APOGEU E GLORIA!!

POR ADRIANO  GARCIA – EL MAGO
Apogeu é o substantivo masculino do âmbito da astronomia que indica o ponto mais distante que um corpo celeste apresenta em relação à Terra. Em sentido figurado, a palavra apogeu significa o auge, ponto alto, acme ou clímax de alguma coisa.
Apogeu e perigeu são dois conceitos da astronomia, que indicam a maior distância (apogeu) e a menor distância (perigeu) de um corpo celeste em relação ao planeta Terra. No caso concreto da Lua, quando se encontra no seu perigeu, ela pode estar aproximadamente 50 mil quilômetros mais perto da terra do que quando está no seu apogeu, o que modifica bastante a sua aparência. Sabemos que a dimensão física da Lua não altera com o tempo, assim como o seu volume permanece igual. No entanto, o seu aspecto pode mudar, dependendo da sua fase. Quando está mais perto da Terra (perigeu), a Lua aparenta ser muito maior e mais brilhante.
Disse Rilke que a glória, o que chamamos glória, é a soma de mal-entendidos em torno de um homem e de uma obra. E não só a glória. Também a desonra pode ser outra soma de mal-entendidos. Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado. Eu próprio, certa vez, desprezei um desses amores juvenis, tive por esse a maior náusea ética. Não podia vê-lo sem que minha úlcera desse erupções vulcânicas. Sem fazer segredo do meu horror, chamei-o, de público, de cadáver moral. Eu teria, na ocasião, dezessete anos. E o adolescente vive de falsos horrores. Tempos depois, verifiquei que estava errado, errado de alto a baixo. O homem que eu supunha infame era, na verdade, uma dessas nobilíssimas figuras exemplares, um falso defunto moral. Quase um santo.
Eis o que eu queria dizer: — dedico esta crônica aos equívocos que, em certos casos, inauguram a estátua e, em outros, desencadeiam a vaia. Começarei falando de Argel, o divino técnico. Muitíssimas vezes, foi estátua e, muitíssimas vezes, foi vaia. Eu me lembro de um jogo do escrete em que jogou mal ou, como diz a gíria, jogou pedrinhas. Na verdade foram inúmeros. E, no fim de certo tempo, explodia a ira da multidão. No futebol, a apoteose está sempre a um milímetro da vaia. Pode ele não ser, o melhor, mas com certeza esta identificado com o clube; confesso não ser admirador do seu trabalho, porem e ele e os onze guerreiros que vão a campo que levaram a torcida ao êxtase e a tão sonhada Libertadores. Um grande time começa por um grande técnico.
E, em qualquer clássico ou pelada, o craque pode fazer tudo, porque é o craque. Se abrir a Revista do Rádio no meio do campo, estará usando um dos privilégios do gênio. Mas a multidão não perdoa, o ídolo em , um passe errado. Se vinha o adversário e frustrava o seu drible, era quase apedrejado como uma adúltera bíblica. Eram, ao todo, umas 115 mil . E dizíamos, uns aos outros, que o craque colorado já não era o mesmo. Houve um, mais afoito, que declarou: — “Ele está morto”. Ninguém protestou. Ou por outra, houve, sim, um protesto.
Estava lá o Manoel Duque, que reagiu e gritou: — “ continua sendo o maior jogador do mundo”. E, como um outro resmungasse, o Duque repetia: — “O maior jogador colorado, em todos os tempos”. Mas, como ia dizendo: — vaiaram ate o final dos noventa minutos. Posso dizer que influiu na vaia, além do mais, um certo cansaço, um certo tédio do mito. A multidão precisa destruir os mitos que promove. A partir de então, não só o homem de arquibancada, também os entendidos, também os técnicos, também os cronistas — começaram a meter a picareta na estátua, na historia do ídolo; no escrete vermelho. Tem sido uma alegre demolição. O passou a ser o responsável por todos os males que afligiam a seleção. Fui a um sarau de grã-finos e lá ouvi alguém jurar: — “ morreu para o futebol, provocou a sua eliminação; ah e o escrete não merece ir para a América”. Só para lembrar que a historia se repete no passado de outrora, ele também não estava lá, e o confronto épico do Orlando Scarpelli teve a sua historia que todos já sabem como terminou. Já se chegou a tantas glorias, ao apogeu.
Amigos e fato que o grande líder provoca medo no adversário e amor ou ódio em seus seguidores, mas a carga colocada em cima não é justa. E o escrete como um todo chegou ao seu apogeu, no entanto e preciso que a sua torcida traga ao perigeu, o mais próximo possível pois a grandeza só será mostrado com o amor incondicional dela mesma. Porque nós somos maiores, porque somos colorados, imensamente vermelhos, eternamente colorados; gaúchos e peleadores é como diz o hino:
Correm os anos surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue a tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil”
.

Saudações.
              
              Adriano Garcia
   Presidente/Diretor da Regional

 

3 thoughts on “APOGEU E GLORIA!!

  1. Gostei da tua postagem, tanto é verdade que li por duas vezes, assim como os comentários. Adriano, a torcida do Internacional não é burra. Nenhuma torcida é burra. Os pesos, as cobranças, são diretamente proporcionais a competência de quem assume determinadas responsabilidades. Não acredito que, por mais Colorado que seja e nesse ponto, ninguém é mais Colorado que outro, apenas as opiniões podem ou não ser divergentes das nossas e expressas com liberdade e educação, mas todas importantes para avaliações de nossos posicionamentos. É bom ouvir os outros, é inteligente ouvir outras pessoas e aproveitar aquilo que acreditamos ser construtivo. Até aqui nada de diferença entre os pensamentos colocados na tua postagem e como penso, apenas gostaria de acrescentar algo mais. Não é esse Internacional que queremos. Não é esse Internacional que adoramos. Não é esse Internacional que, mesmo não sendo o que desejamos, iremos deixar de acreditar e torcer pelas suas vitórias, mas é preciso que a direção do nosso clube tenha a humildade de entender que os caminhos traçados ou planejados não estão levando ao sucesso. Os últimos anos não trazem mais alegrias que tristezas à nossa grande torcida. Temos uma grande casa, nosso Beira Rio, temos um clube com um história maravilhosa, que nos enche de orgulho, temos uma torcida de uma paixão e grandeza incomparáveis, mas infelizmente temos um time não protagonista como poderia ser e como gostaríamos que fosse. Ninguém é culpado sozinho por um ou vários resultados aquém do esperado, mas sim toda uma equipe, direção, dirigentes, equipe técnica e jogadores. Não penso ser construtivo buscar culpados, mas sim encontrar o que pode e deve ser melhorado. Não existe dirigente, técnico ou jogador milagroso. Tudo é resultado de trabalho de equipe, de responsabilidades divididas e capacidade de corresponder às responsabilidades assumidas. Existe sim falhas de planejamento, de objetivos e de análises constantes de direcionamento. Ou nosso Internacional ouve a torcida, corrige o que está equivocado, volte a querer ser grande ou continuaremos vendo outros clubes alcançando o sucesso e o lugar que gostaríamos de ter.

  2. Fala Adriano!

    Excelente crônica, ela serve também para uma espécie de conscientização para todos os colorados, sejam torcedores, dirigentes, jogadores em fim… para toda familia coloradas.

    As vezes vejo tantos colorados criticarem e falarem palavras tão pesadas ao clube, que me pergunto, que espécie de torcedor podemos classificar?

    Eu acredito muito na lei da atração, então quanto mais energia negativa emanamos para qualquer coisa, os frutos não podem ser bons, mas se emanarmos energias positivas..uma coisa é certa..as coisas andam.. e bem..

    Vamos torcer, emanar energias positivas por que precisamos estar no G4, e o Inter precisa de nós!

    Grande Abraço!

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