Há luz no fim do túnel

Passados os primeiros momentos da perda da nossa principal liderança técnica, que por um longo período liderou nossa equipe, adorado por muitos e contestado por outros, o capitão D’Alesandro, parece que começamos a dar um passo à frente.

Não restam dúvidas de que nenhum astro é mais importante que o clube, mas está bem claro em minha memória em idos passados angustiantes buscas por um novo Figueroa, Falcão e outros menos votados.

Vejo com certa satisfação que me parece haver uma tentativa de substituir o astro pelo coletivo, pois essas figuras de grande destaque não surgem quando queremos e sim como uma dádiva dos deuses do futebol. Quando menos esperamos, surgem das categorias de base ou até mesmo numa contratação pouco badalada na comunidade esportiva.

Já o coletivo é fruto de trabalho sério, criterioso, de uma comissão técnica ou de dirigentes atentos ao que o clube possui em suas categorias de base ou disponíveis no mercado, às vezes no nosso interior ou nos clubes de outros estados, principalmente no Interior de São Paulo, que sempre se constituiu em fonte inesgotável de bons jogadores ou por fim, achar em outros grandes clubes bons jogadores, atritados, encostados por broncas com seus técnicos ou diretores que em um novo ambiente se reencontram com o bom futebol.

O que não dá é encher o clube de jogadores já ultrapassados, retornando de outros continentes, com a chamada independência financeira feita, cansados de guerra e só querendo amealhar mais alguns milhões de reais, que sempre tem alguns clubes bondosos dispostos a pagar, evidentemente queimando o dinheiro suado de seus sócios e torcedores e endividando ainda mais os já quase falidos do futebol nacional.

Assistindo ao enfrentamento Internacional X Cruzeiro, que começou um tanto travado, aos poucos começaram a surgir jogadas com alguma coordenação e foi possível se observar evolução, pois contrariando uma máxima criada por um elemento da imprensa local, que Gauchão é engana bobo, eu digo que bobos se enganam com Gauchão. Já é perceptível que Willian, nosso lateral direito, posição carente no Brasil inteiro, necessita urgentemente de treinos específicos para aprimorar seus cruzamentos, por diversas vezes seu último toque na bola anulou belas arrancadas, bons dribles, fato que se repete com muita frequência, mas acho possível corrigir.

Artur, pela lateral esquerda, tem sido uma grata surpresa, está ganhando confiança e começa a demonstrar um chute de longa distância com boa pontaria e confiança para arriscar.

Os dois zagueiros, evidentemente pouco exigidos, mas reforçam minha desconfiança de que tínhamos emprestado ao Palmeiras em 2015 um dos nossos melhores na posição, talvez para ajudar os periquitos a conquistarem uma Copa do Brasil; Jackson, muito embora necessitemos de jogadores melhor qualidade para essa posição.

Nosso meio campo tem dois jogadores nesse momento titulares absolutos, Rodrigo Dourado e Fernando Bob, talvez falte definir melhor quem sai ou fica mais a frente dos zagueiros, mas creio ser o que temos de mais ajustado na equipe, e, para melhorar, o Rodrigo parece está começando a tomar gosto por fazer gols.

Os outros dois meias mais adiantados, ainda está em aberto, essa é a impressão que tenho. Nesse jogo o Anderson teve boa atuação, com bons chutes, passes na sua maioria com precisão e achando o caminho das redes aos 48 minutos do primeiro tempo, deu um passo à frente em relação aos outros, principalmente sabendo que ele tem capacidade de desarme e experiência comprovada em enfrentamento de jogos de alta performances.

Aposto muito no Allison Farias, ótima técnica, boa velocidade, começou a partida meio sumido, mas foi se soltando e fez boas jogadas e, aos 21 minutos do segundo tempo, um belíssimo gol. Fato importante foi perceber que foi uma grande emoção para ele, significa que ele sabe o que é ser jogador desse clube centenário e de tantas glórias.

Alex, quando entra no decorrer das partidas, tem dado boa contribuição, sua capacidade é indiscutível, mas parece estar faltando um “click” na preparação física. Ainda acho que não pode ser somente o avançar da idade atlética.

Andrigo é mais um jovem valor que vai aos poucos entrando no time, demonstrando excelente técnica e constituindo-se aos poucos em candidato a brigar por uma vaga no quarteto de meio campo, com um diferencial, parece ter mais vocação para o gol e preferir jogar mais próximo da área de conclusão, diga-se, fez um belo gol aos 29 minutos do segundo tempo.

Eduardo Sasha, pela sua entrega, ajudando na marcação, sempre tem sido importante, mesmo ainda não estando no nível de quando saiu do time por lesão, participa o tempo inteiro do jogo atacando ou voltando para recompor e ajudar na marcação.

Yan Petter, mesmo não acompanhando categorias de base faz algum tempo, tenho escutado boas referências e ao entrar aos 22 minutos do segundo tempo deu para perceber se tratar de jogador de boa qualidade e jogar em direção ao gol.

Aylon, talvez em 2016, constitui-se no fato mais importante que vem acontecendo, pois se trata de uma posição difícil de preencher numa grande equipe, atacantes consagrados custam fortunas e são raros. Uma vez mais sem ser brilhante foi bastante participativos e, o principal, marcou seu gol aos 13 minutos do segundo tempo, perdeu um feito, mas estava na posição para concluir. Pode não ser um jogador muito habilidoso, mas está muito longe de ser tosco, tem domínio e faz assistências.

Enfim, creio que não são só pedras e espinhos, há luz no fim do túnel, pode ser a saída para problemas aparentemente insolúveis, vamos tratar de definir uma equipe titular, seus reservas imediatos e aperfeiçoar a parte física e técnica, dar confiança aos jovens e, se for para contratar, só jogadores bem superiores ao que temos no elenco.

Um abraço colorado,

Arioldo Roldan.

7 thoughts on “Há luz no fim do túnel

  1. Alô você Roldan!
    A noticia mais auspiciosa pra mim é Aylon.Precisavamos há algum tempo de um definidor, cabeceador que não fosse um “pau fincado”. Eu que admirava esse jovem jogador entendia que era uma questão de confiança mútua: dele pra com si próprio e dos companheiros, nele. é claro que é cedo para fzer uma afirmativa mas que está pintando,isso está.
    Coloradamente,
    Melo

    1. Olá Domingo Chabalgoity
      Concordo, mas também acho que deve ser melhorado a mecânica entre os dois, tendo em vista que o Fernando tem capacidade o que não deve é subir os dois juntos ou ficarem muito atrasado como tem ocorrido vez por outra, abraço.
      Abraço.

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