Encantados com o novo Beira Rio, os torcedores foram chegando, fazendo fotos, ansiosos pelo jogo, Alguns com radinho na mão, fone no ouvido….e espera aí! Não pode ser!
Foram alguns segundos até que o Carlos pudesse ouvir tudo e confirmar a notícia. Morreu o Luciano do Vale.
Entristeci e parei. Luciano do Vale. O cara que transformou os domingos em jornada esportiva na TV. O cara que narrava e ajudou a transformar o volei no segundo esporte do país. Ele narrava sinuca, senhores. Sinuca. Transformou Rui Chapéu, um jogador de sinuca, de simples desconhecido, em personalidade brasileira. Ele narrava box. E narrava…Quem não se lembra das históricas narrações das lutas do Maguila?
O Luciano tinha uma qualidade. Ele não desafinava nunca. Pegue uma narração dele de 1982 (na Globo ele era o narrador oficial da copa) e compare com a de uma semana atrás. Não desafinava.
O Luciano era querido em todo o país. Assim como o Pedro Carneiro Pereira (este nos deixou muito cedo) foi o narrador que marcou minha infância nas transmissões de esporte.
Ele mereceu a homenagem que recebeu nos jogos deste sábado, no Beira Rio também. Merece as homenagens que receberá de todos os colegas jornalistas e radalistas. Merece nossa homenagem ao nos deixar nas vésperas de uma Copa do Mundo no Brasil.
Vai em paz Luciano e daí de cima narra esta copa e torce por nós como sempre torceu pela Ponte Preta, teu clube.
CLIQUE NO LINCK E OUÇA A HOMENAGEM DA BAND RS (Daniel Oliveira) A LUCIANO DO VALE
Alô você Adri!
Esse cara era muito talentoso, das refencias que ouvi uma foi a que ele limpou a narração esportiva da TV, permitindo que o espectador visse o jogo sem tentar influencia-lo com seu “parecer”. Mas acho que o seu talento visional no campo empresarial esportivo. “Inventou” para a nossa TV o hóquei e trouxe o Sertãozinho, Inventou o basquete feminino e “criou” Magic Paula e a rainha Hortência, trouxe o box e inventou o Maguila, trouxe a sinuca e criou Rui chapéu, o futebol Master, Fórmula Indy foram apenas mais uma de suas “invenções”. Marcante pra mim foi o gol com assinatura que ele inventou na copa de 1982, ainda na Globo. Ao ser consignado um gol, imediatamente a assinatura do autor era colocada na tela ainda sob os abraços comemorativos. E como escreveu o Pauperio era Pontepretano e não escondia isso, pelo contrario fazia questão absoluta de que todos soubessem, afinal seu talento e sua conduta não tinham nada a ver com suas preferências. Vá com Deus!
Coloradamente,
Melo
Melo, o cara era um empreendedor. E sabia que sem “pessoas certas” não se vai a lugar algum. Ele sempre pensou esportes. Mas para isso elegia pessoas merecedoras de fama por talento e superação e então fazia acontecer. O que me marcou mesmo foi o volei. Eu jogava (lá se vão mais de 35 anos) e pude ver acontecer uma série de partidas entre a seleção brasileira e a da Russia (naquele momento os caras eram campeões de tudo no volei) a partir dali aprendemos muito e o esporte se firmou no país. Tive apenas um contato profissional com ele. Como jornalistas satélotes (estavamos aprendendo) nunca vi professor melhor. Ele sabia o que fazia.
Adriana, realmente Luciano do Vale é uma perda irreparável para o esporte tanto profissional, como amador. Foi um dos poucos narradores que sempre teceu elogios e citações simpáticas ao nosso Internacional, procurava ser sempre imparcial, sem nunca ter escondido seu time do coração, a Ponte Preta. É uma pena, mas é a vida…
Ele era um cara muito humilde, no sentido de sempre respeitar o outro, ensinar quem estava começando. Estava numa expectativa enorme para esta copa no Brasil, preocupado e ao mesmo tempo louco para fazer a cobertura. Ele seria o principal narrador da Band que fará, até por força das circunstâncias, uma cobertura diferente….