de todos os lados. A grande questão é ter a coragem de identificar e afastar das praças esportivas, os marginais e malfeitores travestidos de falsos torcedores e que, com um comportamento deplorável, afastam o grande público e comprometem os espetáculos. A grande maioria dos torcedores de qualquer clube no Rio Grande do Sul é pacífica, ordeira e educada. Uma minoria, tendo garantida a impunidade, continua a teimar em dar demonstrações de selvageria.

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