O uruguaio Diego Aguirre foi apresentado na tarde desta terça-feira como o novo técnico do Internacional. O discurso foi direto: sentindo-se em casa no clube que já defendeu nos tempos de jogador, ele quer escrever uma história diferente daquela deixada pelos outros treinadores estrangeiros que o antecederam no futebol brasileiro.
– Treinar o clube brasileiro é um desafio muito grande. Sei que os treinadores estrangeiros não têm uma boa experiência aqui, mas aqui tem muita exigência e os treinadores brasileiros sofrem também. Os times mudam muito. É uma liga difícil, exigente, estou pronto para o desafio. Venho à minha casa para fazer algo importante. Sinto que o ano pode ter sucesso, venho para fazer isso – afirmou Aguirre em coletiva no Beira-Rio, dando um diagnóstico sobre a aparente rejeição dos brasileiros aos técnicos de fora:
– É muito competitivo. Aqui alguns (estrangeiros) não foram bem, é verdade. Mas toda hora, todo fim de semana, um treinador brasileiro é trocado, porque se cobra muito e tem só um time para ser campeão. E aqui todo time tem que ser campeão. Tomo como um desafio, o desafio da minha vida, e quero romper esse mito. Treinados estrangeiros estão em todo o mundo e o Brasil não pode ficar fora disso.
Não é porque tem passaporte de outro país que Diego Aguirre defende a contratação deliberada de oiutros estrangeiros para o clube colorado.
– São coisa que temos que decidir nos próximos dias. O Inter tem grandes jogadores, brasileiros, muito bons. Se vier estrangeiro, tem que vir para jogar. E temos que ter certeza que se vier estrangeiro vai jogar melhor que os que temos hoje – avisou, elogiando um dos alvos do Inter, o também uruguaio De Arrascaeta:
– Arrascaeta eu conheço. É bom jogador, conheço tecnicamente, é uma boa opção.
Sobre a filosofia de jogo, Aguirre promete não ignorar completamente o que é feito no Brasil, mas avisa que também utilizará as próprias convicções taticas.
– Eu tenho minha forma, metodologia de trabalho, penso em aplicar minha ideia. Mas logicamente tem que haver uma adaptação ao jogador brasileiro, que não é novo para mim. Joguei aqui no Brasil e trabalhei com jogadores importantes, como Nilmar e Nenê. Conheço a filosofia de jogo e vou tentar aplicar minhas ideias para o melhor do time – completou.
A pré-temporada do Internacional será entre os dias 11 e 20 de janeiro, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. A estreia no Gauchão está marcada para o dia 31 de janeiro, contra o Lajeadense, fora de casa.