Quando a rivalidade cega.

Aos poucos a convivência pacífica e civilizada vai se tornando cada vez mais difícil, são atos de provocações, tentativas de condicionamentos de árbitros, desacatos à Federação, enfim, perpetuando aquela máxima de que nós ganhamos, eles empatam e nos roubam.

Perder, aceitar a derrota, terminar um embate até mesmo com uma derrota acachapante, mas com a dignidade de não apatifar o espetáculo, para algumas entidade é muito difícil ou até impossível. Eles não contratam mal; não se equivocam na escolha da tática; seu técnico jamais erra nas suas escolhas e substituições, não sabem que, às vezes, mesmo fazendo tudo certo as coisas dão errado. É necessária grandeza para digerir os reveses no futebol.

Escolher um Presidente para Federação de outro Estado também não resolve, pois o Francisco Novelleto é catarinense. Quem sabe recorremos aos vizinhos do Mercosul ou de outro planeta?

Certamente somente o encerramento do ciclo de fracassos, que espero que demore a passar, pode tornar algum juiz ou Presidente de Federação digno e honesto na condução de jogos e destinos do futebol gaúcho.

Quando se organiza a competição não seria o momento oportuno para impor que a arbitragem dos clássicos fosse feita por apitadores de outros estados? E deixo claro que sou totalmente favorável a trazer o trio de outro Estado. Na semana que antecede o clássico o pleito certamente não é oportuno, torna o clima pesado, um propõe e o outro não concorda só por ser adversário e para não se sentir inferiorizado e assim temos os ingredientes iniciais para atritos dentro e fora de campo.

Nas redes sociais já tenho procurado me conter e não participar de discussões inúteis, é uma enxurrada de acusações, termos agressivos, onde pessoas que pressuponho de bem usam de toda a eloquência para adjetivar, desqualificar, acusar o adversário. Isso de ambas as partes, nesse faroeste não há mocinhos, predominam os bandidos entre aspas.

Quando comecei a ler alguns chamando o Willian de bandido, criminoso, etc., por uma jogada violenta com consequências lamentáveis, passível de expulsão, comecei a relembrar Salomão, Geraldo e Pinga, este jogar de altíssimo nível, todos zagueiros colorados fraturados em disputas de Grenais. Não me lembro de ninguém taxando os causadores da fratura de criminosos, assassinos etc. No próprio último confronto, como classificar a entrada do Maicon no Rodrigo Dourado? Por não ter ocorrido a fratura, ele, por ter errado o tiro, livra-se da alcunha de bandido?

Sobre o Argel, há postagens o taxando de ter sido um jogador violento e ser um técnico que manda seus atletas baterem. Num passado não tão recente aqui nos pagos havia um consagrado técnico capaz de usar diversos meios para atingir seus objetivos, chamar árbitros de Chico Colorado, agredir outros companheiros de profissão, mas esse era venerado, um motivador, criador da verdadeira lama castelhana, ou seja, venerado por em algum momento atingir seus objetivos a qualquer custo.

Quem sabe tomar medidas práticas para diminuir a violência, voltar a dividir os estádios meio a meio, mesmo com prejuízos momentâneos para os sócios, ou radicalizar e fazer os clássicos com torcida única, que seria lamentável, o que eu não me conformo é ver um pequeno gueto, cercado, intimidado por todos os lados por um mar azul ou vermelho a cada confronto.

Fonte: www.internacional.com.br
Fonte: www.internacional.com.br

Quanto ao Internacional, continuo vendo pequenos avanços e alguns jovens se firmando, mesmo com toda pressão dos azuis após a jogada que ocasionou a fratura do Bolaños, o William mostrou personalidade, não se intimidou, inclusive indo até o fim com cartão amarelo.

Aylon, uma grata surpresa, e acredito que será de grande utilidade nessa temporada, dentro da carência do mercado da bola. O Artur que ficou mais defendendo nesse jogo, tem dado conta do recado.

Mas para mim está claro que necessitamos de um zagueiro de melhor qualidade técnica, pois em grandes jogos não basta força e imposição física, torna-se indispensável qualidade técnica, mais um jogador de alto nível e experiência para o meio, e a cereja do bolo que seria um goleador emérito acima de qualquer suspeita.

Espero que olhando para dentro, sem a rivalidade, não sejamos cegos e contratemos no mínimo essas três peças para termos um feliz ano de 2016.

Um abraço colorado,

Arioldo Roldan

2 thoughts on “Quando a rivalidade cega.

  1. Alô você Roldan!
    É absurdo como as pessoas utilizam microfones e espaços de grandes penetrações e fazem uso para fomentar atritos em primeiro escalão, com, seguramente passagem para estágios superiores. O caso mancheteado no último greNAL deve ser julgado com o rigor que merece e ponto.Em rádios, ocupantes de espaço, sem a devida avaliação da penetração de seus pronunciamentos promovem a belicosidade sem que haja alguém que de alguma forma os detenha. Hoje pela manhã ouvi uma fatia do sala de redação, que ha muito não ouço. Fiquei pasmo com o que ouvi. Provocou até a ira do Wianey, por quem não tenho grande admiração, que assim se expressou: “para com isso, paraquedista!”, o que a meu juizo se referia a condição de não jornalistado João de Almeida Neto, censurando o seu modo de avaliar e cometar os episódios.
    Coloradamente,
    Melo

  2. Roldan, excelentes colocações, inteligentes, podemos taxar de puras, preciosas em uma avaliação imparcial. Parabéns, esse tipo de postagem engrandece o BAC e fico muito satisfeito em perceber que faço parte de um grupo de gente de boa índole, de bons princípios e de vivência de excelentes valores. Essa mentalidade doentia de “ter de ganhar de qualquer jeito” é que cria condições para esses comportamentos irracionais, como apedrejamento de ônibus e confrontos absurdos entre torcedores rivais e muitas vezes até mesmo da mesma agremiação. Ao meu modo de ver, a maior responsabilidade é de dirigentes que não se comportam como profissionais responsáveis e que incentivam essa mentalidade de “ganhar de qualquer maneira” (expressado inclusive por alguns jogadores), jogando suas frustrações, fracassos e medos de perda de projeção pessoal sobre torcedores ávidos a viver somente alguns momentos de alegria e muitas vezes despreparados ou irresponsavelmente condicionados para aceitar ou não que se trata apenas de mais uma disputa limpa em busca de um resultado. Vencer ou perder faz parte do esporte e é essa a maior motivação para o desenvolvimento cada vez maior de cada atleta e do esporte em si. Momentos de alegrias e de tristezas fazem parte da vida do esportista e de qualquer um nessa vida. O grande resultado buscado é o engrandecimento do esporte, do saber vencer e perder, de ter a dignidade de reconhecer onde precisamos melhorar e os méritos inegáveis e momentâneos de nossos adversários. Para encerrar, concordo plenamente que a jogada do Wiliam era caso de expulsão, mas não houve essa maldade apregoada pela direção do clube adversário, apenas uma infeliz e triste fatalidade que serve de alerta aos demais jogadores, principalmente de que o bem mais precioso deles é a sua integridade física e de sua cabeça, não se deixando levar por estímulos de gente de fora do campo, que nada trazem de positivo ao esporte. As reações do Wiliam após o jogo demonstram claramente o seu abatimento pelo infeliz desfecho do lance e por si só evidenciam a sua preocupação e desconformidade com o comprometimento da integridade física do adversário.

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