No programa Sala de Redação, de segunda-feira, os integrantes do mesmo estavam debatendo sobre o racismo no Brasil e a questão dos cânticos racistas da torcida do Grêmio, quando o Sr. Paulo Santana numa tentativa cruel de desmerecer os fatos fez a seguinte pergunta: “No que lesiona o Tinga alguém chama-lo de Macaco?” Então eu Marcelo Carvalho, escrevi uma carta respondendo a questão.
Caro Paulo Santana,
Acredito que você sabia que uma das principais justificativas para a escravidão foi a ideia errônea de que os negros eram uma raça inferior, assemelhada aos símios, eram atrasados, estúpidos e de uma simplicidade brutal; desta forma passou-se a aplicar a discriminação com base racial para justificar a escravidão negra.
Não menos importante salientar que “o tráfico negreiro foi uma das atividades mais importantes da Idade Moderna, ao lado do comércio das especiarias orientais, da produção de açúcar e da mineração”, sendo assim era preciso ter argumentos científicos e religiosos para a escravidão, alguns perpetuados até os dias de hoje.
Sobre a África, negra, foi disseminada a ideia que seus habitantes levavam uma existência infeliz e miserável, ou, pelo contrário, viviam num estado de beatitude, adquirindo sem esforços os produtos maravilhosos da natureza, enquanto que o Ocidente era, por sua vez, obrigado a assumir as duras tarefas da indústria.
Durante muitos anos, nós negros fomos proibidos, pela legislação de frequentar escolas, pois éramos considerados doentes de moléstias contagiosas. Os poderosos do Brasil sabiam que o acesso ao saber sempre foi uma alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo. Com este decreto, lei complementar à Constituição de 1824, os racistas do Brasil encurralaram a população negra nos porões da sociedade. Lugar que até hoje a maioria dos negros ainda está.
Não obstante, não se pode negar a diferença conceitual entre genótipo e fenótipo, porquanto, apesar da identidade cromossomial, as expressões exteriores são tecnicamente capazes de estabelecer padrões distintivos externos, não significativos – por óbvio – de superioridade ou de inferioridade apriorísticas, mas úteis a categorizações ou taxonomias de natureza antropológico-sociológica. Tais elementos fenotípicos podem relacionar-se com variáveis ambientais, temporais, geográficas e climatológicas.
Baseado na questão da inteligência ou cor de pele se perpetuou a comparação entre os negros e os símios e por essa razão nós negros não queremos ser chamados de Macacos, até por que ninguém usa essa comparação para nos elogiar, caso fique em dúvida olhe os últimos fatos que aconteceram no Brasil e no mundo.
O seu questionamento ao perguntar “No que lesiona o Tinga, ou qualquer outro negro, chama-lo de Macaco?” é repugnante, e mal intencionado, afinal é proveniente de um formador de opinião. Além do que traz consigo a arma mais vil que o sistema usou para perpetuar o racismo até os dias de hoje: O de desqualificar a acusação. O Racismo dever ser combatido sempre por todos em qualquer circunstância, independente do sentimento passional que o futebol carrega.
Para encerrar declaro que chega a ser triste e cansativo ver pessoas que não tem ideia do que significa receber (e, ou, sentir) insultos racistas tentando justificar atitudes condenáveis, como foi o teu caso no programa Sala de Redação de segunda-feira.
Abraço
Marcelo Carvalho
caro pseudo -jornalista sinto não poder trata-lo de jornalista , pois no meu critério jornalista é aquele que retrata a verdade e coloca a informação com imparcial, que não é seu caso, esse comentário infeliz de sua parte não é culpa sua, pois o senhor é de uma época, que os negros e negras eram servis , se prestavam apenas para satisfazer suas necessidades mais básicas de de pessoa de mentalidade escravagista , sinto por o senhor na sua senilidade, não ter acompanhado a mudança da sociedade e consequentemente das pessoas que dela fazem parte , quanto ao programa nem ouço , quanto sua coluna tenho coisa bem mais interessante e instrutiva para ler .
Prezado Marcelo, nunca mostres um palácio para um burro. Parabéns pelo teu comentário.
Marcelo que bom poder colocar a ignorancia de outros (ditos formadores de opinião) desta forma. É preciso que se coloque as questões sempre de forma explicativa e científica, pq se não, seremos sempre os mal resolvidos, a sociedade nunca nos impôs nada, o racismo não existe e a Lei criada para combatê-lo é mera Teoria. Como ela não foi efetivamente criada para nós, então existe aí as mais variadas interpretações, e quem as interpreta, em sua maioria, não somos nós. Entre várias outras ações, o radio a tv e etc deveriam ser disseminadores da questão, com vistas a informar e efetivamente trabalhar para terminar com todas as formas de preconceitos e discriminações, no entanto é isso que se vê e ouve.
É inadmissível que com o avanço da tecnologia, da medicina e das comunicações, que existam pessoas que fazem diferença em relação a raça e a cor! No futebol, sabemos que o cô-irmão nos anos 70/80 não permitia o ingresso de atletas de raça negra. E para completar, eles gostam de chamar as pessoas de forma pejorativa e depreceativa! Espero que a FIFA e a CBF comece a punir clubes que são ativistas a favor do Racismo. O rebaixamento é a melhor forma de punir atitudes de discriminação nos gramados! Já estou vendo eles pela 3ª vez rebaixados!
Demência é a palavra, relevemos.
Esse Paulo Santana é uma múmia que já morreu e não sabe…assim como todos os reaças carcomidos,embolorados e rançosos daquele programa,que ainda se acham “estrelas”da comunicação do RS…Mas só eles acham.Acho que o único mais oxigenado e lúcido ali é o Guerrinha.
SOU GREMISTA E SOU CONTRA O RACISMO, NÃO FAÇO PARTE DE NEM UMA TORCIDA ORGANIZADA DO GRÊMIO, E O PAULO SANTANA É UM DOENTE EU NÃO LEIO NADA O QUE ELE ESCREVE E NEM ESCUTO ELE, O RASCIMO TEM QUE ACABAR E URGENTE ASSIM COMO A HOMOFOBIA QUE SOFREMOS DOS COLORADOS, DOIS PESOS E UMA MEDIDA NÃO DA NÉ ?
Não gosto muito deste cara, mas entendi o seu pensamento, por que o negro chamado de macaco é racismo, e o gordinho chamado de baleia, ou a pessoa alta é chamada de girafa não é considerado um crime como tal? Sendo que o macaco é um animal que mais se parece com o humano, muito mais inteligente que os animais acima, e as pessoas encaram como uma “ofensa normal” tem muita gente se fazendo coitadinho para passar bem. Sabe quando que o preconceito vai acabar? quando alguém chamar o negro de algo que seja considerado racista, e o negro olhar para esta pessoa e dizer, “tá mas e daí?!”
Danilo Malta de Oliveira o que piora em muito seu comentário …
Paulo Santana não passa de um velho recalcado idiota esta ultrapassado e GaGa.
Parabéns pelas palavras! Representaram muito o sentimento de indignação que tenho em relação a estes atos racistas e em relação a este grupo social que insiste em mascarar a realidade, numa clara atitude egocêntrica: “o quê? aonde? eu não vejo nada!!! assim tá bom pra mim, não está me atingindo”. Racismo dissimulado para não se debater sobre a questão, é isso que eles querem!!!
Para conhecimento geral: Paulo Santanna é casado com uma negra. Filha de Nelson Silva autor do Hino do Internacional.
Pessoal,
A coisa ficou tão ridícula, que dias atrás, ouvindo o Sala de Redação, a turma do lado azul, querendo amenizar, tentava justificar que o termo “macaco” desferido pela torcida da Arena à colorada, não tinha a conotação racista e sim do significado de macaquice ou de atitudes impróprias. Ora, parece que a emenda saiu pior do que o soneto.
SC
É impressionante mesmo diante de um microfone e ao vivo o que é pior, algumas pessoas não conseguem disfarçar seu descaso e falta de consideração e respeito com relação a um assunto recorrente não só no meio esportivo mas por diversos setores da sociedade.
Parabéns Marcelo, essa mania de diminuir a questão, a partir da desqualificação do fato, é muito comum no Brasil e precisamos, sim, responder a isso, cada vez mais.
Quem é Paulo Santana?
Mas quem é Paulo Santana, uma cria da RBS, que se criou escrevendo para os Sirotsky , nunca teve autonomia para escrever alem de seu cordão umbilical, suas ideias não tem autonomia, ele escreve sempre voltado a determinado público e a serviço de determinado grupo.A demais, é sabido que ao chacotear e comparar um negro com um símio é discriminação.Eu como negra já superei e não faço o jogo desses lixos, pelo contrario, acho até que macaco é um das especies mais evoluídas, porque não dizer mais inteligente, a ciência diz que o ser humano é originário da especie. Eu Regina, me sinto ofendida ser chamada de “vaca”, “cadela”, “pata”, “galinha” que tem cloaca,mas ai, cabe de cada um sentir o peso do preconceito. Mas, voltando ao tom de “inocência ” que o Sr. Paulo quis dar,pergunte a ele se ele assume sua negritude, quando foi que ele abraçou alguma causa negra, se ele faz ou fez alguma coisa por nós negros.Então caro, não suavize e nem venha com falsos “não foi bem assim”.
Mais uma vez, lamentável!
Constituição da República Federativa do Brasil:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLII – a prática do racismo constitui “crime inafiançável e imprescritível”, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Simples assim! Apure-se e puna-se o responsável!
Agrave-se a punição pela circunstância de que o “meliante” é integrante de uma das maiores empresas de comunicação de massa do sul do Brasil (RBS), formadora de opinião pública!
Sem mais!
Saudações Coloradas!
Bem explicado. Mas para uma pessoa como o srº Paulo Santana, acho que não vai adiantar nada, pois ele se acha um Deus.
Este argumento triste é usado por muitos gremistas para justificar o injustificável, como aquele verme do Cacalo, mas este não me admira afinal ele está numa das categorias de racista, qual seja, aquela que “tolera” apenas a presença e convivência com negros. Mas, vindo do Sant’anna que é um carnavalesco, tendo inclusive escrito uma genial coluna sob o título “Casa Grande e senzala, atribuo ,esta fala sobre esse assunto, à sua senilidade que já está beirando à demência, pois é sabido que a presença dele no programa se dá por imposição, haja vista que o mesmo além de “encher o saco” de todos os debatedores, deu para partir para a agressão física como foi o episódio com o David.
Bah, o Paulo S. e todas aquelas múmias da sala de redação não merecem ser ouvidos. Apenas isso.
Coloquei um comentário no blog do referido cronista esportivo, informando que mesmo morando em Salvador, na Bahia e para não deixar dúvidas, afirmando ser Colorado, inclusive ex atleta no basquete, e que para acompanhar a vida no Sul, acompanho a Zero Hora Digital, assim como outros jornais do país. Leio assiduamente os comentários de todos os cronistas nos blog do referido jornal e afirmei que fiquei estarrecido com suas infelizes colocações sobre, ao meu modo de ver, demonstrações claras de racismo, porque, na maioria das vezes, antecede agressões verbais e físicas, casos claros de racismo e irracionalidade na convivência pacífica em uma partida de futebol. Desculpe, não posso concordar com o raciocínio do comentário dele (ouvi mais de uma vez), pois racismo ou qualquer tipo de demonstração de discriminação é abominável, deve ser repudiada sempre e, quando acontece também no futebol, penso que é somente a extensão do comportamento dessas pessoas no dia-a-dia. Penso que em determinadas horas, a gente erra ao falar em vez de ficar calado e, dessa vez, acredito ter sido de uma infelicidade total ou com um forte ruído em sua comunicaçao aos esportistas gaúchos. Os exemplos pessoais que citou, são as maiores evidências do meu entendimento, principalmente pela sua responsabilidade como formador de opinião. No mínimo confusa, basta ver a repercussão..
Cumprimento-o também Marcelo pela manifestação embasada e muito direta à hipocrisia que ganha destaque nesta empresa na qual o referido profissional, se assim posso chamá-lo, trabalha. E ainda creio que parte da nossa torcida colorada ainda vai mudar de opinião quanto à “normalidade” e outras origens da expressão macaco para identificar os colorados. Cada coisa no seu tempo, talvez pudesse ser engraçado ou até motivo de “orgulho”, mas acredito que já é hora de evoluir nessa questão.
Absolutamente apropriada a sua manifestação. O Sr.Paulo Santana se considera uma celebridade das “opiniões brilhantes”, porém não passa de um ignorante e patético jornalista ultrapassado.
Esta pessoa q se acha superior a td e a todos, não passa de um leviano irresponsável. Não representa os jornalistas do RS famosos por sua conduta etica e por seu profissionalismo aguçado. Deveriamos nos colorados, levarmos faxas fazermos mafestaçõeracismo no proximo jogo ate sermos ouvidos. Esta empresa q detem o poder da da comunicação aqui no sul deveria ser punida por manter este senhor no ar, tal a bestialudade q expressa. o mesmo acontece na coluna q escreve na zh pir onde passeia toda sua prepitencia e ignorancia revestida de uma sinceridade q qualquer um sabe q nao existe.
Alô você Marcelo!
Não ouvi o programa nesse dia, mas diante da repercussão fui me inteirar, indignação. Para analisar tão somente um lado que talvez não tenha sido explorado ainda devo dizer que a par o posicionamento estapafúrdio do referido cidadão endossado pelo veículo de maior circulação no sul do País na medida em que nenhuma nota contraria esse absurdo verbal ou mesmo, no mínimo, ameniza tal declaração. Mas a perplexidade toma conta na medida em que sou sabedor que entre os seus FAMILIARES existem representantes da raça negra muito muito próximos do protagonista. Na sua intimidade será que ele os adjetiva de MACACOS?
Coloradamente,
Melo
Bom dia. Parabéns. Esclarecer a opinião pública é gratificante e meritório; mas quanto ao autor do questionamento(“No que lesiona o Tinga alguém chama-lo de Macaco?” ) é estarrecedor e extremamente lamentável, ver num veículo de comunicação – imprensa falada e escrita – ainda este resquício de intolerância homofóbica. Pois, quem não consegue ver agressão na locução do termo, e tratando-se de “pessoa” que se considera “Maior” do jornalismo gaúcho, meu amigo, acredite, tudo leva a crer que é perda de tempo. Até mesmo permitir uma torcida entoar cântico ofensivo é tido como “normal” em estádios, quando deveria ser “comum” o exercício de melodias criativas de incentivo e exemplos aos jovens torcedores. Parabéns, mais uma vez, e não se sinta chateado, pois “porco não sabe o valor da pérola” : falta discernimento.
Parabéns Marcelo pela esclarecedora e arrasadora resposta.
Toda e qualquer ”imbecilidade” dita ou escrita deve ser combatida e seu autor responsabilizado criminalmente,se for o caso de racismo, para ver se perante a justiça
mantém sua pose superior, não cabendo justificativas de algo injustificável, aí incluídos paixão clubística, características regionais e até senilidade.
Muito esclarecedor seu comentário.Mas esta afirmação do jornalista,não deve ser muito considerada.Este senhor conhecido pré potente e megalomaníaco da cidade,usa seus espaços para falar de si e agredir outros,não deve ser levado muito à sèrio, pois está ultrapassado e cria estas polêmicas para aparecer!!