Em 2012, quando o INTER anunciou a contratação de FÓRLAN fui um entre os inúmeros colorados que vibraram com a notícia.
Lembrava daquele atacante agudo do Mundial de 2010. Dos lances velozes em diagonal e chutes certeiros e mortais contra os adversários. Naquele evento o uruguaio jogou demais, tanto que foi eleito o melhor jogador da Copa.
Era sem dúvida um grande lance estratégico de marketing colorado e uma solução para o nosso ataque, que não andava lá essas coisas.
Lembrava, inclusive, dos cinco maiores jogadores colorados da história, contendo a letra F no nome, conforme constou na Revista Placar na edição especial do Centenário, cujo tema foi alvo de uma postagem feita há pouco tempo. Cheguei a pensar que ele seria o sexto com a letra F a constar no rol dos grandes de nossa história.
E quando FORLÁN aqui chegou, a torcida deu uma demonstração de receptividade sem igual, há muito não vista com outro jogador. Simplesmente lotou o Aeroporto Salgado Filho. Imaginávamos que iria fazer história no INTER.
Pois bem, no ano de 2012, a expectativa de ver o jogador triunfar não se concretizou. Até terminou o ano no banco colorado. Mas, ainda havia a justificativa de ter sido recente a sua contratação e a existência de problemas de adaptação em nosso meio, haja vista que vinha do futebol europeu, com distintas características do nosso.
Iniciado o 2013 e as esperanças cresceram. Embora não mostrasse um futebol convincente no 1º semestre, ainda dava para o gasto, tanto que se tornou o goleador do Campeonato Gaúcho. Todavia, a esperança do brilhante futebol daquele melhor jogador da Copa, ainda estava por aparecer. No início do Brasileiro, naquela grande atuação contra o Vasco (5×3 no Centenário), marcou um golaço no ângulo adversário, similar aos que fizera na copa, até bradei: É este o FORLÁN que nós queremos. Depois, até gol olímpico andou fazendo. A esperança voltara a todo fio.
Entrementes, com o passar do tempo seu esperado futebol não apareceu, até foi sumindo o razoável que apresentara no 1º semestre. A torcida passou a perceber que o tão desejado Forlán era somente uma caricatura daquele do mundial.
É bem verdade que os números de sua passagem pelo INTER não foram ruins, pois em 55 jogos marcou 22 gols, fazendo em média um a cada duas partidas.
Porém, se formos examinar a relação de custo/ benefício, ficou devendo e muito, uma vez que seu salário milionário comparado ao futebol apresentado era até de causar constrangimento ao torcedor. Pelo jornal constou um dado estarrecedor, onde foi informado que o jogador faturou em torno de R$ 12 milhões em pouco mais de um ano e meio enquanto vestiu a camisa colorada.
A frustração de expectativa maior fora, especialmente, nos últimos meses do ano que passou. Aguardava-se uma resposta do jogador e, ao invés disso, quase não mais se movimentava em campo, esperando a bola nos pés e daí, ou procurava livrar-se da mesma, ou dava seqüência sem, geralmente, concluir uma boa jogada sequer. Até surgiam as chances de gols e estes eram desperdiçados. Por vezes, como resposta pela chance perdida, expunha um sorriso lacônico e de uma frieza total, causando até ira ao torcedor.
E aí eu me perguntava: Esse cara que tanto vi jogar naquele mundial, como pode estar apresentando tão pouco futebol. Aliás, parece que essa era a indagação da grande massa colorada.
Não é por menos que nos últimos meses do ano passou mais no banco do que no time titular. E chances não lhe faltaram pelos treinadores que tivera. Não chegou sequer a ser sombra do jovem Otávio. E ao lado de D’Alessandro simplesmente se ofuscara.
Ultimamente, parece que sua preocupação maior não estava aqui em Porto Alegre e sim em seu país para servir a seleção uruguaia. Reconhecemos ser um direito que lhe cabia, mas, convenhamos, sua dedicação demonstrada ao INTER, deveria ser mais condizente com o tratamento salarial milionário percebido. Em seus últimos retornos até atrasos passou a apresentar. Na data do (dia 23), de sua despedida, numa breve entrevista para o Correio do Povo, informou: “Dei o máximo sempre”.Perdão, mas ao que me consta e assisti durante os 18 meses em que aqui jogou, a realidade demonstrada não fora essa. Também não posso negar que, diante de suas atuações e resultados apresentados, ultimamente até torcia pela sua saída. Seria um alívio para os cofres do Clube e oportunidade para outros atletas.
A louvar a dignidade e bom caráter demonstrados pelo jogador em rescindir seu contrato para jogar em outro clube. Por sinal, atitude distinta de outro colega que se nega em continuar jogando no INTER, mas não apresenta qualquer solução ou ressarcimento ao Clube para sua saída. Ao que parece, quer continuar numa boa, recebendo os polpudos salários, sem a devida contraprestação.
Para finalizar, esperamos que lá no Japão, Forlán volte a apresentar o brilho do futebol que o consagrou sob o rótulo atribuído de “O melhor jogador da copa”, que por aqui, infelizmente, ficou ofuscado. Uma lástima para nós colorados.
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Pauperio,
Não resta dúvida que os fatores que mencionastes devem ter influenciado no desempenho aquém do esperado do Forlán. Apesar de tudo, eu penso que teve chances de apresentar mais do que apresentou.
Também acho seu legado deixado de bom caráter e posição correta frente o Clube merecem destaque.
SC
Heleno, no mínimo o Forlán deixou uma grande imagem sobre as qualidades que um grande jogador deve ter. Excelente domínio de bola, chute com o pe esquerdo e direito, cabeceio, bom passe, inteligência nos deslocamentos e, acima de tudo, humildade para aceitar o banco de reservas, respeitando a escolha do técnico e, principalmente o companheiro que está jogando em seu lugar. Posso estar enganado, mas ao meu modo de ver, foi o jogador mais prejudicado pelos momentos claudicantes (para não dizer de desmandos e equívocos) do nosso Internacional nesses dois últimos anos. Esperávamos muito mais do desempenho dele, mas as convocações, lesões e mudanças ocorridas na direção técnica, o prejudicaram muito. Não sei se outro jogador desse nível teria o comportamento que teve. Como legado deixa o bom exemplo de caráter e de posição correta perante um clube da grandeza de nosso Internacional.
Alô você, Heleno!
Muita felicidade a tua ao retratar a passagem de D.Forlan no Inter. Lampejos de um passado brilhante, essa seria a minha observação para algumas das melhores partidas do Uruguaio no Inter. Muitos jogadores já passaram pelo Inter e não tiveram sucesso, mas a expectiva em torno de sua produção era muito grande. Notava-se que ele tinha , e tem, qualidades mas deixou muito a desejar em relação ao que dele se esperava, contudo mesmo contrariado com seus últimos momentos na reserva e o anúncio de que nada se alteraria em 2014 manteve um comportamento exemplar, até mesmo depois de sua despedida. Vá com Deus e seja Feliz!
Coloradamente,
Melo