Em verso e prosa 106 anos

E na contagem regressiva dos 106 anos fui cantando lentamente: “Glórias dos Desportos Nacional, Oh Internacional que eu vivo a exaltar…….” e nesta retrospectiva do coração vão chegando lembranças registradas na mente e na alma.

Fico imaginando quando aquela menina de olhos expressivos olhando para o seu Pai e pôs-se a cantar: “Papai é o maior, Papai é que é o tal…” e seguindo pela Padre Cacique, subindo a rampa, sendo conduzida pelo seu mentor da grande paixão: O Internacional.

Quantas lembranças vividas e estudadas em livros, recortes de revistas e jornais, jogos de botões, camisas, álbuns, bandeiras e flâmulas. Cada pedacinho da história colorada guardada a sete chaves, todas, relíquias, que não tem preço financeiro, mas o valor emocional é intangível.

Lembro da voz do rádio retumbando nos meus ouvidos: “ …… as bandeiras estão tremulando……” ou um cântico em que entonavam “….coloradooooooo…….”

E vem a mente: quantas emoções, quantas lágrimas, quantos choros e abraços dados e divididos com aqueles que vivenciaram a emoção do vermelho e do encarnado. Quantos gols, decisões, campeonatos e vitórias sentidas e presenciadas ou mesmo, ouvidas e cantadas num coro, num total de 97 músicas que fazem nosso coração sair do compasso.

Ah, Internacional, tu consegues fazer nosso coração saltitar de alegrias, até em momentos, que muitas vezes, não estamos tão felizes. Lembro que fugia para o estacionamento do Gigante da Beira Rio, como se fosse um divã, para buscar um ombro ou colo ao chorar a perda de meu pai, neste templo sagrado que tanto dividimos emoções. O Inter é motivador, nos tira da depressão, joga nossa autoestima no ápice e nos consola de momentos não tão bons, que muitas vezes passamos nesta encarnação.

E lembrando dos anos 70, 80 e 90 e o coração foge do compasso e minha pressão vai às alturas (bom que tenho pressão baixa). E recordo de Valdomiro, Figueroa, Manga e Caçapava e claro: de Falcão. Ah que pesaroso foi o dia em que tive que ouvir ao rádio e guardar os recortes de jornais registrando a partida da nossa Majestade: Paulo Roberto Falcão.

Faltariam linhas para registrar toda nossa constelação de estrelas vermelhas, por isso vou registrar os que marcaram a minha geração cantando num só verso “….. é um sentimento, para mim uma religião, salve Bodinho, Dom Elias e também Falcão ….”

E enquanto a madrugada se dissipa, chego às lágrimas cantando os cânticos “ … prepare o seu coração…” lembrando dos anos 2000 quando o Inter decidiu testar nossas artérias, fazendo nosso sangue pulsar além do limite com as conquistas da Libertadores e do Mundial. Ah, quantas alegrias, quantas emoções, quantas noites mal dormidas, tentando vivenciar cada minuto como se fosse uma eternidade.

Vem um aperto no peito quando encontro a massa vermelha num só coro: “… o teu presente diz tudo, trazendo alegrias e fortes emoções…..”

Internacional, obrigada por fazer parte da minha vida e ,com certeza, estarei, sempre, cantando: “ ……oh Internacional que eu vivo a exaltar …..”

“……..Vibra o Brasil Inteiro com o clube do povo …..