Professores (as), se assim me permitirem chamá-los, hoje, eu gostaria de comentar um assunto que não seja diretamente ao futebol ou avaliações de atletas, mas uma coisa inerente a eles e ao público, que há um bom tempo venho observando. São os HINOS, tanto dos clubes como o Hino Nacional.
Lembro que logo quando comecei a estudar, antes de ingressar nas salas de aula nos posicionava-mos em filas e era obrigatório o canto do Hino Nacional e Rio-grandense e hasteamentos das respectivas bandeiras, talvez os senhores(as) lembrem; isso era MORAL E CÍVICA, Desde então, trago comigo estes ensinamentos de disciplina e respeito. Porque estaria eu hoje, depois de tantos anos relembrando momentos como este? Por que? Talvez os senhores tenham notado que essa MORAL, esse CIVISMO está se deteriorando de uma forma extraordinária. A cada jogo de Futebol (principalmente) que tenho assistido, eu não sei se canto ou choro, vendo parte do público vaiando, outros cantando e tocando ao mesmo instante hinos de guerra, outros não sabendo cantar o Hino Nacional (Oração Brasileira). Pelo amor de Deus! talvez esteja faltando nas reuniões realizadas com conselheiros, vice-presidentes e com os próprios presidentes dos clubes, sugestões para que seja incluídas nas edições dos jornais dos respectivos clubes cópias do Hino Nacional (já que a Globo/FIFA como meu amigo Melo fala; exige que seja tocado antes de cada partida de futebol) e o
Hino do Clube, para quem não sabe pelo menos possa acompanha-lo. Há alguém que diga que isso é interesse de cada um aprender, tudo bem, mas ali são milhões de pessoas que terão oportunidades de relembrar esse momento cívico. O que me levou a escrever essa matéria foi assistindo o jogo Inter X Atlético PR no último domingo, quando havia atrás de mim um jovem com seu Pai, e esse jovem foi interpelado pelo mesmo, quando disse: “ Meu filho não acredito que tu não sabes todo o Hino Nacional? ”- Há pai eu sei! mas já esqueci !!! E assim como ele e aquela multidão que vaia, cantam hinos de guerra, também, não sabem. Mas, que aquele jornal que ele leva para casa para olhar as estatísticas e novidades do seu clube, talvez surja um interesse em relembrar ou aprender o Hino do seu País e de seu time. Eu sou suspeito de falar, as vezes para não dizer céu AZUL eu invento de pular a estrofe e acabo me perdendo no Hino do Inter..Mas fiquem tranqüilos, pois eu já levei uns puxões de orelha e prometo que vou melhorar (risos).
Olhem só : um fato inusitado e elogiável para o MUNDO todo que assistiu o jogo do Brasil X França que ocorreu no nosso salão de festa(Arena), a banda talvez não conseguiu acompanhar o coral Brasileiro que estava presente, parou de tocar e em uma só voz foi concluído o Hino Nacional, foi de arrepiar e tanto foi que após a goleada, o técnico da seleção da França, mencionou em entrevista, que um dos motivos que motivou a vitória da seleção brasileira foi o show da torcida brasileira ao cantar o Hino Nacional, sem a participação da banda.
Então pessoal, isso não é crítica e nem desabafo, simplesmente é um fato que eu venho a cada dia observando, o Respeito e a Cidadania estão indo por água abaixo. Que isso também sirva aos jogadores; pois antes de assinarem aquele humilde contrato de irrisórios reais deveriam receber do Clube uma Cartilha, para que pelos menos na hora que está sendo entoado o hino, e não souberem cantar, ao menos fiquem em uma posição adequada e não fiquem no aquecimento como já notei.
Bem, pra finalizar eu prometo que vou pesquisar se este tipo de comportamento nas ARQUIBANCADAS futebolísticas, acontece somente aqui no Brasil ou ocorrem também nos demais países, pois esta postura também faz parte do espetáculo que é o ESPORTE. Inter..Inter..
Moacir
Moacyr,
Pena que só hoje pude ler a tua matéria.
Falaste em civismo e lembraste os bons tempos em que se cantava o Hino Nacional e Rio Grandense. E digo mais, no meu colégio lá do interior, da bucólica Guaporé, antes de começar a aula também cantávamos o Hino do Estudante. Lembro até do início: “Estudante do Brasil,
Tua missão é a maior missão,
Batalhar pela verdade,
E pela tua geração”.
Bons tempos
SC
Moacir, também sou do tempo de formar filas e cantar o Hino Nacional no pátio da escola, com frio e tudo. Isso deveria continuar (questiono somente a aula de Moral e Cívica), pois é preciso cultuar as tradições e respeitar os Hinos e demais símbolos da Pátria. Só que hoje existe uma certa banalização dos hinos, as pessoas querem logo ver o jogo, e logo fazer outras coisas, etc, na velocidade que a vida cotidiana real e virtual exigem. É na escola e em casa que tudo deve se resolver, pois os jovens quando aprendem o respeito às tradições passam a agir e dar exemplos. É por aí. SC
Moacyr, tua visão sobre essa irresponsável banalidade a que estão levando os nosso mais importantes símbolos do Brasil, o nosso Hino acional e nossa Bandeira Brasileira, é ao mesmo tempo, revoltante e triste. Não sei se é porque prestei o Serviço Militar obrigatório na 1ª Cia de Guardas que tenho grudado ao meu coração e nos meus pensamentos essa admiração e respeito a esses símbolos maiores de nossa nacionalidade. O mau exemplo dado no jogo Internacional x Atlético PR é um dos mais tristes que presenciei na minha história de vida. Nunca tinha visto a execução do Hino nacional e tamanho desrespeito ao mesmo, fato inclusive questionado pela imprensa do país inteiro. Sinceramente, penso que a falta de respeito ao Hino Nacional e à Bandeira ,se deve principalmente a falta de uma educação adequada e aos maus exemplos vividos hoje em nosso país. O povo só vai respeitar o Hino Nacional e a Bandeira Brasileira quando realmente se orgulhar do país onde nasceu e de seu povo. O verdadeiro nacionalismo, o verdadeiro amor à Pátria, não nasce de fora para dentro, mas sim cresce dentro da gente, aos poucos, a medida que aprendemos a viver valores, acreditamos neles e vivenciamos bons exemplos. Sim, o que principalmente nos molda, são os bons exemplos percebidos. É vivenciar a prática da honestidade, da responsabilidade, da ética, da boa educação, do respeito aos mais velhos e às crianças e outra coisa importantes mais. Não acredito em resultados quando tentamos massificar a execução de hinos, que só por si mesmos, não significam nada. Um exemplo fácil de entender, sabemos cantar o Hino do Internacional ou o Hino do Rio Grande do Sul porque gostamos desse clube e desse Estado e nos orgulhamos deles. Penso que perde preciosa oportunidade quem não tem a sensibilidade de ouvir e pensar um pouco sobre a intensidade e o conteúdo da letra do Hino Nacional Brasileiro.
Infelizmente o povo brasileiro não cultua suas raízes, mas sinto orgulho da nossa torcida colorada quando todos entoam o hino Riograndense. Arnaldo Jabor explica este fenômeno na crônica abaixo:
“…………
Pois acho que precisamos de uma transição ‘neste país’. Do ressentimento passivo à participação ativa’. Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou.
Um regionalismo que simplesmente não existe em São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa: abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul.
Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa,
todo mundo cantando a letra!
‘Como a aurora precursora /
do farol da divindade, /
foi o vinte de setembro /
o precursor da liberdade ‘
Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.
Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é ‘comunidade’. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é…Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os ‘ressentimentos passivos’ se transformarão em participação ativa?
De onde virá o grito de ‘basta’ contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será.
Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo.
Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem ‘liga’. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.
Penso que o grito – se vier – só poderá partir das comunidades que ainda têm essa ‘liga’. A mesma que eu vi em Porto Alegre.
Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo.
Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles.
De minha parte, eu acrescentaria, ainda:
‘…Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra…’”
Arnaldo Jabor.
Ou seja, a nossa torcida dá exemplo, ao menos, pelo nosso Rio Grande Do Sul,
Moacir, boa lembrança dos tempos de colégio, mas também deixaste uma alerta para cultuarmos nossa cultura e nosso patriotismos.
Parabéns!
Cláudia
Alô você Moacir!
Eu também fico muito indignado quando vejo o desrespeito com que são tratados os Símbolos., no caso do futebol muito especialmente o HINO NACIONAL. Quando estou no estádio canto a plenos pulmões e especialmente se vejo que nas cercanias tem torcedores tipo “to nem aí”. Acredito piamente que isso é o reflexo da educação, especialmente no RS (não que não aconteça nas outras UF). Quando afirmas que se cantava o hino nas escolas eu posso ser testemunho de tua afirmação. O ocorrido no jogo Brasil e França afirmo que não é sentimento (o público é o mesmo, não?), é modismo. Se tornou hábito fazer isso. Doi dizer, mas não é sentimento é rebeldia.
SC