Bastou o INTER não mostrar maiores interesses em prosseguir numa competição, com vistas a entrar numa melhor e aí vem os arautos da hipocrisia a querer dar lições de ética. E entre eles, até um pseudo jornalista emitiu opinião.
É o tal negócio, pimenta para os outros é colírio, mas para si é veneno.
Para começar, faço a seguinte pergunta: É ético entregar um jogo para um adversário como aconteceu na partida contra o Flamengo em 2009, sob o risco de ver um terceiro campeão?
A justificativa ouvida a respeito foi de que a vitória, ou até o empate naquela oportunidade, não poderia acontecer porque o maior beneficiado seria o grande rival. Ah é! E se o INTER, que não tem culpa de receber um calendário tão esdrúxulo como o apresentado, em que o desclassificado de uma competição ganha o prêmio em participar de uma melhor e mais qualificada, ao buscar seus interesses maiores em ingressar nesta em detrimento da outra, aí então pode ser taxado de não ser ético?
Ora, ora, deixemos de hipocrisia. Esse mesmo adversário que nenhum esforço fez para vencer o Flamengo, escalando reservas e até atacantes mirando para o lado para não acertar o gol e evitar o empate no fim do jogo, tem seus arautos da ética. Estranho não! Nunca esquecendo que o mesmo clube, anos atrás, não poderia ganhar em casa do Juventude para continuar na disputa do campeonato gaúcho, senão cairia fora, preferindo até perder o jogo. E assim, como era de esperar, perdeu e prosseguiu na competição. Foi essa uma atitude ética? Atitudes assim são válidas para si, porém, quando se trata do adversário, aí passam a chamá-las de antiéticas. Cômodo e fácil não?
Vejam bem as condições que se apresentaram para o INTER no jogo de ontem, de um lado, além da adversidade que teria de superar pela perda do 1º jogo em casa contra o mesmo Ceará, teria de vencê-lo com margem de dois gols em Fortaleza, simplesmente para continuar na Copa do Brasil. Como prêmio ao vencê-la, ganharia uma vaga na Libertadores para próximo ano. De outra parte, não continuar na disputa contaria com sua participação na Sul-Americana. Vencê-la, teria como prêmio, não só a possibilidade da Libertadores, como também da Recopa e da Copa Suruga no Japão. Portanto, três chances de disputas internacionais contra apenas uma proporcionada pela Copa do Brasil que, além de tudo, conta com participantes até da série D do futebol brasileiro. Isto sem falarmos no aspecto financeiro e prestígio no cenário americano e mundial dado pela Sul Americana.
E durante a transmissão do jogo, o comentarista insistentemente dizia ser mais vantajosa a Copa do Brasil pela passagem direta à Libertadores. Neste aspecto, então, muito mais fácil o INTER terminar o Brasileiro entre os três primeiros colocados, cujo empenho, aliás, está sendo posto em prática na atual competição.
O mesmo poderia ser questionado do Fluminense, que após fazer 3×0 fora de casa e começar a ganhar o jogo em pleno Maracanã, deixou o adversário, um simples América de RN, fazer os 5 (cinco) necessários para este seguir na competição.
Se a própria CBF proporciona esses absurdos, de times deixarem de valorizar uma competição que estão disputando, cuja desclassificação lhes irá proporcionar o ingresso em outra mais vantajosa, sob todos os ângulos vistos, ouvir esses arautos da hipocrisia, é dose!
Para oportuno, transcrevo parte apresentada pelo Jornalista Hilton Mombach, do CP, no jornal de hoje (14/08): PERDENDO SE GANHA: “Quando for eliminado de uma competição é melhor, ou tanto faz, porque a eliminação dá vaga para outra, é porque está tudo errado”.
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Muito bem lembrado, Heleno. A ética do lado azul é essa mesmo. Quanto à participação na Sulamericana, lembro que foi o INTER o precursor da luta para incluir o campeão dessa Copa na Libertadores do ano seguinte. Quando o INTER foi Campeão da Sulamericana isso não ocorreu, mas depois a proposta foi aceita e implementada pela Conmebol. SC
AINDA SOBRE O ASSUNTO, SAIU NO CORREIO DO POVO DE HOJE, 15/08, PORTANTO DEPOIS DE NOSSO POST, com coincidências (vide expressão esdrúxulo), que TRANSCREVEMOS PARTE, SEGUINTE:
Página 26:
PRÊMIO PARA QUEM PERDE E É ELIMINADO
CBF escancara a sua desorganização com regulamentos esdrúxulos como a Copa do Brasil, que premia times eliminados com vagas na Copa Sul-Americana. Sistema já foi adotado no ano passado e fez com que algumas equipes boicotassem a competição nacional para jogar o torneio internacional.
Critérios beneficiam a todos
A desclassificação de São Paulo, Fluminense e Inter em uma mesma noite na Copa do Brasil colocou em xeque o regulamento da competição. A eliminação, ao invés de causar prejuízos aos clubes, os colocará em outro torneio que pode ser até mais lucrativo: a Copa Sul-Americana.
Caso esses três clubes tivessem passado para as oitavas da Copa do Brasil, quem herdaria as vagas na Sul-Americana seriam Portuguesa, Ponte Preta e Náutico, clubes que caíram para a série B do Brasileiro. Toda essa confusão passou a ocorrer pelo fato da inclusão dos times que disputam a Libertadores da América na Copa do Brasil.
O Fluminense precisou esperar o jogo de ontem entre Santos e Londrina, pela Copa do Brasil, para saber se disputaria a Sul-Americana ou só o Brasileiro no segundo semestre.
Página 27 (Coluna de Hilton Mombach)
Comemoração II
A CBF instituiu que, a partir de 2013, os times eliminados da Copa do Brasil antes das oitavas de final teriam vaga na Copa Sul-Americana. O que estamos vendo agora são os grandes dando vexame na Copa do Brasil, caindo como moscas. Como não duvidar da lisura de algumas dessas partidas? Não vamos ser ingênuos e esperar que algum dirigente confirme a derrota proposital. O que estamos assistindo é a um atentado ao futebol brasileiro, uma vergonha.
Existe uma diferença básica entre entregar um jogo e não querer uma vaga
No primeiro jogo do Inter contra o Ceará eu vi um Dalessandro completamente desinteressado a ponto de caminhar em campo
Acredito que o Inter queria era o empate em casa para ser eliminado depois, mas perdeu
No jogo de quarta o Inter perdeu porque Abel escalou o time para perder, simples assim
Maurício,
Bem complementado.
Apenas para não deixar dúvidas, não afirmei que o INTER entregou o jogo, mas não demonstrou maiores interesses em sua continuidade, haja vista que havia a perspectiva de uma competição melhor, caso fosse eliminado, o que efetivamente aconteceu.
SC
Parabéns pelo assunto. Há muito que poderia ser comentado, mas sucintamente podemos AFIRMAR que:
(1) O INTER NÃO entregou nenhum jogo. Fez uma péssima partida em PoA e, mesmo assim, perdeu com uma ajuda amiga do apitador;
(2) O INTER foi jogar em Ceará sabendo que seria difícil. Botou um time misto para ver se ganhava. Não ganhou porque voltou a jogar mal, mas nitidamente tentou. ———- Este é o principal debate entre os torcedores: alguns apoiando a conduta e outros não. A maioria concorda. Eu já me manifestei que não tenho nenhum apreço pela Copa Brasil e poderia ser jogada pela equipe B.
(3) Pela grenalização da mídia, muitos criticaram o INTER. Minha resposta é simples: o principal motivo do clube é seu torcedor. Seu compromisso é com seu torcedor. Todos nós gostaríamos de ganhar, até campeonato de clica. Mas, após a primeira partida, sabíamos que seria difícil e que poupar titulares para um campeonato brasileiro seria inteligente.
(4) Lembro-me como se fosse ontem, sobre o fatídico jogo do Flamengo, onde muitos dirigentes afirmavam que o GFPA iria jogar de acordo com os seus interesses. Isso sim é entregar. É praticamente um crime.
(5) Creio que a maioria dos torcedores vão preferir ser campeão brasileiro afora Copa Brasil e Sul-americana. Se este torneio vier a afetar o andamento do brasileirão, que mande o time B.
Abraços.