Por Antônio Carlos Pauperio
Deixando toda a colocação dessa postagem na área esportiva, entretanto sabendo que muita coisa que estou escrevendo serve para as demais áreas, gostaria de serenamente diferenciar a rivalidade sadia e aquela que envergonha qualquer esportista.
Ninguém pode afirmar que desconhece as ocorrências de fatos de extrema violência e de confronto que existem entre as torcidas dos dois maiores clubes do Rio Grande do Sul. Foram amplamente noticiadas demonstrações racistas, agressões mútuas (inclusive dentro das próprias torcidas organizadas), depredação de equipamentos nos estádios, apedrejamento de ônibus e outras ocorrências, que em nada dignificam o esporte e uma convivência sadia entre torcedores, mesmo de clubes rivais. Ao projetarmos para jogos no interior do Rio Grande do Sul, esses episódios se repetem da mesma forma, com ou maior violência ainda. Sinceramente, uma vergonha para nosso Estado e para nossa gente maravilhosa.
O que acontece em campo é apenas o reflexo de tudo que acontece antes de uma partida de futebol. Hoje, um clássico, como o GRENAL, é cultuado como uma guerra, onde a ideia vendida é de que só podem restar vencedores e essa vitória tem de ser conquistada a qualquer custo. Um absurdo, pois se trata apenas de uma partida de futebol. Os jogadores não são inimigos, apenas jogam em clubes rivais em uma competição e não podem se deixar levar por irresponsabilidades vividas fora do campo de jogo. Dia de GRENAL sempre foi um dia diferente, um dia especial, de festa, de churrasco, de convívio com amigos e parentes, de ida ao estádio, ou seja, um dia de alegria. Tristeza e gozação, só depois do resultado e com a definição de como o Povo Gaúcho amanheceria, vestindo vermelho ou azul, cobrindo as cidades com as cores do clube vencedor e os sorrisos amplos de seus torcedores. Não deixemos estragar isso. Devemos a nossos pais, filhos e netos.
Não posso me furtar de colocar minha opinião sobre os acontecimentos do último GRENAL. Com 69 anos vi e vivi muitos grenais. Nunca em minha vida de convivência em vestiários soube ou tomei conhecimento de um atleta que deliberadamente teve a intenção de machucar outro, pois fora de campo todos são amigos. No calor da disputa pode acontecer uma fatalidade e algum jogador provocar não intencionalmente uma lesão em outro, mas tenho certeza absoluta que não houve maldade. Maldade existe somente na cabeça dos “eternos juízes” das atitudes dos outros e que com sua maldade procuram “colocar chifre em cabeça de cavalo”. Não conheço, mas tenho certeza que o jogador Wiliam deve estar arrasado, mas existem coisas que acontecem com a gente que servem de lição e que temos que encarar com honestidade, serenidade e com a coragem que temos. Muitos excelentes jogadores passaram por essa mesma situação e encontraram forças para superar, não só as suas consciências, mas também os “arautos da desgraça alheia”. Não é motivo para baixar a cabeça, lamentar sim, mas com o aprendizado continuar crescendo em busca da prática do futebol de alta qualidade que tem apresentado.
O tempo de “ganhar na marra”, de ”sou mais homem”, “aqui quem manda é eu”, “eu falo e você obedece”, já faz parte de um passado distante. Hoje vence o mais profissional, o mais humano, o mais competente e o mais inteligente é aquele que procura sempre se manter em contínuo aprendizado e crescimento. O respeito venceu o medo, a humildade venceu a arrogância e a prepotência e, olhar no espelho do sucesso dos outros, hoje serve de exemplo e reflexo para novas e melhores decisões. Estamos em um tempo que a busca pela paz, pela convivência pacífica e pela valorização de todos, demonstra claramente que ninguém é mais superior a ninguém, cada um soma com seu importante e insubstituível valor.
Mesmo residindo longe, em Salvador, tenho acompanhado todas as notícias da minha terra e entre elas, as que envolvem nosso Internacional. Penso que enquanto não houver (como já houve no passado) uma ação mais profissional, mais inteligente e mais responsável dos dirigentes dos clubes e da imprensa, esse ambiente hostil só tenderá a crescer. Essa tendência desenfreada de violência é o prenúncio de uma tragédia, caso cada um não assuma a sua responsabilidade. Não acredito que seja esse o objetivo de todos (dirigentes, torcedores e imprensa), pois penso que se trata de apenas a exteriorização de um pequeno grupo de gente frustrada nas suas ambições pessoais e que não mede as consequências de suas atitudes.
O pior, é que essa violência crescente hoje contamina, em todas as áreas, o nosso Brasil.
Alô você Pauperio!
Somos de um tempo em que malandragem era sinônimo de esperteza de astúcia, coisa inteligente. Então surgiram as “flautas” bem boladas algumas nem t anto mas não passavam disso. Hoje a malandragem se confunde com safadeza, com falta de convivência sã, falta de educação inclusive. E alguns IRRESPONSÁVEIS na contra mão, se utilizando pra lá de erradamente de posição ou de veículos prestam desserviço a população. Alô Ministério Público, é possíntervir?
Coloradamente,
Melo