Internacional ou internacional

Antônio Carlos Pauperio

Novamente sei que irei desagradar alguns e possivelmente agradar outros. Tenho insistido em minhas postagens que o momento carece (já passou da hora) de uma definição clara e objetiva de qual Internacional queremos. Internacional ou internacional?

Não sei se estou certo, mas acredito que qualquer clube normal passa por bons e maus momentos, mas sempre oscilam em torno da definição de clube projetada e procurada. Hoje não consigo perceber isso no nosso Internacional. Parece uma nau sem rumo, oscilando mais que o normal contra equipes bastantes inferiores em investimento no futebol e mantendo uma média muito abaixo do aceitável.

Se olharmos o plantel Colorado, friamente e sem a paixão que nos une, continuamos tendo bons jogadores e outros que, por favor, já deveriam ter indo para outros clubes. Muitas vezes um jogador não consegue demonstrar o que pode em um clube e se realizar em outro. As carências continuam e ainda são evidentes. A insistência com a escalação de jogadores que não possuem a qualidade esperada já passa dos limites normais de aceitação. Não adianta insistir com jogadores que não podem oferecer mais do que podem ou querer que alguns possam desempenhar funções que suas características não atendem ou idades já não suportam. É uma questão simples de ter um mínimo de inteligência e de conhecer um pouquinho de futebol.

Fernando Bob, aprovado! (imagem: Yahoo)
Fernando Bob, aprovado! (imagem: Yahoo)

Sempre terá alguém para julgar o que escrevemos, mas gostaria de deixar bem claro que não tenho a intenção de agradar a todos, apenas colocar minha opinião, pois já estamos na metade do mês de Março e o resultado poderia ser melhor. Ainda não temos definições em lugares estratégicos da equipe titular (zaga central, meio de campo e ataque). Penso que Jackson poderia ser testado ao lado de Ernando, Fabinho Fernando Bob e Dourado parecem preencher bem uma das carências de meio de campo, mas falta outro e faltam bons reservas. Valdívia faz muita falta. Vitinho é muito “fominha” e tem de jogar mais para a equipe. Sasha é bom jogador, mas tem de parar de reclamar tanto e se preocupar apenas em jogar. Alex, sinceramente, ainda não voltou a jogar. Alisson não parece mais o mesmo e Andrigo tem tido atuações bem abaixo de suas reais qualidades, não se pela posição onde está sendo colocado ou se a sua maneira de jogar não está “encaixando”. Posso estar enganado, mas em determinados momentos a impressão que tenho é que alguns jogadores imaginam que jogam muito mais do que realmente jogam e se mostram irritados com erros dos outros e um pouco displicentes nas jogadas.

O comando técnico atual ainda não conseguiu formar e armar uma equipe titular forte e coesa. Parece que em determinados momentos fica meio perdido e repetindo experiências que não tem demonstrado eficiência. O nosso Internacional não se impõe em campo e se desgasta muito com uma correria desordenada para todos os lados, acarretando a falta de condições físicas na hora certa. Jogar com inteligência é estar bem postado em campo, ocupando espaços e, se bem treinado, aproveitar a velocidade dos atacantes rápidos e leves para atacar e marcar os golos necessários para vencer. Penso que um clube do porte do nosso Internacional não pode ter somente um time jogando na defesa e explorando contra ataques. Caso esse tipo de comportamento seja mantido no Campeonato Gaúcho (atualmente sem sucesso), no Campeonato Brasileiro os resultados serão catastróficos.

Gostaria de deixa muito claro, não estou contra o nosso Internacional, contra a Direção ou contra o comando técnico, apenas estou colocando minha opinião de que o momento carece de uma definição estratégica de qual Internacional queremos. Chega de ficar esperando, esperando e esperando. O nosso Internacional precisa passar por uma profunda mudança de mentalidade, mais atualizada, mais profissional, mais ambiciosa e que conduza nosso clube a novas e permanentes conquistas. Sei que não se pode vencer sempre, mas também sei que podemos querer vencer sempre.

2 thoughts on “Internacional ou internacional

  1. Alô você Pauperio!
    Sigo entendendo que falta alguém com notório e reconhecido saber futebolístico para o vestiário do INTER. Não consigo entender o porquê da não efetivação do Tinga para ajeitar o vestiário. É notado com muita clareza que a falta de confiança de clareza de propósitos está nos levando para um lugar perigosíssimo. Não é possivel o Inter estar em quinto lugar no campeonato gaúcho. Não tem explicação se não que a comunicação entre o treinador e os jogadores não está clara. Está passando da hora de pelo menos mostrar que se quer melhorar tomando atitudes e deliberações diferentes das que tem sido tomadas até agora. Estamos esperando oque?
    Coloradamente,
    Melo

  2. Bela análise Antônio Carlos! Parece (sim, parece, visto que não posso afirmar por que não tenho vivência no ambiente diário do cube), que não só Internacional, mas outros clubes, devem favores a empresários, para haver tantos jogadores desqualificados jogando com a camisa de grandes, favores esse devido talvez a negociações passadas, a velha e conhecida troca de favor. Mas quem ganharia com isso?? Se há alguém, esse alguém seria “os empresários”, pois para os clubes não há como enxergarmos benefícios, somente prejuízo, tanto financeiro quanto anêmico com a torcida. Além disso, uma outra teoria é o desinteresse do brasileiro pela profissão de jogador de futebol, nota-se, que nem de perto os jovens gostam de futebol como a 20 anos atrás, alias, o futebol no vídeo game, para muitos jovens já é mais atrativo que o futebol jogado. Ora, menos procura, menor também será o surgimento dos diferenciados. Fora o fato de o jogador hoje em dia não ter interesse em se aprimorar, como o próprio Pelé cita em “Pelé Eterno”, ele mesmo fazia questão de ficar depois do treino aprimorando batidas de faltas, chutes a gol, etc. Sim, ele Pelé, mesmo no auge aprimorava sua técnica após o treino. Muito pouco (ou quase nada) se vê isso hoje em dia. Os diferenciados estão sumindo e os favores só crescendo.

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