No apagar das luzes desse ano de 2013, onde aconteceram lamentáveis ocorrências de farta violência, envolvendo torcedores de vários clubes, penso que todos deveriam perder um pouco de tempo para pensar sobre as causas desses tristes acontecimentos. Estamos no limiar de um novo ano, de uma nova oportunidade para renovar nossos pensamentos e repensar atitudes.
Acredito que os clubes e a imprensa também tem uma parcela de culpa nessas ocorrências de violência nos estádios e cercanias. Quando tem um jogo importante, dirigentes, jornalistas e locutores, normalmente afirmam que é uma guerra, uma batalha, jogo de vida ou morte, o jogo da vida do clube. Penso que essas atitudes, de certa forma, se não incitam, podem incentivar o torcedor fanático e mal educado para ir ao estádio disposto a tudo.
Em uma ocasião recente, li na Internet as declarações de um jogador jovem de defesa de nosso tradicional adversário, onde dizia que estava se adaptando ao pensamento do clube, de ganhar de qualquer maneira. Será que é tão importante ganhar de qualquer maneira? Será que os meios justificam os fins? Penso que não. Não só importante é vencer, mas, principalmente, como alcançamos a vitória.
Em 2014 estaremos novamente de volta à nossa remodelada casa, o majestoso Beira Rio (assim é tratado pela imprensa internacional) e a torcida Colorada deve continuar dando exemplos de hospitalidade, boa educação, civilidade e de convivência pacífica. Por essa razão é uma torcida invejável, inigualável e única, pois ela é a digna representante da grandeza do nosso Internacional, o Clube do Povo do Rio Grande do Sul, e desse maravilhoso povo gaúcho.
O futebol gaúcho sempre foi de muita “luta” em campo, mas sempre uma “luta” sadia, pela vitória, sem medir esforços e com muita dedicação, fruto da típica expressão gaúcha, “no peito, no sangue e na raça”. Nunca relacionado à violência, mas sim ao esforço na busca da conquista. O futebol gaúcho sempre foi considerado guerreiro, mas nunca foi violento dentro ou fora de campo e assim deve permanecer. Todos devem entender as suas responsabilidades para que a paz reine nos estádios e entre nós torcedores, no presente e em relação ao futuro, para que essa realidade não mude nunca. Que cada torcida possa saudar, vibrar, cantar e apoiar seu clube e que se respeitem mutuamente. Que nunca se esqueçam de praticar a boa educação, do comportamento civilizado, do pacto pela paz no futebol e que as torcidas são formadas por pessoas idosas, adultos, jovens e crianças.
Não podemos esquecer que em 2014, em nosso solo gaúcho, entre nós, e no majestoso Beira Rio, estarão presentes gente e olhos de todos os rincões do mundo, aumentando em muito nossas responsabilidades com a paz, com a boa educação, com a alegria de um povo feliz e com nossa tradicional hospitalidade gaúcha.
Para encerrar, acredito que os dirigentes dos clubes, a imprensa local e a torcida gaúcha podem iniciar em 2014 um grande movimento para perpetuar a paz, a civilidade, à convivência pacífica e ordeira, nos estádios gaúchos e brasileiros. Que aqui, em solo gaúcho, se inicie o sinergismo de uma força avassaladora em prol da alegria e paz no futebol.
professor
No ponto de vista legal, eu só tô pelo 2014, pois quem sabe a CBF tome vergonha e coloque ordem na casa.
Abraço
Alô você Pauperio!
Perfeito, tenho falado a respeito com algumas pessoas. Os temos utilizados pelo pessoal da imprensa e até por quem está direta ou indiretamente envolvido são esses mesmo: O jogo de vida ou morte; vou dar o meu sangue: o centroavante matador; o grupo da morte são algumas das expressões utilizadas e que incitaram a criar cânticos com…qualquer coisa; até morrer, atitudes que nada tem de amistosidade e muito contribuem para a selvageria que domina lugares bem determinados. Que venha 2014 e que traga com ele a atitude de quem quer mudar.
SC
Melo, a responsabilidade de pessoas públicas, não importa a área, perante a sociedade, ao grande público, não pode ser deixada de lado nunca, pois qualquer colocação não muito adequada, pode ser interpretada de várias maneiras. Não me parece muito difícil modificar algumas expressões utilizadas, pois ao meu modo de ver, basta querer. Penso no futebol como um espetáculo, um show, proporcionado pelos clubes e por “artistas da bola”, que podem levar homens, mulheres e crianças, de todas as idades, a momentos de muita felicidade. Uma partida de futebol bem jogada deixa qualquer um extasiado e feliz, mesmo quando seu time predileto não sai vitorioso, pois para o verdadeiro torcedor o que realmente conta, é curtir um ambiente de muita alegria, ver seu time formado de craques (se puder ser os dois, melhor), se esforçando em campo, jogando bola (literalmente) e oferecendo jogadas inesquecíveis.